Anticoncepção hormonal e seus vários benefícios

Anticoncepção hormonal e seus vários benefícios

(foto: Pexels Mart Production)

Em consultas, uso da pílula anticoncepcional cada vez mais frequente ainda traz questionamentos às vezes infundados neste mundo de informação e desinformação

Alguns questionamentos levantados são sobre os efeitos que o uso dos hormônios (como o anticoncepcional) a longo prazo pode trazer para o organismo da mulher.

Na minha opinião, a mulher moderna deve priorizar a melhora da qualidade de vida e a proteção da fertilidade através do uso dos medicamentos hormonais (por exemplo, o anticoncepcional) cada vez mais modernos e com menos efeitos colaterais.

Um deles corresponde ao impacto que a substância pode ter na fertilidade, pois a grande maioria das mulheres passa boa parte de suas vidas utilizando o medicamento.

Não existe nenhum relato científico que relacione casos de infertilidade ao uso da pílula anticoncepcional.

A confusão ocorre muito por conta do período que a mulher decide parar de tomar a substância para engravidar. Geralmente, entre seus 30 e 35 anos.

Nessa fase da vida, a produção dos folículos ovarianos, responsáveis pela produção dos óvulos femininos, tende a reduzir para menos da metade. 

Uma outra confusão se deve ao fato de que, no passado, após longo uso destes medicamentos com altas dosagens, as mulheres demoravam a voltar a menstruar pelo bloqueio hipotalâmico e hipofisário.

As pílulas atuam de várias formas neste processo de contracepção, sendo o principal através da inibição da secreção de gonadotrofinas por feedback negativo sobre o hipotálamo e hipófise, provocando inibição da ovulação ou secundariamente através do bloqueio do colo e do útero pelos progestágenos que os deixam inadequados à passagem do esperma e consequente implantação.

A primeira pílula aprovada foi em 1960 com dosagens muito altas (50 picogramas de 12/12hs), era de 3 a 6,5 vezes mais forte que as mais utilizadas nos dias de hoje (35, 30, 20 e 15 picogramas).

Apresentavam benefícios na qualidade de vida e proteção contra câncer de ovário e endométrio, apesar do aumento de câncer de mama, trombose venosa profunda e derrame decorrente de suas altas dosagens.

Planejamento familiar é um direito garantido por lei, cujo conjunto de ações e serviços tem como finalidade, contribuir para a saúde da mulher, da família e da criança, ao considerar o número de filhos que uma mulher deseja ter, a opção de não ter filhos, bem como a idade em que ela deseja tê-los com o devido espaçamento desejado entre eles.

Os benefícios do planejamento familiar são: 

  • Redução da mortalidade materna 
  • Redução da gravidez na adolescência
  • Aumento do intervalo entre as gestações
  • Redução do número de abortamentos 
  • Melhoria das relações familiares 
  • Melhora da vida sexual e a melhora no trabalho.

Paralelo ao surgimento da pílula em 1960, as mulheres iniciaram uma revolução silenciosa e discreta com redução da taxa de fecundidade brasileira de 6,3 filhos em 1960 para 2,3 filhos no início do século em 2000 e 1,95 filhos em 2007, segundo dados do Instituto de Geografia e Estatistica (IBGE)

Na década de 70 a população brasileira estimada era de 93 milhões com 28,8% das mulheres economicamente ativas,e com o número de brasileiros em 2007 igual a 184 milhões com 43,6% das mulheres economicamente ativas.

No Brasil, em um estudo de 2015, 79% das mulheres em idade fértil utilizam algum método contraceptivo como planejamento familiar, representando um índice 28% maior do que o registrado em 1970, com predomínio da contracepção hormonal reversível. 

O Brasil apresentou elevada queda de fecundidade nas últimas décadas como vimos; no entanto, diferenças sociodemográficas ainda impactam diretamente no acesso ao planejamento reprodutivo no país. 

Os métodos de contracepção são divididos em:

  • Método comportamental:
  • Barreira mecânica;
  • Barreira química;
  • Impeditivo da nidação:
  • Hormonal e cirúrgico.

De acordo com estudo transversal de 2019 (Trindade e col) que utilizou dados secundários de 17.809 mulheres que responderam à pesquisa nacional de saúde, mais de 80% das mulheres relataram utilizar algum método contraceptivo, sendo o contraceptivo oral o mais utilizado (34,2%), seguido dos cirúrgicos (25,9%) e das camisinhas (14,5%).  

As mulheres pretas/pardas, nortistas e com baixa escolaridade são mais esterilizadas, enquanto as brancas, com maior escolaridade e das Regiões Sul e Sudeste são as que mais utilizam contraceptivo oral e dupla proteção. 

Apesar das melhorias observadas, não houve diminuição da prevalência do não uso de método contraceptivo e ainda existem desigualdades de acesso à contracepção no país.

Mais de 106 milhões de mulheres do mundo inteiro estão usando o DIU, que é o segundo método de planejamento familiar mais comumente usado, logo após a esterilização voluntária feminina, sendo, porém, o mais usado entre os métodos reversíveis. As altas taxas de uso são provocadas pela China, onde vivem cerca de dois terços das usuárias de DIU do mundo.  

Uso ACO (contraceptivo hormonal oral – medicamento anticoncepcional) tem mais de 100 milhões de mulheres no mundo (35% no Brasil,  25% GRÃ-BRETANHA E 1% JAPÃO) mostrando o peso da cultura nesta tomada de decisão.

O DIU não hormonal não traz alguns dos muitos benefícios contraceptivos, como o controle do ciclo, a melhora da cólica menstrual, a diminuição do fluxo menstrual, a diminuição das dores nas mama, a melhora da tensão pré- menstrual, a proteção contra câncer de ovário e endométrio, a diminuição dos cistos funcionais do ovário, a prevenção da endometriose e miomas, a proteção da fertilidade, a melhora da pele, da acne e do hirsutismo.

Como fica a fertilidade depois de usar anticoncepcional por muito tempo?

Segundo um estudo publicado na revista Human Reproduction, se você usou anticoncepcionais orais por mais de quatro anos, não precisa se preocupar. 

Você tem mais chances de engravidar dentro do período de um ano do que mulheres que tomaram anticoncepcionais por um período de dois anos. Se o uso foi superior a 12 anos, as chances de engravidar são ainda maiores.

As pílulas são classificadas em combinadas (com estrogênio e progesterona) e apenas com progestogênio, também chamadas de minipílulas.

As combinadas dividem-se ainda em monofásicas, bifásicas e trifásicas. 

Nas monofásicas, a dose dos esteróides é constante durante toda a cartela. As bifásicas contêm duas dosagens diferentes e as trifásicas (três dosagens), tentando ser parecido com o ciclo hormonal natural.

A pílula oral é feita de hormônios parecidos com os produzidos pelo corpo: estrogênio sintético e natural e progesterona. 

O etinilestradiol (EE) é o estrogênio sintético mais utilizado com dosagens que podem ser de 50, 35, 30, 20 ou 15 picogramas,  diferente do 17 beta estradiol que é bioidêntico presente em apenas dois contraceptivos comercializados no Brasil.

Os progestágenos podem ser derivados da 17-OH-progesterona  –  pregnanos, da 19-nor-testosterona e da espironolactona que vão conferir determinados benefícios ou malefícios ,como melhora da pele, inchaço, trombose,… 

As eficácias são semelhantes, como podemos ver de acordo com o índice de Pearl.

  • Contraceptivo oral (0,1 a 3,0 falhas/100 mulheres-ano);
  • Injetáveis (< 1,0 falhas/100 mulheres-ano);
  • Implante (< 1,0 falhas/100 mulheres-ano);
  • Minipílula (1,1 a 9,6 falhas/100 mulheres-ano).

Certos medicamentos interferem com os contraceptivos hormonais, como os antibióticos, rifampicina e griseofulvina, os anticonvulsivantes como fenobarbital, hidantoína, carbamazepina e primidona.

Sofrem interferência dos contraceptivos hormonais os anticoagulantes, benzodiazepínicos, ácido fólico, imipramina e  insulina.

A forma como o hormônio é liberado, pode ser através da via oral, parenteral (intramuscular), subcutânea (adesivos, implantes), vaginal (anéis) e uterina ( DIU medicado).

A decisão entre qual método utilizar depende da avaliação da paciente que precisa responder junto ao seu médico a três perguntas. Qual método ela pretende usar? O histórico e a saúde dela permitem o uso?  E, por último e, não menos importante, ela consegue se adaptar ao mesmo? Essa última pergunta deve ser respondida após um período de avaliação não inferior a 90 dias, com exceção para o implante e o DIU.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Incontinência urinária é duas vezes mais comum em mulheres

Incontinência urinária é duas vezes mais comum em mulheres

(Idosas são mais acometidas por incontinência urinária / foto: pixabay)

Incontinência urinária é duas vezes mais comum em mulheres

Pandemia agravou tratamento de várias doenças, como a incontinência urinária, ao dificultar acesso da população a exames diagnósticos e tratamentos

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a incontinência urinária (os escapes de urina) são duas vezes mais comuns no público feminino (devido à anatomia do sistema genital ), atingindo 40% das gestantes e cerca de 35% das mulheres com mais de 40 anos ou após a menopausa, mostrando ser a idade e a gestação os principais fatores de risco. 

No Brasil, ela afeta a vida de mais de 10 milhões de pessoas e, no mundo, aproximadamente 5% da população

Números divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que os tratamentos cirúrgicos para a incontinência urinária caíram 60% em 2020, em relação ao ano de 2019.

Com o avanço da vacinação, as pessoas estão retornando à busca por  tratamento especializado.

Para que as mulheres mantenham uma capacidade adequada de continência urinária, é necessário que diversos músculos, nervos (simpáticos, parassimpáticos e somáticos) atuem de forma harmônica.

A bexiga funciona como reservatório para armazenamento e eliminação periódica da urina. A bexiga é um órgão muscular oco, constituído por fibras musculares lisas que formam feixes sem orientação definida.

Para que essas funções ocorram adequadamente, é necessário que o músculo da bexiga (detrusor) relaxe e haja aumento coordenado do tônus esfincteriano uretral durante a fase de enchimento da bexiga, e o oposto durante a micção.

A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária da urina e, apesar de não colocar em risco a vida de quem sofre, tem um impacto negativo em todas as dimensões da qualidade de vida (social, psicológica, física, sexual), desencadeando fenômenos de depressão, redução da autoestima e constrangimento social

É importante saber que nem toda incontinência urinária é igual. Ou seja, existem vários tipos e causas diferentes, sendo a incontinência diferente em homens, mulheres, crianças e idosos. O grau do vazamento involuntário de urina também varia de um indivíduo para outro, podendo ser:

  • Leve: quando os escapes ocorrem ocasionalmente e em pequena quantidade.
  • Moderado: a perda de urina acontece frequentemente e em quantidade moderada. Nesse caso, já é preciso utilizar algum forro ou produtos para barrar o incômodo.
  • Intenso: os escapes são frequentes e em grande quantidade, capazes de gerar vazamentos. Essa situação pode gerar grande constrangimento e, sem o uso de produtos adequados, prejudica a vida pessoal e social.

A incontinência por esforço é causado por uma disfunção do sistema esfincteriano da bexiga. Esta complicação provoca a incapacidade da bexiga de suportar aumentos repentinos na pressão intra-abdominal e a manifestação mais evidente é a incapacidade de reter a urina em caso de espirros, risos, saltos, esforço físico (como levantar peso), durante relações sexuais etc.

A incontinência de urgência é a perda não controlada de urina que ocorre por uma necessidade urgente e incontrolável de fazer xixi. A noctúria (acordar à noite para urinar) e incontinência noturna são fenômenos comuns. Esse tipo de incontinência geralmente é causado pela bexiga hiperativa; mas também pode ser causado por infecção urinária ou alteração dos nervos que ficam na base da bexiga.

A incontinência mista associa os dois tipos citados acima. 

Menos frequente, temos as perdas de urina decorrente de fístulas (após cirurgias, radioterapia,…) e transbordamento em casos de bexiga neurogênica.

A incontinência pode acontecer por várias razões, como por infecções do trato urinário, infecção vaginal, irritação e constipação, uso de medicamentos e, em especial, anormalidades como:

  • Músculos fracos da bexiga;
  • Bexiga hiperativa;
  • Fraqueza e disfunções do assoalho pélvico;
  • Danos nos nervos que controlam a bexiga;
  • Doenças como esclerose múltipla, diabetes ou Parkinson;
  • Tumores (benignos ou malignos);
  • Prolapso de órgão pélvico, quando ocorrer relaxamento e queda da bexiga ou uretra, por exemplo;
  • Lesão ou dano aos nervos ou músculos durante uma cirurgia.

O assoalho pélvico ou piso pélvico, como o próprio nome indica, é um grupo de músculos voluntários e involuntários e ligamentos conectados a estruturas ósseas que se fundem e sustentam os órgãos abdominais e pélvicos. 

Essa estrutura participa de várias funções do organismo e se conecta a outros grupos musculares do abdômen, das costas e das pernas. Ele forma o períneo e por ele passam ou se sustentam a uretra (canal da urina), a vagina, o útero, o reto e o ânus, podendo impactar a função urinária, sexual e intestinal/fecal.

Evoluímos muito nos últimos 50 anos na compreensão da função urinária e do assoalho pélvico e, atualmente, sabemos que a perda urinária (incontinência) aos esforços, tão frequente nas mulheres, se deve a um enfraquecimento do ligamento pubouretral e do músculo de mesmo nome. Estes estudos mudaram o tratamento cirúrgico da incontinência urinária de esforço, tornando-o um procedimento minimamente invasivo.

Muito se falou nos últimos anos em flacidez vaginal, que leva à incontinência urinária e fecal, ao prolapso genital, também conhecido por prolapso vaginal, quando os músculos que suportam os órgãos femininos na pelve enfraquecem, fazendo com que o útero, uretra, bexiga e reto desçam pela vagina, podendo mesmo sair para o exterior.

Não basta ter só força muscular, mas função muscular adequada e equilíbrio.

É um equilíbrio delicado, que necessita de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo ginecologistas, urologistas, coloproctologistas e fisioterapeutas. 

A fisioterapia especializada trabalha não só a força muscular, mas coordenação e relaxamento, e tem como meta devolver a função de trabalhar preventivamente nas épocas em que o assoalho pélvico pode entrar em sofrimento, como gravidez, parto e pós-parto.

De acordo com uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de cesariana continua crescendo mundialmente, respondendo agora por mais de um em cada cinco (21%) partos. Este número deve continuar aumentando na próxima década, com quase um terço (29%) de todos os partos, provavelmente ocorrendo tal previsão de resolução dos por cesariana até 2030.

Em 2018, um estudo publicado na revista científica Lancet comparou a taxa de cesáreas em diferentes países. O Brasil ficou atrás apenas da República Dominicana. 

As cesáreas, realizadas tanto pelos serviços privados como pelos públicos, representavam 55,5% do total de partos no país. 

O parto normal pode provocar incontinência urinária devido aos danos que pode provocar à integridade da musculatura e inervação do assoalho pélvico, muito importantes para a manutenção da continência urinária. 

No entanto, isso não significa que todas as mulheres que têm um parto normal, venham a sofrer deste problema. Os fatores que podem aumentar o risco de desenvolver incontinência urinária são o parto prolongado, trabalho de parto (induzido) e o tipo de parto, segundo alguns trabalhos:

– Parto normal aumenta risco (0R=1,5 a 3);

– Uso de fórcipes aumenta muito o risco (OR=35);

– Parto cesáreo protege (OR=0,39).

Esses parâmetros do parto vaginal relacionados à incontinência urinária foram estudados no estudo norueguês EPICONT, que incluiu 11.397 mulheres em um questionário sobre incontinência urinária e variáveis relacionadas ao parto com associação significante entre qualquer tipo de incontinência urinária e peso do recém-nascido maior que 4 kg.

A atividade física pode “evidenciar” a incontinência urinária, passando esta a ser percebida apenas a partir da realização de atividades físicas que predisponham a perda de urina, mesmo em mulheres que não têm fatores de risco como a idade e paridade.

A incontinência urinária pode ser provocada por esportes de alto impacto como musculação, crossfit, vôlei, futebol e até mesmo corrida, podendo comprometer os mecanismos de sustentação, suspensão e contenção da musculatura pélvica, que sofre sobrecarga intensa e repetida, promovendo o enfraquecimento do assoalho pélvico. “Durante essas atividades, que geralmente envolvem saltos e contração muscular, os órgãos internos causam muita pressão sobre a bexiga”.

No entanto, existem exercícios que podem ajudar as mulheres a fortalecer a musculatura pélvica, como os criados pelo médico Arnold Kegel na década de 1950  e as técnicas de pompoarismo.

O tratamento da incontinência urinária depende muito do tipo e do grau da doença. Existem tratamentos cirúrgicos, medicamentosos e fisioterapêuticos – cada um indicado para determinado tipo e grau do problema. 

Cirurgia de Sling – para mulheres (visa restaurar o suporte da bexiga e da uretra);

medicamentos: o urologista, após diagnosticar que a causa da incontinência urinária é hormonal, pode prescrever medicamentos como anticolinérgicos e estrogênio tópico;

Cinesioterapia do assoalho pélvico: reeducação pélvica para fortalecer os músculos pélvicos através de exercícios físicos específicos (conhecido como exercícios de Kegel);

Estimulação elétrica: uso de equipamentos elétricos para estimulação passiva. Este tratamento é feito com um fisioterapeuta por recomendação médica. 

É importante ressaltar que esses tratamentos não garantem a cura da incontinência urinária. Além disso, complicações podem ocorrer; por isso, é importante nunca se automedicar ou fazer qualquer procedimento sem supervisão médica. 

Hábitos como segurar o xixi, não beber água, fazer xixi a toda hora, consumir substâncias em excesso, como carboidratos, açúcar, álcool e cigarro devem ser evitados.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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A busca do equilíbrio justo entre acelerar ou desacelerar no cenário atual

A busca do equilíbrio justo entre acelerar ou desacelerar no cenário atual

Ócio e a busca do equilíbrio justo entre acelerar ou desacelerar no cenário atual

Desafios atuais e cobranças internas e externas em um mundo ‘acelerado’ se contrapõem à necessidade de tirar o pé e aproveitar o momento

A folga, ou repouso, tem o objetivo de restaurar nossa concentração, foco e estabilidade emocional para darmos passos importantes em nossos objetivos e responsabilidades

Vivemos cercados por cobranças internas e externas em ter que acelerar em determinado momento da vida em um mundo que está cada vez mais acelerado e complexo, em contraste com a necessidade de tirar o pé e aproveitar.

A pandemia acabou forçando as pessoas a desacelerar, devido ao isolamento social que acabou estimulando o surgimento de sentimentos até então pouco valorizados no mundo real.

Desta forma, fui apresentado a um sentimento, até então pouco visto, em pessoas mais jovens no meu dia-a-dia de ginecologista. A presença de um vazio! Vazio este muito frequente em mulheres no climatério (período entre 45 e 65 anos), a Síndrome do Ninho Vazio.

Ela é caracterizada por um sofrimento excessivo, associado à perda do papel da função de pais, com a saída dos filhos de casa, quando vão estudar fora, quando se casam ou vão viver sozinhos.

A sensação de vazio é incômoda, porém muito comum em algum momento da vida, apresentando-se em maior ou menor grau. Muitos já sentiram o estranho sentimento de vazio interior que faz parte da condição humana. No entanto, quando a sensação é contínua, isso pode trazer vários prejuízos.

Na verdade, é esperado que a maioria passe por essa experiência pelo menos uma vez, devido a situações estressantes na vida, como em épocas de transição da adolescência para a vida adulta ou da vida adulta para a velhice, onde as pessoas se sentem perdidas diante das muitas possibilidades que surgem.

O mesmo acontece com os períodos de mudança (de cidade, de país, de emprego, de família) que causam uma sensação semelhante. Os propósitos se modificam com a nova realidade, podendo levar tempo para que eles reapareçam.

Diante de quase dois anos de pandemia da COVID-19 e as incertezas que ainda temos em relação ao que virá desencadeia esta sensação de vazio difícil de explicar.

Importante pontuar que este vazio é muito diferente da apatia que é a falta de emoção, motivação ou entusiasmo. É um termo psicológico para um estado de indiferença, no qual um indivíduo não responde aos estímulos da vida emocional, social ou física.

É importante enxergar a necessidade de desacelerar e utilizar o tempo livre a nosso favor! Isto não significa que estaremos aumentando este vazio.

O excesso de tarefas é um perigo para a produtividade do ser humano com complexas relações de trabalho , um turbilhão de informações e de atividades cronometradas e de alta pressão.

Essa realidade gera amplo estresse e, como resultado, interrompe nosso processo de ter ideias consistentes, estabelecer estratégias e até dar passos significativos rumo ao nosso crescimento pessoal e profissional.

É importante enxergar a necessidade de desacelerar e utilizar o tempo livre a nosso favor!

Você conhece o conceito de ócio criativo?

Ao contrário do que parece, o ócio (folga ou repouso) tem o objetivo de restaurar nossa concentração, foco e estabilidade emocional para darmos passos importantes em nossos objetivos e responsabilidades.

É um conceito que surgiu no ano 2000 com a publicação do livro de mesmo nome do sociólogo italiano Domenico De Masi. Em sua narrativa, ele encara o ócio como um tempo livre ou um equilíbrio justo entre trabalho, estudo e descanso, sendo uma forma de recuperar o fôlego para atividades que exigem foco e, claro, criatividade.

Através de atividades de lazer, bem-estar físico e mental, na companhia de amigos e entes queridos ou de descanso, a capacidade inventiva é renovada, abrindo espaço para melhorar o desempenho.

Diferentemente da preguiça e da procrastinação (atitude de postergar, adiar) que são negativas para a produtividade, o ócio criativo tem o objetivo de renovar as energias e revigorar o cérebro.

Enxergue sua rotina de trabalho e identifique como redistribuí-la para aproveitar as horas em que sente maior produtividade. Por exemplo, as

atividades de maior concentração poderiam ser feitas de manhã e tarefas mais leves ficariam para depois do almoço.

Use seu tempo livre com inteligência, como ler um bom livro ou ir ao teatro, seja curtir a família ou fazer exercícios ou tudo isso junto. O importante é que seu momento de ociosidade tenha conteúdo e seja utilizado para atividades revigorantes e prazerosas.

Há momentos em que seu corpo simplesmente precisa parar. Inclua pausas rápidas para tomar um café, fazer uma meditação, respirar, alongar, mesmo que seja no local de trabalho.

Além de recuperar a energia criativa necessária às nossas tarefas e responsabilidades, o ócio ajuda a diminuir as tensões físicas, a diminuir frustração e incapacidade, gerando equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Embora muita gente pense que o ócio criativo é impraticável no mercado atual, várias empresas, em especial as de tecnologia, têm incentivado seus funcionários com resultados muito satisfatórios.

Até mesmo uma pessoa workaholic pode se reorganizar e considerar a possibilidade deste descanso da mente tão necessário e que ajuda a evitar o burnout.

Pesquisa publicada recentemente no periódico Journal of Personality and Social Psychology conduzida por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostrou que o excesso de ócio pode causar um efeito contrário ao que se espera, podendo trazer, inclusive, estresse e ansiedade.

Foi feita uma revisão de dois estudos antigos, o American Time Use Survey (pesquisa americana de uso do tempo) com 21 mil participantes e o Estudo Nacional da Mudança da Força de Trabalho dos EUA, que continha dados de 13 mil participantes coletados entre 1992 e 2008.

No final, os pesquisadores constataram que o período diário de 2 horas de lazer parecia ser benéfico aos indivíduos, mas os benefícios paravam quando o tempo de ócio ultrapassava as 5 horas.

Tempo livre é bom, mas em excesso pode diminuir seu bem-estar! 

Não adianta ter 5 horas de ócio e gastá-las em frente às telas de tv, computador ou celular. De acordo com o estudo, pessoas precisam utilizar a folga de maneira produtiva.

O período entre um e outro não apresentou vantagens extras. De toda forma, os cientistas reforçam a importância de manter o equilíbrio: além do trabalho, tente adicionar atividades físicas ou mentalmente envolventes na rotina, como o estudo de um instrumento musical ou algumas horinhas na cozinha. Usar o tempo em atividades sociais, envolvendo família e amigos, também foi visto como vantajoso.

De acordo com os cientistas, a queda do bem-estar em pessoas com muito tempo livre ocorria devido à falta de senso de produtividade e propósito.

Na tentativa de preencher o vazio, buscamos formas nada saudáveis de sentir prazer. Festas, baladas, vícios, uso excessivo de álcool, compulsão por comidas ou compras são alguns comportamentos desenvolvidos por essas pessoas.

Outra consequência da sensação de vazio é a desistência. Diante da incapacidade de encontrar um propósito e insucesso em preencher o vazio com elementos externos, a depressão se instala gerando um cenário altamente prejudicial para a saúde mental. Neste caso, precisa procurar ajuda com um especialista.

Uma pessoa pode ter tudo e, no entanto, sentir um profundo vazio em seu interior que é, na verdade, um aviso de que você não está bem e precisa reavaliar a sua vida.

Para isso, é preciso começar a tarefa de se conhecer e se aceitar. É preciso identificar os fatores que provocam esse acúmulo de emoções negativas.

Valorizar o que você tem não significa ser conformista, mas sim aceitar a realidade tal como ela é.

Concentre-se naquilo que lhe faz bem, potencialize suas virtudes e não se deixe dominar pelos seus defeitos. Seja consciente de que a perfeição não existe!

É de suma importância que você durma no mínimo oito horas; faça as refeições em horários corretos e regulares; hidrate-se bastante e caminhe pelo menos meia hora por dia. O objetivo final é a busca do equilíbrio entre o momento de acelerar e desacelerar.

Passe alguns dias consigo mesmo, fazendo coisas que gosta e o deixam feliz. Tire uma folga do trabalho, se for preciso!

Todos nós temos sonhos que nos dão a motivação para seguir em frente, encarar os desafios da vida e não desistir diante das dificuldades e dos inúmeros “nãos” que a vida nos dá. O que você tanto deseja realizar em sua vida depende completamente de disciplina e planejamento.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

Se você tem dúvidas ou quer sugerir tema para a coluna, envie e-mail para gustavo_safe@yahoo.com

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Endometriose: da dor ao amor!

Endometriose: da dor ao amor!

Portadoras de endometriose: da dor ao amor

A busca pela cura começa com um correto entendimento da doença e de como ela pode ser afetada pela Epigenética. O especialista pode fazer a diferença

Você mulher, que ao longo da vida vem sentindo sintomas muito frequentes que lhe causam tantos transtornos, não só a você, mas a todos que consigo convivem, existe, não somente a esperança de se libertar de tanto sofrimento, mas encontrar tratamentos adequados que lhe promoverão a cura desta doença tão frequente, que é a endometriose.

No conceito médico universal, a “Endometriose é a presença de Endométrio, glândula ou estroma (epitélio que reveste a cavidade interna uterina), fora do Útero“, sendo uma doença enigmática que afeta 1 em cada 10 mulheres durante o menacme (anos menstruais), computada à mulher moderna, apesar de já citada milhares de anos A.C., com ênfase especial a Hipócrates, Pai da Medicina, 430 anos A.C., mas com alto índice de acometimento atual em virtude de uma vida atribulada e comprometida com diversos fatores que as conquistas femininas passaram a exigir dessas mulheres tão especiais, que são as suas portadoras.

Para melhor compreensão, importante saber que o Endométrio tem a finalidade de receber e nutrir o embrião, promovendo o desenvolvimento normal do feto e quando não ocorre fecundação, na ausência de gravidez é eliminado como menstruação, sendo renovado ciclicamente a cada mês, visando sempre a finalidade precípua a ele destinada, para renovação da vida.

Considerada “Uma desordem genética, poligênica e multifatorial”, não é mais uma doença local e sim uma doença sistêmica que pode acometer múltiplos órgãos e sistemas com consequências que extrapolam a visão de um problema não somente ginecológico, mas também multi e interdisciplinar.

A paciente pode apresentar os mais diversos tipos de dor e sintomas ao longo da vida, como cólicas menstruais invalidantes, sangramentos uterinos anormais, transtornos sexuais (dor na relação), dor pélvica crônica e aguda, síndromes somáticas (fibromialgia, fadiga crônica, intestino irritável, bexiga dolorosa), infecções, problemas intestinais (constipação, dor evacuar, …) e infertilidade.

Como se não bastasse, são submetidas a cirurgias mutiladoras, complicações obstétricas, tratamentos caros e onerosos de reprodução assistida que desencadeiam ou agravam transtornos psicoemocionais.

Durante o 6th WEC-Quebec-Canadá, 1998 (6°Congresso Mundial de Endometriose), primeiro evento mundial em que pai e filho estiveram juntos, fomos co-fundadores da primeira Sociedade Mundial de Endometriose (World Endometriosis Society).

Nesta mesma época criamos o primeiro Centro de Endometriose do Brasil, o CENDO, com objetivo de aliviar a dor das pacientes portadoras de endometriose e buscar a cura, na qual acreditamos, embora hoje ainda seja questionada.

Com mais de 50 anos dedicados ao estudo, pesquisa e tratamento da Endometriose, Dr. Jorge Safe criou o Perfil Psicológico próprio das Portadoras de Endometriose (vídeo), no qual mostra que as portadoras são mulheres perfeccionistas, personalistas, ansiosas, mas acima de tudo especiais, de grande fortaleza e sensíveis.

As portadoras de Endometriose podem ser assintomáticas e não desenvolverem a doença e terem uma vida normal, apesar de apresentarem uma tendência, o que chamamos de Epifenômeno. Epifenômeno (do grego, Epi = sobre, acima e Fenômeno, uma ocorrência natural; neste caso proveniente da menstruação através do fluxo retrógado).

Infelizmente, algumas mulheres acabam desenvolvendo a doença. Na busca pela cura desta doença, precisamos no dia-a-dia fazer um diagnóstico correto e instituir uma terapêutica adequada, buscando a Cura Física, estendendo à Cura da Alma ,através de orientações de vida para tal.

Para se fazer o diagnóstico amplo e adequado, é necessário conhecer e destacar múltiplos fatores da doença, como a Herança Genética, aliada a outros fatores determinantes, como o Familiar (maior incidência entre parentes de 1° grau, mãe e irmãs), o Biológico (Menarca que é a idade da primeira menstruação, fluxo e irregularidade menstrual) e o Sociocultural (ligado à educação, influência da presença dos pais através de exemplos, desejos transferidos e expectativas em relação à filha), importantes na Gênese, Desenvolvimento e Gravidade da doença.

Para que sejam conhecidos tais fatores, é necessária uma consulta médica especializada que, através de uma anamnese completa com perguntas e respostas entre o médico e a paciente e um exame físico adequado, irá permitir o diagnóstico clínico com grande segurança, ficando os exames complementares, como diz o próprio nome, para completar e auxiliar na conduta médica.

O tratamento deve ser individualizado para cada portadora, tomando muito cuidado para que o mesmo não leve a paciente a quadros de depressões e ansiedades, estas últimas já existentes previamente no dia-a-dia das portadoras de endometriose, sob três manifestações diferentes: hiperansiedades, sofrimento antes de fazer as coisas e querer fazer tudo rápido, perfeito sem delegar a ninguém.

A busca do equilíbrio entre o corpo e a mente se faz fundamental. Como Hippocratis dizia, a mais de 400 anos antes de Cristo, “Na arte da medicina não temos como separar o doente do médico e da doença. Para isso precisamos deixar o passado, diagnosticar o presente e profetizar o futuro”.

Desta forma, precisamos saber indicar e realizar uma cirurgia minimamente invasiva, nem muito precoce e nem muito tardia, sendo radical apenas para com a Endometriose.

Neste contexto, ainda é importante saber definir o melhor tratamento medicamentoso associado: seja de primeira linha (sem cirurgia) ou segunda linha (após cirurgia), sempre estimulando medidas de proteção contra o desenvolvimento da doença (uso especial de contracepção, estímulo ao parto normal, aleitamento materno …)

As pacientes precisam acreditar, como nós acreditamos, em uma nova vida, com os filhos desejados, realização profissional e sexual, qualidade de vida, podendo até mesmo fazer TRH (Terapia de reposição hormonal), se indicado, transformando o sofrimento (DOR) em felicidade plena de viver (AMOR)!

Teste realizado por 2 gerações de especialistas em endometriose

O Dr Jorge Safe, dedica-se há várias décadas ao estudo, pesquisa e tratamento da Endometriose, tendo sido pioneiro na abordagem da doença por microcirurgia, sempre com uma atenção especial em individualizar cada caso e tratar de forma humanitária a Endometriose dessas mulheres tão especiais! Autor do “PERFIL PSICOLÓGICO DAS PORTADORAS DE ENDOMETRIOSE”, autor do livro dedicado à vida feminina: “CHEIRO DE MULHER”, Membro titular da ACADEMIA MINEIRA DE MEDICINA entre outras várias atividades.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Energéticos cada vez mais necessários e presentes no dia a dia da mulher

Energéticos cada vez mais necessários e presentes no dia a dia da mulher

(foto: pexels)

Energéticos cada vez mais necessários e presentes no dia a dia da mulher

Com a correria do dia a dia é comum as pessoas se sentirem cansadas e procurarem por alternativas que possam ajudar a manter o ritmo, como mudança de hábitos e a utilização de bebidas e comprimidos energéticos.

Muitas pessoas pensam que o cansaço, falta de disposição ou falta de energia no corpo pode ser algo normal, decorrente da correria do dia a dia, mas pode ser um sinal de algum problema no organismo ou consequência de uma série de fatores, como má alimentação, estresse, noites mal dormidas ou doenças como hipotireoidismo e depressão.

É importante entender esses sinais que podem indicar que sua saúde está sendo comprometida de alguma forma. Saúde é muito mais do que ausência de doença. Uma saúde plena significa bem-estar e disposição para viver diretamente ligada ao seu estado físico, mental e emocional.

O estresse é uma condição bastante comum nos dias de hoje. Pessoas que sofrem com estresse excessivo tendem a aumentar o nível de cortisol, o que resulta em ansiedade e baixa energia, além de esgotar nutrientes e vitaminas importantes para manter nossa disposição.

Excesso de trabalho e sedentarismo também são problemas cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas, principalmente das mulheres.

Praticar atividades físicas em excesso pode te deixar cansado devido ao desgaste e fadiga, mas a ausência de exercícios também pode roubar sua energia pela ausência de produção de substâncias como as endorfinas.

As endorfinas, assim como a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina, é utilizado pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso. Esta substância química que é transportada pelo sangue, faz comunicação com outras células sendo considerada como o hormônio do bem-estar.

A falta de sono, ou sono não reparador, é um dos grandes responsáveis pela falta de disposição. Sabemos que a quantidade de horas necessárias para o funcionamento saudável do corpo humano e até para a nossa sobrevivência depende da idade e pode variar de uma pessoa para outra. 

Desde a década de 70 a ciência vem pesquisando a importância de uma boa noite de sono e como dormir melhor. A conclusão é de que um adulto saudável deve dormir, diariamente, entre 7 horas e 7 horas e meia.

Para muitas pessoas, álcool é sinônimo de relaxamento e descontração, podendo ajudar a repor as energias quando em pequenas quantidades. Em quantidades moderadas e altas já podemos comprometer a qualidade do sono e esgotar os níveis ideais de vitaminas responsáveis por manter nossa energia.

Seja para aguentar a rotina pesada no trabalho ou faculdade, seja para fazer treinos mais pesados e intensos: energia é fundamental! 

Substâncias termogênicas são muito usadas por quem quer queimar gordura e emagrecer, mas elas vão muito além disso, pois elas podem ser um aliado poderoso no aumento da energia e da disposição. Algumas substâncias termogênicas são também estimulantes como a cafeína que é a principal delas.

Possivelmente o cafezinho seja o energético mais famoso do mundo, mas seu “poder” energético é limitado. São cerca de 40mg de cafeína por xícara que ajuda a dar um gás ao longo do dia e pode ser uma excelente pedida.

A concentração de cafeína nos energéticos equivale a três xícaras de café. É uma alta dosagem que pode afetar seu sistema nervoso central, causando desidratação e perda de nutrientes que têm efeito calmante.

Lembremos que a cafeína em excesso pode provocar um efeito contrário e diminuir os níveis de energia após os picos iniciais. Se a ingestão de cafeína ocorre com muita frequência, você corre o risco de ter um efeito rebote ao gastar sua energia ao longo do tempo e sentir falta de disposição diariamente. 

Consumir muita cafeína (intoxicação aguda) pode gerar vômitos, aumento da pressão arterial, convulsões, aumento dos batimentos cardíacos e até mesmo a morte.

Os energéticos proporcionam maior disposição física, graças aos efeitos da cafeína presentes na bebida. As vitaminas do complexo B presentes na maioria dos energéticos também contribuem para a redução do cansaço e da fadiga propiciando um melhor desempenho mental.

Mesmo que o energético possa dar mais energia para enfrentar o dia, eles contêm substâncias que podem afetar o seu organismo como o açúcar, a taurina, o inositol e a glucoronolactona. 

Alimentos com alto teor de açúcar ou carboidratos refinados possuem pouco valor nutricional e não oferecem os nutrientes essenciais para manter nosso corpo ativo e enérgico. Por mais que o açúcar aumente a nossa energia, esse pico é considerado momentâneo e dentro de algumas horas você poderá notar que não está com a mesma disposição.

A taurina é um aminoácido produzido pelo nosso corpo que tem ação desintoxicante, antioxidante e ajuda no bom funcionamento do coração. A correria do dia a dia e o estresse ocasionam a eliminação de taurina.

Além das bebidas energéticas, o leite materno, as fórmulas infantis e os frutos do mar também são boas fontes de reposição deste aminoácido.

Os energéticos não possuem glúten ou qualquer tipo de produto de origem animal em sua composição sendo liberado para determinadas dietas.

Kimera é um produto prático, barato e de fácil utilização para quem precisa de energia rápida e barata, seja para um treino mais intenso ou para aguentar a rotina pesada no trabalho ou na faculdade. Com 300mg de cafeína por dose, Kimera tem ainda extrato de chá verde, gengibre e citrus aurantium, que maximizam o efeito energético do produto.

Os energéticos naturais podem ser uma ótima alternativa como as combinações a seguir:

  • Chá de erva doce (vitamina b6), canela (termogênica) e ginseng (anti estresse).
  • Abacaxi (vitamina c) com hortelã e gengibre (termogênico).
  • Suco de laranja (antioxidante), limão e cenoura (ajuda na digestão)
  • Vitamina de banana, aveia e canela ou Suco de limão com guaraná em pó (ótimo energético natural com cafeína)

Para aguentar a rotina, a pandemia da COVID-19, cada vez mais tem se utilizado energéticos para se manter animado e bem disposto, mas não podemos esquecer que existem hábitos que podem ser adotados e que ajudam a alcançar esses objetivos.

Manter uma rotina de horário como acordar cedo é uma alternativa confortável. Muitas vezes queremos ficar mais tempo na cama, mas manter uma rotina de horário deixa o corpo mais adaptado ao dia a dia (relógio biológico), funcionando conforme suas necessidades. 

Coloque o despertador e levante assim que ele despertar!

Atividade física ao ar livre com exposição ao sol ajuda na produção de vitamina D no organismo. Essa vitamina fornece cálcio aos ossos e ajuda na liberação de nutrientes que ajudam a combater doenças psíquicas, como a depressão e a ansiedade.

Alimentar-se bem no café da manhã com uma refeição equilibrada, com base em carboidrato e vitaminas pode proporcionar mais animação, foco e bem-estar ao longo do dia, permitindo que você se sinta disposto a continuar com os seus afazeres.

A medicina funcional que aborda a falta de energia e disposição, investiga todos os sintomas (físicos e emocionais) e contextos (ambiental e histórico) em que o paciente se encontra. A análise destes fatores, somados aos exames laboratoriais, instruíram o especialista de informações para propor um tratamento individualizado.

Alerta importante de que a falta de energia e o cansaço constante, que impedem a realização de atividades diárias como ir à escola ou trabalho, podem indicar um quadro de hipotireoidismo ou depressão.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Hipertensão arterial, inimiga oculta cada vez mais precoce na vida feminina

Hipertensão arterial, inimiga oculta cada vez mais precoce na vida feminina

A hipertensão arterial é uma doença silenciosa que tem acometido mulheres de forma mais precoce que o usual período do climatério

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos problemas de saúde pública mais importantes no mundo, já que é um importante fator de risco para a ocorrência do AVC, acidente vascular cerebral (80%) e infarto agudo do miocárdio (40%).

Um em cada quatro brasileiros sofre de HAS, sendo que, após os 60 anos, essa proporção ultrapassa os 50% e chega a 60% – 70% das pessoas acima dos 70 anos.

A HAS pode ser conceituada como uma doença crônico-degenerativa de natureza multifatorial, na grande maioria dos casos assintomática, que compromete fundamentalmente o equilíbrio dos sistemas vasodilatadores e vasoconstritores que mantêm o tônus vasomotor, o que leva a uma redução da luz dos vasos e danos aos órgãos por eles irrigados.

O coração é a bomba que faz o sangue rico em oxigênio e nutrientes chegar a todos os órgãos e tecidos por meio das artérias e suas ramificações. O trajeto de ida se faz pelas artérias e o de volta se faz pelas veias.

Quando o músculo cardíaco se contrai (movimento chamado de sístole), ele ejeta sangue com força para os vasos, exercendo pressão contra suas paredes. Em seguida, ele relaxa e se enche de sangue (movimento chamado de diástole).

É por isso que a aferição da pressão arterial envolve sempre duas medidas: a máxima (sistólica), exercida durante a batida do coração, e a mínima (diastólica), presente entre as batidas.

Pressão sanguínea é a capacidade do líquido sanguíneo de exercer pressão sobre os vasos, sendo finamente regulada por mecanismos fisiológicos.

O nível de pressão arterial saudável e ideal para um adulto é, no máximo, 12/8 ou 120/80 mmHg, sendo 12 a pressão sistólica, e 8 a diastólica. Esses valores devem ser levados em consideração nos momentos em que a pessoa estiver em repouso.

Quando os valores de aferição de pressão chegam ou passam de 14/9 se caracteriza a hipertensão. Nesse caso, a busca de ajuda médica é essencial para que um tratamento seja estabelecido e outras consequências da condição sejam evitadas.

Um quadro de hipotensão, ou pressão baixa, é identificado quando estes valores estão mais baixos do que 10/6. Nesse caso, é normal que a pessoa se sinta nauseada, tonta e pode, até mesmo, desmaiar.

A pressão arterial se modifica ao longo do dia, dependendo de fatores como estar deitado ou de pé, relaxado ou em atividade, nervoso ou tranquilo, estando mais baixa ao se levantar e mais elevada no final do dia.

Quando você corre, por exemplo, é natural que suas pressões sistólica e diastólica aumentem, e isso não é um problema, pois quem pratica atividade física regularmente tende a ter a pressão mais controlada e um coração que não precisa fazer tanto esforço para bombear o sangue.

Para entender o processo, imagine uma torneira ligada a uma mangueira para regar uma planta. Se você apertar um trecho da mangueira com a mão (aumentar a resistência), a passagem de água fica comprometida e você terá que abrir mais a torneira (aumentar a pressão) para manter o mesmo fluxo.

Só que, com o passar do tempo, a força exercida contra a parte mais apertada pode danificar a parede, além de forçar mais o coração, o que compromete a perfusão dos tecidos a longo prazo. Os mecanismos regulatórios da pressão sanguínea dividem-se classicamente em rápidos (ou reflexos), médios (ou humorais) e longos (ou renais).

O mecanismo rápido consiste em um conjunto de fibras autonômicas que estão em interação com os vasos e os líquidos sanguíneos, como o barorreflexo, o quimiorreflexo e o osmorreflexo.

O mecanismo médio consiste em ajustes humorais por substâncias que são produzidas e mantêm interação com seus receptores, agindo nos próprios vasos ou em centros de controle, como o óxido nítrico e a angiotensina.

O mecanismo longo ou renal consiste no controle em longo prazo do volume plasmático, no intuito de controlar a concentração de hidrogênio, sódio e outros eletrólitos.

Em decorrência de fatores genéticos, ambientais, de comportamento e de hábitos alimentares, esses mecanismos de controle são afetados, interferindo diretamente na regulação da pressão sanguínea, levando a doenças, como a hipertensão arterial.

Apesar de apresentar alta prevalência, ainda existe uma grande porcentagem de indivíduos que desconhecem serem portadores da HAS.

Dos pacientes que sabem do diagnóstico, cerca de 40% ainda não estão em tratamento ou estão com os níveis de pressão arterial descontrolados.

Sempre que uma pessoa está nervosa, o organismo libera adrenalina e a pressão tende a aumentar transitoriamente. Alguns pacientes podem apresentar valores altos apenas quando estão no médico ou no hospital – o fenômeno é chamado de “hipertensão do jaleco branco”, quadro bem mais frequente durante as consultas ginecológicas.

É por isso que o diagnóstico, em geral, envolve aferições em três diferentes ocasiões.

Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se medir, no mínimo, duas vezes por ano.

O grande problema é que, quase sempre, não dá para perceber que a pressão está elevada. Por isso, o diagnóstico geralmente demora, ou o paciente tratado acha que está bem e se descuida no controle.

Embora raros, os sintomas podem incluir dor de cabeça, tontura, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

Portanto, em decorrência da alta morbimortalidade associada à HAS e dos custos elevados para o seu tratamento (principalmente o custo de suas consequências), torna-se imprescindível um diagnóstico e o tratamento adequados para a modificação da história natural da doença hipertensiva.

Em mulheres, a prevalência da HAS apresenta um aumento significativo após os 50 anos, sendo esta mudança relacionada de forma direta com a menopausa (queda do estrogênio).

Há suspeitas de que a pílula anticoncepcional possa ter contribuído para o aumento de hipertensão entre as mulheres, assim como a obesidade, sedentarismo, estresse, comida gordurosa e com alto teor de sal.

Com relação à raça, além de ser mais comum em indivíduos afrodescendentes (especialmente em mulheres), a HAS é mais grave, apresentando maior taxa de mortalidade.

A má adesão ao tratamento (incluindo a maior dificuldade de acesso ao atendimento médico), infelizmente adiciona maior risco à raça negra.

Mesmo com todos os alertas dos médicos, a hipertensão parece não preocupar as pacientes, que não verificam a pressão arterial com assiduidade e associam o problema a crises passageiras e não a uma doença que precisa de tratamento prolongado.

Mulheres desenvolvem pressão alta mais cedo que homens, de acordo com as conclusões de um estudo norte-americano que comparou a evolução da hipertensão ao longo da vida de mais de 30 mil pessoas.

Os pesquisadores do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, na Califórnia, constataram que os vasos sanguíneos das mulheres, incluindo artérias grandes e pequenas, envelhecem mais rapidamente do que os dos homens.

Todos os pacientes diagnosticados com hipertensão precisam de maior atenção quando o assunto é COVID-19, pois são considerados grupo de risco. Já aqueles que estão com a doença descontrolada têm maior chance de sofrer com complicações quando testados positivos.

A medida da pressão arterial de forma indireta, com método auscultatório, utilizando-se esfigmomanômetro aneróide ou de coluna de mercúrio devidamente calibrados, ainda é considerada o melhor método.

A medida ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e a medida residencial da pressão arterial (MRPA) são ferramentas de grande utilidade em situações específicas.

A melhor forma de aferir a pressão em casa é utilizando um aparelho digital, de preferência o que tem a braçadeira. O mais importante é saber a maneira correta de fazer o procedimento.

No caso do primeiro, é preciso colocar a parte inferior da braçadeira em torno de 3 centímetros acima da dobra do cotovelo e deixar o fio por cima do braço. Assentado, com o cotovelo apoiado numa altura acima do diafragma ou do coração e a palma da mão virada para cima, então ligue o aparelho e deixe que ele faça toda a leitura.

Sempre que possível, utilizar o braço esquerdo, que pode apresentar números ligeiramente mais elevados em relação ao direito, pela proximidade com o coração.

As mulheres pós-menopáusicas são susceptíveis a risco maior de doenças cardiovasculares em relação àquelas que se encontram no período fértil. Em alguns casos, o risco é até maior que nos homens (acima dos 70 anos de idade), mostrando que fatores de distinção entre homens e mulheres são importantes na regulação da pressão arterial.

Isso indica o possível papel dos hormônios androgênicos nessa regulação. Nas mulheres, a presença do estrogênio pode ser um fator de regulação da pressão arterial. Estudos demonstram o papel cardioprotetor desse hormônio e o efeito de aumento da pressão arterial da testosterona.

Cerca de 90% dos pacientes diagnosticados têm a chamada hipertensão primária ou essencial, quando não há uma doença ou condição que a justifique.

Os fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial são:

– Hereditariedade: a pessoa tem uma predisposição herdada do pai ou da mãe.

– Idade: a pressão alta é mais comum em indivíduos com 65 anos ou mais.

– Etnia: negros têm propensão maior à doença, segundo estudos.

– Obesidade: quanto maior o peso, maior o risco.

– Sedentarismo: a prática de exercícios regulares tem papel protetor.

– Má alimentação: baixo consumo de frutas, verduras e legumes e excesso de comida industrializada podem comprometer a saúde das artérias.

O último ano e meio da pandemia da COVID-19 foi desafiador para os pacientes e profissionais da saúde.

As ações de lockdown e medidas restritivas aumentaram a ansiedade, reduziram as possibilidades de autocuidado da população, com maior sedentarismo, pior alimentação, agravamento na utilização de álcool e drogas.

Com a pandemia de COVID-19, muitas pessoas estão descuidando da saúde por medo de se deslocar até o médico, deixando passar despercebidos sintomas importantes que iriam indicar a presença de hipertensão.

Não se esqueçam da possibilidade de fazer uma teleconsulta com seu clínico, geriatra ou cardiologista, caso prefira não sair de casa.

A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente, pois além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável.

A abordagem quase sempre se inicia com medidas não farmacológicas, como prática de atividade física, redução do sal, controle do peso, melhora do sono e gerenciamento do estresse.

Mas quando a pressão está muito alta no momento do diagnóstico ou o paciente já apresenta outros fatores de risco cardiovascular, o tratamento medicamentoso é indicado logo, junto com as mudanças no estilo de vida.

Existem diferentes agentes anti-hipertensivos, com mecanismos de ação distintos. Durante a avaliação de um paciente hipertenso, alguns dados da anamnese e do exame físico servem como indício de causas secundárias que podem estar presentes.

Os principais indícios de hipertensão secundária são início antes dos 30 anos ou após os 50 anos, apnéia do sono, HAS refratária ao uso do medicamento, perda de proteína na urina, assimetria pulso femoral, sopros abdominais, doença renal e hipertireoidismo.

A HAS é, e continuará sendo, uma doença altamente prevalente e com alto impacto negativo social. A identificação precoce dos hipertensos e o tratamento eficaz são de grande importância clínica nos planos individual e populacional. Uso de aparelhos calibrados, técnica precisa e identificação de causas possivelmente reversíveis são parte fundamental no manejo clínico desses pacientes.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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