Hormônio anti-mulleriano (AMH), mitos e verdades

Hormônio anti-mulleriano (AMH), mitos e verdades

Hormônio anti-mulleriano (AMH), mitos e verdades

Diferentemente do que muitos acreditam, a dosagem baixa do hormônio anti-mulleriano não define o fim da fertilidade da mulher e muito menos o início da menopausa.

A data exata da menopausa é determinada quer pela quantidade inicial de células germinativas, quer pela sua depleção ao longo da vida. 

Em outras palavras, quem tem alta reserva e gasta mais óvulos pode ter uma menopausa antecipada em relação a quem tem baixa reserva e gasta pouco óvulos.

A mulher pode se programar e tentar proteger a sua reserva ao longo da vida, por exemplo com dietas ricas em ômega 3 e antioxidante (nozes, castanhas, peixe e legumes frescos) que parecem aumentar a sobrevida deste ovário em até 3 anos, diferente de um cardápio rico em carboidratos  que acelera a menopausa em até 1 ano segundo a equipe da Universidade de Leeds.

O uso de pílulas anticoncepcionais diminui a chance do ovário apresentar problemas (cistos, endometrioses, câncer,…) que poderiam provocar um dano ovariano secundário.

Para as mulheres que têm o sonho de ser mãe, a melhor defesa é o ataque tornando a idade um importante aliado neste processo, evitando uma queda acentuada da sua reserva ovariana após os 35 anos, pois a natureza não foi nada gentil com as mulheres que já nascem com toda a reserva ovariana que vão usar durante toda a vida.

O Hormônio Anti-Mulleriano (AMH), também chamado de Substância Inibidora Mülleriana (MIS), é uma glicoproteína que está envolvido em processos de crescimento e diferenciação apresentando flutuações durante o ciclo menstrual, sugerindo uma função reguladora da foliculogênese. 

Qual a dosagem do Hormônio Anti-Mulleriano (AMH)?

A dosagem de AMH constitui ainda um instrumento útil para o diagnóstico de várias entidades clínicas, tais como a puberdade precoce (AMH baixo), a puberdade tardia (AMH alto); o pseudo-hermafroditismo masculino, a Síndrome da Persistência do Ducto Mülleriano (PMDS); a suspeita de anorquia ou ectopia testicular. 

Em algumas situações, tais como na Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS), no casos de tumores da granulosa ovariana, e ainda nas recidivas de tumores após o tratamento específico a dosagem de AMH pode estar elevada.

A sua principal utilizacao é na avaliação da reserva ovariana, uma vez que ele é produzido pelas células da granulosas dos folículos ovarianos primários que serão recrutados para o desenvolvimento que precede a ovulação, bem como pelos pequenos folículos antrais (com até 7 mm de diâmetro). 

A foliculogênese é o conjunto de transformações que o folículo sofre desde o momento em que sai da reserva inerte de células germinais para iniciar o seu crescimento, até à sua involução atrésica ou, muito menos frequentemente, à sua expulsão do ovário na ovulação. 

Podem distinguir-se neste processo as fases da iniciação, do crescimento pré-antral, recrutamento, seleção e dominância corresponde a um estado morfológico particular do folículo. 

Estes processos têm início na vida fetal e caracterizam-se morfologicamente pelo aumento do tamanho do ovócito, pelo acréscimo do número de células da granulosa e, consequentemente, pelo aumento do tamanho do folículo. 

Durante a vida reprodutiva há permanentemente folículos a entrar em crescimento (cerca de 15 por dia aos 20 anos e apenas um número muito reduzido aos 40 anos). 

Um folículo destinado a evoluir até à ovulação inicia o seu crescimento 85 dias antes de atingir a maturação completa, não sendo ainda completamente conhecido o mecanismo desta iniciação que é independente das gonadotrofinas. 

Os níveis desse hormônio  AMH estão relacionados à quantidade de óvulos ainda disponíveis na reserva ovariana, não devendo ser o único exame a ser realizado.

Embora seja considerado um dos melhores marcadores da reserva ovariana, ele deve estar associado à dosagem do Hormônio Folículo Estimulante (FSH no terceiro dia do ciclo) e da contagem de folículos antrais por meio da ultrassonografia transvaginal.

Os testes de avaliação da reserva ovariana têm papel relevante para o aconselhamento das mulheres que pretendem engravidar não devendo ser utilizado de forma isolada para determinar o tratamento que o casal deverá realizar.

O exame é obrigatório?

O AMH não é um exame obrigatório para quem deseja fazer a fertilização in vitro (FIV) ou outro tratamento para engravidar, embora ele possa ser muito útil, principalmente para mulheres mais velhas, em quem há maiores riscos de a reserva ovariana já estar bastante baixa ajudando a nortear os protocolos de estimulação. 

O AMH é um marcador chave sobre como será a resposta a um tratamento de reprodução humana não sendo confiável em definir o sucesso de nascimento de uma criança.

A dosagem sanguínea pode ser realizada em qualquer época do ciclo embora possa apresentar uma variação de até 20% em um mesmo ciclo.

A mesma variação acontece com a dosagem do AMH no pós operatório de cirurgias ginecológicas onde mulheres apresentam uma queda inicial do seu valor com recuperação em alguns casos de 30 a 50% dos valores em até 6 meses.

O exame fornece uma predição da resposta dos ovários aos medicamentos hormonais uma vez que a paciente pode apresentar uma baixa resposta ou uma alta resposta conhecida como síndrome do hiperestímulo ovariano (SHO).

  • AMH> 3,5 ng/ml: resposta muito alta
  • AMH entre 2,5 e 3,5 ng/ml: resposta alta;
  • AMH entre 1,0 e 2,5 ng/ml: resposta média;
  • AMH entre 0,16 e 1,0 ng/ml: resposta pobre;
  • AMH < 0,16 ng/ml: resposta muito pobre.

Resposta alta considerarmos 20 ou mais óvulos, resposta média entre 10 e 20 óvulos, pobre abaixo de 10 óvulos e má  respondedora abaixo de 5 óvulos.

Habitualmente se considera o valor de 1,0mg/mL o limite entre reserva ovariana normal ou baixa reserva, com valores menores que 0,5 mg/mL considerados como muita baixa reserva.

É importante considerar que AMH de 1,0mg/ml pode estar adequado ou não em função da idade ser 40 ou 30 anos.

O cabelo é um meio que pode acumular biomarcadores ao longo de várias semanas, enquanto os níveis de hormônio no sangue podem flutuar rapidamente em resposta a estímulos. 

O AMH é liberado pelos óvulos enquanto ainda nos ovários e é incorporado aos fios de cabelo enquanto eles ainda estão sob a pele. 

A análise do AMH a partir de amostra de cabelo poderá ser capaz de prever com mais exatidão (conforme estudo que comparou a dosagem do cabelo com sangue e com CFA pelo US) como está a reserva ovariana da mulher .

As principais indicações para análise em mulheres são pré-tratamento de reprodução humana, histórico familiar de menopausa precoce, avaliação do protocolo e da dosagem de medicamentos no procedimento de reprodução assistida, pré-congelamento de óvulos para uso próprio ou para doação e na preservação de fertilidade antes de ser submetida a um tratamento gonado tóxico (como a quimioterapia, por exemplo).

A tendência moderna ao adiamento da maternidade é algo que interfere na capacidade de reprodução da mulher, tanto em ciclos naturais quanto na reprodução assistida. 

Apesar do avanço das tecnologias, a medicina ainda não é uma ciência exata. 

Por mais precisos que sejam os resultados, números são apenas números e não são capazes de descrever toda a realidade complexa que é o processo da fertilização que envolve, inclusive, fatores psicologicos ainda não totalmente esclarecidos.

Qual a taxa de sucesso?

Reserva ovariana baixa ou inexistente não necessariamente significa que a mulher não engravida como pudemos perceber recentemente com a Claudia Raia que engravidou naturalmente aos 55 anos depois de ter tentado ter o terceiro filho por meio de uma fertilização in vitro. 

Os especialistas não são unânimes quanto à capacidade de engravidar de uma mulher com baixa reserva hormonal. 

A maior utilidade do exame anti-mulleriano é prover mais um dado para que o médico especialista em reprodução humana possua informações para identificar o melhor tratamento para aquele casal. 

Isso aumenta as chances de sucesso da reprodução assistida, pois ele é um aliado,  uma ferramenta para ajudar a mulher a alcançar seus objetivos.

Além disso, sempre há a possibilidade de uma gestação usando o óvulo de uma doadora anônima ou não (parente até terceiro grau). 

Portanto, não há motivo para desespero caso uma análise clínica desse tipo mostra uma dosagem baixa do hormônio, sendo importante procurar um especialista capaz de ajudar a discernir o que é mito e o que é verdade

Leia também: Saúde dos filhos das Técnicas de Reprodução Assistida (ART)

Sobre mim

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular Fertilidade e Menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

Se você tem dúvidas ou quer sugerir temas para a coluna, envie e-mail para gustavo_safe@yahoo.com

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Saúde dos filhos das Técnicas de Reprodução Assistida (ART)

Saúde dos filhos das Técnicas de Reprodução Assistida (ART)

Saúde dos filhos das Técnicas de Reprodução Assistida (ART)

Artigo recente da revista Nature correlacionou o 
nascimento por ART e doenças da velhice.

Um tema comum que preocupa as “tentantes” no início do tratamento de fertilização in vitro (FIV) é se esse tratamento pode aumentar as chances de malformação ou anormalidade do bebê. 

Há uma preocupação bem antiga a respeito desse tema muito estudado para garantir a segurança destas técnicas.

Caso isto ocorresse estaríamos diante de um problema de saúde pública, pois nos últimos 40 anos mais de 8 milhões de crianças nasceram de um tratamento de reprodução assistida.

 A malformação congênita em bebês nascidos através de FIV é ligeiramente maior do que bebês nascidos através de gravidez espontânea mas sem significado estatístico após ajustes dos dados para fatores que poderiam influenciar o resultado como idade, gravidez única/múltipla e condição de fertilidade/infertilidade.

Em outras palavras, o tratamento de FIV não é o real responsável pelo aumento dos riscos para malformação, mas sim, a condição de infertilidade.

Outro ponto é que as mulheres que procuram a fertilização in vitro, geralmente são mais velhas sendo comprovado cientificamente que a progressão da idade diminui a fertilidade na mulher e aumenta as chances de ela ter um filho com alterações genéticas.

Na gravidez natural, os espermatozóides depositados na vagina “caminham” pelo útero e tubas, até encontrarem o óvulo (oócito). 

Nessa “caminhada”, muitos são eliminados pelo organismo feminino, acreditando-se que apenas os mais “fortes” consigam chegar ao óvulo através de uma espécie de seleção “natural” dos espermatozóides, semelhante ao que aconteceria com uma FIV clássica.

Quando se realiza a injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI), a seleção é feita pelo olho do observador, levando em conta a motilidade e a morfologia do espermatozóide que pode não ser tão bom quanto a “seleção natural” mencionada.

Durante o desenvolvimento embrionário, podem ocorrer erros na divisão das células, levando à alteração cromossômica que podem causar problemas no desenvolvimento do bebê, fazendo com que a gestação evolua para aborto espontâneo, ou mesmo o bebê se desenvolva com alguma síndrome, como a trissomia do cromossomo 21, conhecida como Síndrome de Down, por exemplo.

Além da possibilidade de alterações cromossômicas, cada embrião carrega as características genéticas dos seus progenitores, ou seja, se um dos familiares for portador de alguma alteração genética grave ou algum tipo de mutação, o embrião pode apresentar a mesma condição ou mesmo uma doença genética grave como a anemia falciforme e a fibrose cística.

O estudo genético embrionário tem se mostrado uma técnica segura com baixas taxas de erro no diagnóstico se realizado em laboratórios com profissionais experientes.

O teste genético pré-implantacional (PGT) permite a identificação de possíveis doenças genéticas no embrião antes da sua transferência para a cavidade do útero.

Em 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma normativa ética (Resolução nº 2.168/2017) que autoriza a realização da biópsia embrionária em cenários pré-estabelecidos. 

Os dois principais tipos de biópsia embrionária são o PGT-A e o PGT-M.

O “A” da sigla significa aneuploidia e nesse tipo de avaliação, a técnica tem o objetivo de rastrear mais de 100 doenças genéticas, principalmente aquelas relacionadas à alteração do número de cromossomos (aneuploidies –  Síndrome de Down, Patau, Edwards, entre outras).

O “M” da sigla representa doenças monogênicas e nesse tipo de avaliação, a técnica tem o objetivo de rastrear doenças hereditárias específicas, ou seja, doenças que acometem vários membros da mesma família e que apresentam alto risco de transmissão para seus descendentes (Anemia Falciforme, Fibrose Cística, neuropatias, entre outras).

A análise genética embrionária é realizada nos ciclos de FIV, antes da transferência dos embriões para o útero com uma agulha bem fina ou laser após cinco a seis dias da fertilização, quando os embriões estão no estágio de blastocisto.

As células biopsiadas são retiradas da parte embrionária que formará a placenta e outros anexos da gestação e não da região que irá formar o bebê.

As células biopsiadas são congeladas, identificadas e enviadas para a análise pelo geneticista enquanto os embriões são congelados e ficam armazenados em botijões com nitrogênio líquido em ambiente seguro e controlado.

Muito se discute sobre a possibilidade de o PGT estar associado a algum dano no embrião e esse dano dificultaria  a implantação embrionária. Essa seria uma das justificativas do porquê embriões saudáveis não se implantam no útero. 

Outro ponto de discussão é que a taxa de nascimento de bebês não aumenta com o procedimento e, por isso, o procedimento não deve ser realizado rotineiramente devido aos elevados custos.

Um artigo publicado recentemente em 15 de dezembro de 2022 pela revista Nature cujo título em português é o “Comprimento dos telômeros de leucócitos em crianças nascidas após a transferência de embrião no estágio de blastocisto” mostrou que crianças nascidas de ART apresentavam um maior risco de apresentar doenças da velhice (doença cardiovascular e câncer além de uma menor expectativa de vida ) devido a diminuição do tamanho da telomerase em especial nas crianças submetidas a biópsia de blastocisto pré implantacional.

Crianças nascidas de ART têm maior risco de apresentar baixo peso ao nascer, e parto prematuro que são risco para doenças cardíacas e metabólicas.

Os estudos atuais com pessoas nascidas de reprodução tem uma limitação de terem participantes com no máximo 32 anos de idade.

Isto acendeu um alerta trazendo à tona velhas perguntas que precisarão de novas respostas, além de um posicionamento das sociedades.

Alguns pesquisadores chineses realizaram a biópsia embrionária não invasiva utilizando  o material genético obtido do próprio meio de cultivo onde o embrião é colocado.

 Trata-se de um procedimento não invasivo e promissor porque não causaria danos ao embrião, mas que segundo as duas maiores sociedades internacionais de reprodução humana (ASRM e ESHRE) ainda é experimental e não deve ser utilizado de rotina.

A FIV é uma técnica muito segura com um controle rigoroso dos laboratórios e ciclos pela Anvisa, mas ainda existem várias especulações sobre a segurança em relação a alguns assuntos!

Embora várias pesquisas tenham sido feitas, ainda não há uma resposta definitiva de que a ART não colabora para o aumento da incidência de malformações. 

Precisamos de mais pesquisas para entender o relacionamento entre esses problemas e o meio usado para a cultura do embrião, o momento da transferência do embrião, os efeitos da estimulação do ovário, o uso do ICSI, o congelamento dos gametas e embriões e o diagnóstico pré implantação.

Seja lá qual for a resposta, sempre haverá algum risco, mesmo que pequeno, da concepção de um bebê que possa ter alguma malformação. 

Se não existisse a reprodução assistida muitos destes casais provavelmente não teriam a oportunidade de ter filhos!

O casal após conversar com o fertileuta precisa se posicionar e responder se estão dispostos a aceitar esse risco, em troca da imensa felicidade que é ter um bebê.

Leia também: Cacau, alimento do corpo e da alma!

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Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular Fertilidade e Menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Cacau, alimento do corpo e da alma!

Cacau, alimento do corpo e da alma!

Cacau, alimento do corpo e da alma!

Cuidado, pois chocolate é maravilhoso, mas não vale ingerir qualquer um, 
nem a quantidade que quiser. 

Os antigos Incas, Maias e Astecas consideravam o cacau como uma fonte de poder. O nome científico para a semente de cacau é Theobroma cacao, que, literalmente, se traduz como “alimento dos deuses”

Os principais nutrientes existentes no grão de cacau são as gorduras, carboidratos, proteínas, fibras e minerais.

Os grãos de cacau são carregados com antioxidantes, polifenóis, catequinas bem como, importantes minerais e vitaminas numa intensidade maior que o vinho tinto, morango, romã e chá verde, combinados.

A teobromina que normalmente é encontrada no fruto do cacau (Theobroma cacao) é um alcalóide primário que pertence à família das metilxantinas, da qual também fazem parte a teofilina e a cafeína explicando vários dos seus benefícios.

Quais são os benefícios do cacau?

O cacau é um dos alimentos que mais possui magnésio, um mineral essencial para o funcionamento saudável do coração. 

O cacau também está repleto de flavonoides que previnem o aparecimento de coágulos sanguíneos (deixam as plaquetas do sangue menos viscosas), protegendo contra ataques cardíacos e derrames.

Esta proteção ainda se dá pelo diminuição do mau colesterol (LDL) e aumentando o bom colesterol (HDL)

Além disso, o cacau ajuda na compulsão freando o desejo por comida, pois ele contém dois nutrientes, teobromina e anandamida que aceleram o metabolismo e reduzem a comilança emocional.

O cacau também ajuda o corpo a metabolizar o açúcar e reduzir a resistência à insulina. Um pequeno estudo italiano da Universidade de L’Aquila descobriu que, os participantes que consumiram o equivalente a uma barra de chocolate escuro ao longo de 15 dias, reduziram a resistência à insulina quase pela metade. 

Este alimento dos deuses ainda contém quantidades significativas de triptofano, um aminoácido essencial que colabora para produção de serotonina e melatonina, dois neurotransmissores que servem como um “escudo de defesa contra o estresse”, e desempenham um papel importante na regulação do humor.

Globalmente temos uma melhora da saúde mental (efeito antidepressivos,…) e do bem estar de um modo geral.

Por que sentimos prazer ao comer chocolate?

O chocolate ao ser ingerido libera a serotonina, endorfina e dopamina, conhecidos como os hormônios da felicidade. Alguns estudos afirmam que o doce é capaz também de aumentar a produção dessas substâncias. 

Se estiver querendo usufruir dos benefícios deste delicioso alimento, dê preferência ao chocolate com maior teor de cacau, orgânico, amargo ou escuro.

O fato do chocolate ter um sabor que muitos consideram delicioso faz com que seja uma tentação difícil de resistir, até porque provoca uma sensação de bem-estar quando o comemos. 

Ele ainda é considerado afrodisíaco decorrente dos efeitos estimulantes da teobromina atuando no hipotálamo e afetando os níveis de serotonina

Vários estudos ainda mostram benefícios no combate ao câncer de intestino, prevenção de pré-eclâmpsia em mulheres grávidas, controle da asma e melhora da saúde da pele.

Chocolate é bom e gosto, mas cuidado!

Não devemos ignorar que no chocolate existe também gordura, o que não torna esta tentação tão perfeita. 

No seu processamento, alguns tipos podem ter leite e gordura hidrogenada, tornando-os verdadeiros vilões para a saúde por aumentarem muito seu valor calórico (100 gramas de chocolate equivalem, em média, a 530 calorias).

O consumo diário ideal de chocolate é de até 50 gramas de chocolate preto com mais de 70% de cacau que é a opção mais saudável, sobretudo se feito a partir dos grãos de cacau torrados. 

Uma ingestão diária de 50-100 g de cacau (0,8-1,5 g de teobromina) está relacionada com a sudorese, tremores e fortes dores de cabeça em alguns casos.

O National Institute on Drug Abuse (NIDA) não considera a teobromina uma substância viciante e, segundo a World Anti-Doping Agency (WADA), também não é considerada uma substância dopante.

O consumo excessivo de chocolate deve ser informado ao seu médico ou nutricionista para correta adequação e orientação.

Leia também: Ômega 3, preciso suplementar?

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Testosterona em mulheres, repor ou não repor?

Testosterona em mulheres, repor ou não repor?

Testosterona em mulheres, repor ou não repor?

A reposição de testosterona em mulheres tem indicações muito claras no sexo masculino, porém quando se trata de reposição no sexo feminino, existem muitos pontos de interrogação. 

Os estudos são limitados em número de pacientes, demonstram resultados discordantes e os efeitos a longo prazo ainda são desconhecidos, fazendo com que a indicação de repor esteja reservada para casos bastante específicos.

A testosterona é um hormônio considerado masculino, afinal, sua concentração no corpo do homem é de 20 a 30 vezes maior do que no corpo feminino, porém esse hormônio tem grande importância para ambos os gêneros.

Antes da menopausa, a testosterona tem sua produção em 25% pelos ovários, 25% pelas glândulas adrenais e 50% a partir da conversão periférica da androstenediona e da DHEA.

Já no período em que se inicia o processo de menopausa, a testosterona sofre uma queda pois deixa de ser produzida pelos ovários e pela conversão periférica. Assim, a produção passa a acontecer apenas pelas glândulas adrenais, caindo cerca de 75%.

Quais são os sintomas?

A diminuição dos índices de testosterona no organismo feminino está relacionada principalmente à queda da libido, alterações na massa corporal e oscilações de humor.

Percebe-se muitas promessas de benefícios com o uso da testosterona na mídia digital ofertada por alguns profissionais médicos e não médicos relatando a melhora do vigor, da disposição e do cansaço, da memória, da composição corporal, do humor, da libido apesar de não ter comprovação nos estudos na literatura médica.

Informações baseadas em publicações e recomendações de 2019 no” The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism” e no consenso “Global Consensus Position Statement on the Use of Testosterone Therapy for Women”, formulado por entidades como Endocrino Society, International Menopause Society, The International Society for Sexual Medicine, The International Society for the Study of Women’s Sexual Health, The North American Menopause Society, dentre outras respeitadas entidades mundiais. 

Estudos (metanálise) com o maior grau e confiabilidade de evidência científica mostram que a única situação em que a reposição no sexo feminino pode trazer algum grau de benefícios é em mulheres na pós menopausa com queixa de falta de interesse e prazer sexual. 

Apesar da testosterona ser bastante relevante para a libido feminina, ela não é o único hormônio. Há outros hormônios envolvidos no processo de libido e que também têm a sua produção diminuída no período da menopausa ou que podem diminuir por outros motivos. São eles:

  • DHEA – pré-hormônio da testosterona: responsável por regular o humor, trazem bem-estar e disposição;
  • Ocitocina: o hormônio do prazer, liberado durante o orgasmo, durante o parto e em outras situações;
  • Progesterona: o hormônio do bem-estar, que também tem a produção menor durante a menopausa;
  • Estradiol: quando em quantidades pequenas ou altas, pode alterar a libido. Seu déficit ocorre na menopausa, já o seu excesso pode aumentar os sintomas da TPM e aumentar ou diminuir a libido feminina;
  • Prolactina: o hormônio da amamentação. Quando em excesso, bloqueia a ação da testosterona e da progesterona;
  • Estriol: um hormônio importante para o processo de lubrificação vaginal. Quando abaixa, o ressecamento vaginal pode ser uma queixa da paciente, o que contribui com a queda do desejo sexual;
  • Cortisol: conhecido como o hormônio do “estresse”, mas que em níveis equilibrados é fundamental para a disposição e energia sexual. Quando alto ou baixo, contribui com a queda da libido;
  • Insulina: os altos níveis de insulina podem aumentar os índices de testosterona livre na mulher. Ou seja, mulheres obesas, que não praticam atividade física ou possuem uma dieta rica em açúcares, podem ter a libido mais alta. 

Sintomas como humor deprimido, fadiga, falta de energia e a própria menopausa não são condições que deveriam ser tratadas com testosterona pois os benefícios clínicos da terapia não são comprovados além de serem sintomas inespecíficos de vários problemas potenciais. 

Qual o melhor tratamento?

Quando indicado por médicos, o tratamento com testosterona na pós menopausa deve ter cuidado com a dose, deve usar formulações transdérmicas com menos efeitos colaterais e buscar respeitar os níveis fisiológicos, caso contrário, a mulher poderá apresentar efeitos colaterais relacionados ao uso da testosterona como queda de cabelo, acne, pele oleosa, engrossamento da voz e hipertrofia do clítoris. 

Importante lembrar que não existe formulações prontas de testosterona com dose adequada para o sexo feminino (apenas formulações injetáveis intramuscular destinadas à reposição hormonal masculina), podendo ser adaptada o uso do gel de testosterona. 

O ponto chave que devemos ter em mente é que o hormônio sexual feminino é o estrógeno e não a testosterona. 

Acontece que diversos fatores do cotidiano prejudicam a sua produção, por isso é fundamental prestar atenção aos sintomas.

Hoje, sabe-se que pode acontecer uma grande diminuição dos níveis de testosterona em condições como obesidade grau 3, infecção pelo vírus HIV, estresse psicológico, doenças debilitantes, abuso do álcool e tabagismo ou como efeito colateral de medicamentos como os derivados da cortisona, por exemplo.

Existem alimentos que aumentam a testosterona de forma fisiológica como carnes magras (como frango e porco) que é uma boa fonte de proteína e zinco, nutrientes que ajudam a otimizar a produção de testosterona, brócolis, repolho e couve-de-bruxelas, ovos, salmão, ostras, alho.

O uso excessivo de testosterona pode afetar negativamente o funcionamento da medula óssea, o fígado, coração e rins, levando a uma sobrecarga dos mesmos e possíveis lesões futuras.

A dosagem laboratorial de testosterona em mulheres, em grande parte dos casos, têm resultados imprecisos e, consequentemente, gera custos desnecessários para as pacientes com indicações erradas de reposição.

Qual a dosagem certa de testosterona em mulheres?

A dosagem de testosterona em mulheres é indicada apenas no acompanhamento de terapia com a substância ou em caso de suspeita de excesso no organismo devido aos sintomas como aumento da oleosidade na pele, acne, calvície, aumento de pelos, libido, aumento do tamanho do clitóris ou massa muscular, irregularidade ou parada da menstruação, atrofia mamária, alteração no tom da voz

Existem doenças e tumores de adrenal e de ovários que produzem testosterona em excesso com valores elevados que podem ultrapassar 200 ng/dL. 

Além da testosterona, outros hormônios de ação masculinizante (DHEA, Sulfato de DHEA, Androstenediona, 17-OH progesterona, Di-hidrotestosterona) que, em mulheres, só devem ser dosados na suspeita de excesso, e não na falta, com uma indicação específica.

Isso aumenta a precisão da avaliação laboratorial, que, aliada à clínica, leva ao diagnóstico de síndrome hiperandrogênica.

De acordo com o Centro Médico da Universidade de Rochester , uma mulher deve ter um total de 15 a 70 nanogramas por decilitro (ng / dl) de testosterona no sangue. No momento, não há diretrizes conclusivas para o que deve ser considerado “baixo” níveis de testosterona em mulheres.

A dosagem da testosterona no sangue, em laboratórios comerciais, é sujeita a diversos “erros” provocados pelos métodos utilizados. Com isso, achados com valores abaixo de 150 ng/dL – situação na qual se encontram, habitualmente, mulheres e crianças – são imprecisos.

Uma pesquisa do Colégio Americano de Patologistas, que avaliou a precisão diagnóstica da dosagem de testosterona por métodos comercialmente disponíveis mostrou que os resultados, em mulheres normais, variaram até 32%, demonstrando uma “confiabilidade inaceitável” na dosagem de testosterona, comprometendo a sua utilidade clínica.

Existem métodos mais acurados para a dosagem de testosterona, mas são caros e frequentemente não disponíveis na maioria dos laboratórios.

Além disso, a dosagem que tem mais valor para orientação clínica é a da testosterona livre que não se encontra ligada ao SHBG.

Quando a reposição de testosterona não é indicado?

A reposição de testosterona é segura, mas ela é contraindicada em alguns casos como na acne severa, aumento descontrolado de pelos, casos de trombose na família, alopécia androgênica, risco de câncer de mama, entre outros. 

A suplementação de testosterona é recomendada apenas a pessoas que realmente necessitam da reposição hormonal e deve ser sempre orientada por um profissional especializado, que fará o acompanhamento de todos os efeitos do hormônio no corpo, ajustando as dosagens para não comprometer o seu funcionamento normal.

Em média, 15 dias após o início do tratamento é possível notar os primeiros efeitos como melhora na disposição, aumento do desejo sexual, mais lubrificação vaginal, além de efeitos corporais como maior capacidade em ganhar massa muscular e queimar gordura diante da realização de exercícios físicos regulares.

Leia também: Ômega 3, preciso suplementar?

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Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular Fertilidade e Menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Ômega 3, preciso suplementar?

Ômega 3, preciso suplementar?

Ômega 3, preciso suplementar?

A suplementação do ômega 3 ajuda a prevenir uma série de doenças quando utilizado pela mãe na gestação e amamentação.

O ômega 3 ainda é capaz de amenizar vários problemas causados pelo estilo de vida estressante da atualidade que desencadeiam processos inflamatórios e que são agravados pela poluição, estresse, má alimentação, sedentarismo e obesidade.

Muitos médicos e pesquisadores são unânimes ao afirmar que índices inadequados do nutriente no organismo estão relacionados a doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, doenças degenerativas, doenças oculares, problemas cognitivos e de saúde mental, entre outras.

O interesse na pesquisa sobre os benefícios do ômega 3 começou em 1971, após um estudo epidemiológico que observou baixas taxas de doenças cardiovasculares nos povos Inuítes da Groenlândia e em outras populações que consomem peixes regularmente, como os japoneses.

O ômega 3 pode ser entendido como um tipo de lipídio presente na família das gorduras poli-saturadas (mais saudáveis) existentes em 3 tipos principais.

O ácido docosahexaenoico (DHA) é encontrado principalmente nos peixes de águas geladas enquanto o ácido alfa-linolênico (ALA) está presente nas gorduras de fonte vegetal encontrada na linhaça, chia e oleaginosas (castanhas), além de algas. O ácido estearidônico está presente nos óleos de prímula, borragem, echium em forma de suplementos apenas..

O nosso organismo não é capaz de produzir sozinho este tipo de ácido graxo, por isso, sua ingestão é necessária por meio de alimentos ou suplementação.

Os estudos mostram que, assim como o ômega 3, o ômega 6 é uma gordura poliinsaturada, essencial e oferece benefícios à saúde como a diminuição do colesterol LDL (o colesterol “ruim”), redução da inflamação e proteção contra doenças cardíacas.

Além do ômega 3, existem outros tipos de lipídios importantes para a saúde e que muita gente tem dúvidas sobre sua atuação, como o Ômega-7 que é um ácido graxo ainda pouco estudado na medicina ou divulgado na mídia. Ele é um tipo de gordura produzido pelo nosso organismo, mas que também pode ser encontrado no óleo de coco, nas nozes de macadâmia e em alguns peixes.

O Ômega-9 pode ser produzido pelo nosso organismo e não se encontra em falta nas dietas ocidentais sendo importante para o equilíbrio do colesterol e a prevenção de doenças cardiovasculares.

Quanto tempo preciso tomar o ômega 3?

De uma forma geral, são necessários aproximadamente 120 dias de consumo de ômega 3 para que o corpo atinja os níveis ideais.

A principal fonte natural de ômega 3 está presente no óleo encontrado em peixes de águas mais profundas e geladas e em alguns vegetais. (arenque, sardinha, salmão, atum, bacalhau, linguado, pescadinha, anchova, corvina, linhaça (semente e óleo), chia, nozes e castanhas).

Segundo orientações da Organização Mundial da Saúde, não há uma indicação específica sobre a quantidade a ser ingerida por pessoa. 

Alguns estudos sugerem que um valor de aproximadamente 500 mg/dia em EPA e DHA seria o suficiente para obtermos seus benefícios.

Acredita-se que uma ou duas porções de peixe por semana seria adequado, bem como a ingestão diária de chia ou linhaça na alimentação das pessoas que são vegetarianas.

Vale lembrar que o peixe deve ser refogado, grelhado ou assado. As opções fritas diminuem consideravelmente a quantidade de ômega 3.

Embora as sementes inteiras de linhaça ou de chia contenham ômega 3 em sua composição, o nutriente fica preso dentro da estrutura fibrosa da semente, a qual não conseguimos triturar na mastigação ou digerir por completo sendo importante consumir as sementes na forma de óleo ou na forma de farinha (sementes moídas no momento do consumo, pois essa biodisponibilidade é afetada pela luz e pelo calor). 

Diante da eventual necessidade de armazenamento, colocar em um recipiente escuro e em ambiente refrigerado, por no máximo 15 dias.

A necessidade de suplementação só é válida quando não é possível obter boas quantidades por meio da alimentação sendo recomendado que você tome o suplemento de ômega junto com as refeições principais (entre 30 minutos antes e 30 minutos depois), pois nesse intervalo, o suplemento será metabolizado junto com os alimentos e você evita o refluxo e o “gosto de peixe”eventual.

Quando ingerimos ômega 3 em nossa dieta, essas gorduras conseguem atuar de forma precisa na elaboração da camada lipídica em torno das células. Com isso, as membranas celulares ficam cobertas por este importantes ácidos e suas funções ocorrem de forma muito melhor em nosso corpo.

As gorduras ômega 3 também são precursoras de moléculas sinalizadoras, que agem como hormônios, e que regulam a coagulação do sangue, a contração e o relaxamento das paredes das artérias, a inflamação e por isso está associada a prevenção de diversas patologias.

Os níveis de DHA são mais elevados nas células dos espermatozoides, da retina e do cérebro, motivo pelo qual seu consumo está associado à prevenção de doenças neurodegenerativas.

Quais são os benefícios?

Dentre os benefícios do Ômega temos a redução dos triglicerídeos do sangue, que é um tipo de gordura armazenada associada ao aumento de coágulos, a redução do ritmo cardíaco anormal e a incidência de AVCs nos pacientes. 

Temos ainda o retardo do acúmulo de placas que enrijece as artérias associado a uma diminuição da pressão arterial  além da capacidade de combater a depressão e doença de Parkinson. 

Existem ainda benefícios do ômega 3 em casos de asma, dismenorréia, eczema, lúpus, pré-eclâmpsia, síndrome nefrótica, esquizofrenia e colite ulcerativa.

O ômega 3 ajuda no combate à obesidade devido à sua ação anti-inflamatória, melhora na recuperação muscular e no rendimento para quem faz exercícios de alta intensidade.

A suplementação com ômega durante a gravidez traz benefícios como prevenir depressão materna; reduzir o risco de pré-eclâmpsia; reduzir os casos de parto prematuro; reduzir o risco de baixo peso no bebê; reduzir o risco de desenvolvimento de autismo, TDAH ou transtornos de aprendizagem na criança; reduzir o risco de alergias e asma nas crianças e melhorar o desenvolvimento neurocognitivo.

A suplementação com ômega 3 também pode ser efetuada durante a fase da amamentação para suprir as necessidades nutricionais da mãe e do filho, mas sempre de acordo com orientação médica.

A ingestão de doses muito acima de 3g/dia podem causar efeitos colaterais leves como mau hálito, azia, náuseas, desconforto estomacal, diarreia, dor de cabeça e suor malcheiroso ou graves como problemas de sangramento e baixa imunidade. ( Os suplementos de ômega-3 podem interagir com medicamentos anticoagulantes). 

A suplementação quando necessária deve ser feita de acordo com as orientações de um médico para a obtenção de bons resultados.

Como ainda não existe uma indicação universal para o uso deste tipo de suplemento fora da gestação, o ideal é que o paciente consulte um médico para fazer exames específicos e avaliar as taxas do organismo indicando uma suplementação combinando as diferentes fontes de ômega 3 que geram equilíbrio e benefícios para a saúde. 

Não está claro se temos benefícios simplesmente por comer alimentos ricos em ômega 3 mas com certeza uma vida saudável precisa ser adicionada com a prática regular de exercícios físicos e um manejo correto do estresse.

Leia também: Já se sentiu anestesiado com dificuldades em ter prazer?

Sobre nós

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular Fertilidade e Menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

Se você tem dúvidas ou quer sugerir temas para a coluna, envie e-mail para gustavo_safe@yahoo.com

Siga o Centro Avançado em Endometriose nas redes sociais para ver informações e dicas sobre a saúde da mulher.

Já se sentiu anestesiado com dificuldades em ter prazer?

Já se sentiu anestesiado com dificuldades em ter prazer?

Já se sentiu anestesiado com dificuldades em ter prazer?

A Anedonia pode ser a resposta para alguns dos sintomas a seguir.

Estamos chegando ao final de mais um ano e uma análise retrospectiva se faz necessária para que possamos seguir em frente na busca do equilíbrio e do prazer.

Percebo que este ano de 2022 teve de tudo um pouco. Ômicron, novo normal, pós-Covid, crise nos EUA e Europa agravada pela guerra na Ucrânia, incertezas no Brasil que viveu e vive um período muito conturbado (inflação, eleição,…) sem esquecer dos problemas corriqueiros da vida.

No dicionário o prazer é conceituado como uma sensação ou emoção agradável, ligada à satisfação de uma vontade, uma necessidade, do exercício harmonioso das atividades vitais.

Ao longo deste ano, algumas queixas ficaram mais frequentes na minha clínica como o cansaço excessivo, alterações no sono, perda de concentração, alterações na libido e perda de interesse pela vida.

Inicialmente, pensamos em quadros de depressão e ansiedade decorrente do estresse ocorrido apesar da estranheza de ver que a grande maioria desses pacientes encontravam-se bem controladas e acompanhadas por bons profissionais da área.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a anedonia atinge cerca de 70% dos pacientes com depressão. 

O que é anedonia?

Anedonia é a perda da satisfação e interesse em realizar as atividades do dia a dia, como tomar um café com os amigos, passear com o cachorro, levar os filhos num passeio diferente, fazer um exercício físico que antes eram consideradas agradáveis. 

Importante não confundir com a apatia que é a diminuição da excitabilidade emocional.

Por se tratar de um sintoma e não um transtorno, pode ser tratada e curada

Na maioria dos casos, o tratamento tem como foco a doença de base, como a depressão ou desordem psiquiátrica.

Apesar da doença ser muito comum em pacientes com depressão, nem sempre uma pessoa deprimida apresentará os sintomas. 

Ela pode acometer usuários de drogas e álcool, sobretudo durante as crises de abstinência, e também quem sofre de esquizofrenia, neurastenia, Mal de Parkinson, câncer, estresse pós-traumático, distúrbios alimentares e transtornos de ansiedade. 

O uso de medicamentos, como antidepressivos e antipsicóticos usados para o tratamento da depressão, também podem ser uma causa.

No Brasil, a anedonia afeta mais de 11,5 milhões (ou 5,8% da população). Só na capital paulista, estima-se que 18% dos moradores já tiveram um episódio de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diagnóstico deve ser realizado por médicos e especialistas que utilizam escalas de avaliação da anedonia, como a de Fawcet (escala de prazer/desprazer) e a Escala de Avaliação dos Sintomas Negativos (Andreasen, 1981). É comum em escalas de depressão (Beck) conterem itens sobre o tema.

Quais são os sintomas?

Os principais sintomas da anedonia são:

  • a perda de interesse por atividades que se realizava anteriormente;
  • dificuldades de concentração;
  • alterações do sono, podendo haver insônia ou sono excessivo;
  • e a diminuição ou perda da libido.

A anedonia pode ser classificada em dois tipos — social ou física

No social, o paciente tem desinteresse no contato com a sociedade ou em realizar atividades com outras pessoas. 

Já no físico, a pessoa apresenta uma indiferença em relação a si mesmo com uma incapacidade de sentir prazer no toque, contato íntimo ou em comer.

O indivíduo parece estar emocionalmente vazio, anestesiado, congelado, sem sofrer alterações de humor, independentemente do que aconteça ao seu redor. 

A anedonia está associada com baixos níveis de monoaminas no sistema nervoso, como a serotonina, dopamina, adrenalina e noradrenalina, mas principalmente ocorre uma disfunção Dopaminérgica e Noradrenérgica. 

Qual o tratamento?

O tratamento dependerá da intensidade do sintoma e a associação com outros possíveis sintomas de depressão. 

Se a anedonia for predominante, uma opção de tratamento farmacoterápico são os inibidores seletivos da recaptação de dopamina e noradrenalina (IRND), como buropropiona e mirtazapina. 

Tanto a terapia cognitivo-comportamental ou terapia analítico-comportamental podem ser auxiliares do tratamento medicamentoso. 

Sem a discriminação de reforço positivo é esperado que vários comportamentos saudáveis entrem em extinção e o indivíduo passe a ser controlado principalmente por reforço negativo (evitar sofrimento) e por punição.

Uma pessoa com anedonia em geral dificilmente adere ao processo terapêutico, por isso é importante a participação da rede social (família e amigos).

Ainda, é importante se preocupar com a rotina do paciente, estimulando uma rotina saudável incluindo:

  • boa alimentação;
  • atividade física constante; 
  • sono regular;
  • e momentos de lazer. 

Técnicas de relaxamento e respiração (yoga, mindfulness), acupuntura e massagens também são alternativas recomendadas, pois ajudam a acalmar a mente, diminuindo os pensamentos negativos. Além disso, dão mais disposição e proporcionam a melhora da saúde como um todo.

O acompanhamento médico deve ser feito regularmente, de forma a identificar possíveis efeitos colaterais causados pelos medicamentos e de forma a ajustar a dose, para que se obtenham melhores resultados em relação à anedonia.

Leia também: Meditação e mindfulness na endometriose

Sobre nós

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular Fertilidade e Menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

Se você tem dúvidas ou quer sugerir temas para a coluna, envie e-mail para gustavo_safe@yahoo.com

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