A ciência dos fito-hormônios no tratamento dos sintomas climatéricos

A ciência dos fito-hormônios no tratamento dos sintomas climatéricos

A ciência dos fito-hormônios no tratamento dos sintomas climatéricos

O novo olhar sobre a terapia de reposição hormonal liga-se aos riscos dos hormônios para mulheres no climaterio, e outra percepção sobre plantas medicinais

O período do climaterio é identificado por inúmeras transformações e mudanças nos aspectos biopsicossociais que, se mal conduzidas, podem prejudicar a qualidade de vida e o bem-estar psicológico no dia a dia da mulher.

Apesar do climaterio (período que se inicia aos 45 anos) ser representado pela diminuição dos níveis dos hormônios estrogênio e progesterona nas mulheres, levando à interrupção da menstruação e possíveis sintomas associados, como ondas de calor, secura vaginal e depressão, sua medicalização vem ocorrendo desde as últimas décadas do século 20, através da terapia de reposição hormonal (TRH).

A TRH é hoje reconhecida como o tratamento mais eficaz para redução ou eliminação dos sintomas do climaterio, proteção óssea e cardiovascular, quando bem indicada e individualizada.

Menos de 20 anos depois do início da TRH, ela foi colocada em questão pela Women’s Health Initiative (WHI), promovida, em 1991, pelo National Institute of Health (NIH) do governo dos Estados Unidos.

Em uma de suas pesquisas, o WHI alertava para os riscos de doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, assim como trombose e câncer de mama associados à TRH, afirmando que os riscos eram, em muitos casos, superiores aos benefícios de alívio dos sintomas relacionados ao climaterio.

A divulgação dos resultados desta pesquisa provocou forte reação da comunidade médica, gerando trabalhos sobre procedimentos e validação de outros recursos terapêuticos em substituição à TRH, principalmente plantas medicinais e alimentícias, utilizadas por diferentes sistemas médicos tradicionais, além dos questionamentos da pesquisa em medicina, como podemos ver pelos títulos destas publicações:

Como nós poderíamos estar tão errados? (Laine, 2002)[

TRH X WHI: a estrela vai a nocaute (Gama ET Al., 2004)

Após a divulgação dos dados do WHI, houve muito interesse e procura pelos “hormônios naturais“, com o viés de que, por serem naturais, não oferecem qualquer risco à saúde da mulher.

É importante ressaltar que tal evento se dá no contexto fortemente influenciado por uma visão de mundo intimamente articulada aos valores da liberdade sexual e da experiência sensível, expressando nesta direção o interesse e busca por práticas terapêuticas ligadas à natureza e a antigos sistemas médicos, como a Medicina tradicional chinesa (MTC), ayurveda, xamanismo, entre outros, reinterpretados e reapropriados culturalmente aos padrões ocidentais.

Uma das alternativas para a terapêutica de reposição hormonal ficou conhecida como “fito-hormônios”, isto é, substâncias de origem vegetal com características hormônios-like.

No Brasil, cerca de 82% da população utiliza produtos baseados em plantas medicinais.

As principais plantas medicinais utilizadas como matérias-primas são: a Angelica sinensis (Oliv.) Diels, Cimicifuga racemosa (L.) Nutt., Glycine max (L.) Merr. (soja) e Dioscorea villosa L. (cará ou inhame), entre outras espécies.

Desta forma, as plantas medicinais utilizadas no tratamento do climaterio em seu estado in natura – na forma de drogas vegetais secas retiradas para serem administradas como chás, percebidas como produtos naturais que fomentaram o mercado das medicinas alternativas – não seriam, neste momento, suficientemente “científicas” para atender aos novos critérios de médicos e pacientes.

https://centroavancadoendometriose.com.br/climaterio-tratamentos/

(foto: pixabay)

Alguns grupos de médicos e pacientes buscavam medicamentos “naturais”, mas que tivessem sido submetidos ao processo técnico-científico para atender aos critérios de qualidade e segurança, segundo as especificações de controle de qualidade dos produtos fabricados em grandes laboratórios farmacêuticos.

Além de atender a tais critérios, o novo produto deveria, ao mesmo tempo, contemplar o modelo de precisão de “doses regulares” da biomedicina, sintetizando assim a cadeia de produção que envolvia os processos de purificação, quantificação e padronização de um novo medicamento.

Tal produto deveria ser originário de uma planta medicinal com conhecimento tradicional agregado, manter as características principais da planta de origem e atender às expectativas do paradigma mecanicista da biomedicina de “doses regulares”, como um balizador de segurança e eficácia.

Esse preparado, denominado “extrato seco padronizado”, foi resultado de purificações da planta, que teoricamente deveria conter as substâncias originais da espécie vegetal, porém melhoradas em sua performance químico-biológica, além de ter substâncias químicas de referência, com quantidades regulares, permitindo assim ao clínico prescrever o medicamento segundo estas substâncias de referência e, não necessariamente, pelas características da planta de origem.

A quantificação e a padronização passaram a ser atributos fundamentais nesta nova abordagem das plantas medicinais, atendendo a um só tempo os critérios de controle de qualidade de uma indústria farmacêutica e ao paradigma da biomedicina de doses regulares.

No processo de desenvolvimento do extrato seco padronizado, redes de pesquisa foram articuladas em diversas áreas de conhecimento, envolvendo profissionais com formação em etnofarmacologia, agronomia, botânica, fitoquímica, farmacologia e medicina.

A literatura leiga tem reservado grande espaço para os fitoestrogênios, substâncias à base de isoflavonas, sendo obtidas a partir do metabolismo da soja, com ação comprovada nos receptores estrogênicos.

No caso da soja (Glycine max), por exemplo, sua utilização como preventiva nos sintomas associados ao climaterio partiu da observação da ligação entre o hábito alimentar nas populações de mulheres de origem japonesa e a baixa frequência de sintomas da menopausa, quando comparadas com mulheres ocidentais.

O consumo de soja na alimentação é saudável como aporte proteico, porém, não deve ser consumida como substituta do estrogênio, hormônio responsável pela reposição hormonal em mulheres menopausadas, como defendido por algumas sociedades médicas, como a Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, que faz questão em esclarecer que, mesmo possuindo propriedades naturais, podem apresentar ações deletérias, devendo ser utilizados para proporcionar alívio dos sintomas.

Estudos randomizados com grupo controle já demonstraram que o uso de soja para este fim não promove ganho de massa óssea, não protege o coração e os efeitos nos chamados ‘fogachos’, os calores, são autolimitados ou muitas vezes insuficientes.

A legislação brasileira passou a incentivar, nos últimos anos, a busca por novas alternativas, criando a Relação de Medicamentos Essenciais, indicados pelo Manual de Atenção à Mulher no Climaterio, desde 2008.

Na busca do alívio dos sintomas e a partir do conhecimento dos efeitos colaterais da terapia de reposição hormonal, muitas mulheres recorrem à terapia alternativa, usando, como tratamento, os fitoterápicos e os fitormônios na regulação da produção hormonal, melhora da falta de libido, cansaço físico e mental e melhora dos sintomas da menopausa.

Segue algumas plantas medicinais utilizadas no combate dos sintomas climatéricos:

  • Erva-de-São-Cristóvão (Cimicifuga racemosa)

Esta planta é conhecida por auxiliar em aliviar as cólicas menstruais, porque é anti-inflamatória, anti-espasmódica e contém fitoestrogênios, mas não deve ser usada ao mesmo tempo que o tamoxifeno.

  • Árvore-da-Castidade (Vitex agnus-castus)

Restabelece o equilíbrio hormonal, atuando sob a glândula pituitária, e aumenta a produção de progesterona, mas não deve ser usada em caso de uso de bromocriptina.

  • Agripalma (Leonurus cardiaca)

Esta planta é emenagoga, por isso facilita a descida da menstruação, sendo potencialmente abortiva, não devendo ser usada em caso de suspeita de gravidez. Ela também protege o coração e tem propriedades calmantes e relaxantes, mas não deve ser usada ao ingerir medicamentos antipsicóticos e anti-inflamatórios não esteroides.

  • Pé-de-leão (Alchemilla vulgaris)

É eficiente para cessar a menstruação abundante que, para muitas mulheres, é comum durante o período do climaterio, podendo ser combinada com outras plantas, como Angelica chinesa (Dong quai) e Cohosh-preto para um efeito mais rápido.

  • Ginseng siberiano (Eleutherococcus senticosus)

Auxilia na manutenção do bom humor, é antidepressivo e ajuda a recuperar a libido perdida. Além disso, essa planta ajuda a mulher a se adaptar às mudanças hormonais, diminuindo o estresse e aumentando a energia.

  • Amora Negra (Morus Nigra L.)

As folhas da amoreira auxiliam no combate aos sintomas da menopausa, especialmente contra as ondas de calor, porque contém fitoestrógenos que diminuem a oscilação hormonal na corrente sanguínea.

  • Salva (Salvia officinalis)

Indicada especialmente para combater as ondas de calor na menopausa, ao ajudar na correção dos níveis hormonais, sendo eficaz e bem tolerada pelo organismo.

Apesar de não ser um forte adepto, percebo no dia a dia do consultório que alguns profissionais prescrevem formulações, como esta abaixo, com objetivo de ajudar no combate aos sintomas climatéricos.

Amora 500mg + Tribulus Terrestris 300mg Maca Peruana 300mg Yam Mexicano 150mg Passiflora 150mg Ginseng 40mg Ginko Biloba 60mg 

Existem algumas medicações alternativas capazes de aliviar alguns sintomas climatéricos, como a sulpirida, clonidina, gabapentina, vitamina E, venlafaxina, fluoxetina e a paroxetina.

A recomendação dos especialistas é que a mulher menopausada, que tenha contraindicação para reposição hormonal à base de estrogênio, possa utilizar estas alternativas sempre orientadas por profissionais habilitados, ponderando os riscos e benefícios.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Deficiência de ferro e anemia na vida da mulher

Deficiência de ferro e anemia na vida da mulher

As mulheres tendem a apresentar menores reservas de ferro do que os homens, como consequência do fluxo menstrual, com risco maior para desenvolver anemia

A deficiência de ferro, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerada uma desordem de origem nutricional de maior prevalência, acometendo 20% a 30 % da população mundial adulta, sendo que as mulheres, gestantes e crianças são os grupos mais vulneráveis.

As causas da deficiência de ferro, basicamente, são devidas à baixa ingestão, à absorção deficiente deste mineral, além das perdas sanguíneas menstruais.

A prevalência da deficiência de ferro em mulheres entre 20 e 49 anos é de 11%, entre 50 a 69 anos é de 5% e, em faixa etária acima de 70 anos, é de 2%, sendo mais evidente no período associado às menstruações (menacme).

Aproximadamente 30% da população do planeta sofre de algum tipo de anemia.

A anemia é definida como uma deficiência nos níveis de hemoglobina (níveis menores que 12 g/dL em mulheres e menor que 13 g/dL em homens), sendo uma importante proteína das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) que são responsáveis pelo transporte do oxigênio no organismo, cuja deficiência se deve a inúmeras causas que, por sua vez, devem ser afastadas.

Os tipos de anemias e suas causas.

  • Anemias causadas pela falta de nutrientes

Esse é o tipo de anemia mais comum. Alguns nutrientes são essenciais para a produção de glóbulos vermelhos, como o ferro, a vitamina B12 e o ácido fólico que, na deficiência de um deles, é comum apresentar um quadro de anemia.

Anemia Ferropriva – é aquela causada pela falta de ferro no organismo de uma pessoa, sendo prevalente em 90% dos casos.

Anemia Megaloblástica – geralmente é causada pela deficiência de vitamina B12, podendo ser resultado de alimentação inadequada, problemas na absorção de nutrientes durante a digestão ou uso de medicamentos, como alguns usados em tratamentos de câncer.

  • Anemias hereditárias

Nesses casos, a doença é causada por mutações genéticas que comprometem tanto a produção, quanto a vida útil dos glóbulos vermelhos, cujas mutações são herdadas e detectadas precocemente – precocemente logo após o nascimento ou durante os seis primeiros anos de vida.

Anemia Falciforme – nesta manifestação da doença, os glóbulos vermelhos têm um formato semelhante a uma foice. Estas células têm sua membrana alterada e se rompem facilmente, sendo um dos tipos mais comuns de anemias hereditárias.

Talassemia – neste caso, a mutação genética interfere na produção de hemoglobina, o que gera glóbulos vermelhos menores e com menos quantidade da proteína que transporta oxigênio.

  • Anemias causadas por doenças autoimunes

Pessoas com doença autoimune produzem anticorpos que atacam os glóbulos vermelhos, provocando uma anemia hemolítica que pode ser desencadeada por algum quadro viral ou câncer.

  •  Anemias causadas por doenças crônicas

Por interferência de alguma doença crônica, o organismo, ao perceber alguma inflamação, pode retardar a produção de hemácias, o que reduz também a sobrevivência das células. Também é possível desenvolver este tipo de anemia quando o corpo metaboliza o ferro anormalmente, como resultado da doença crônica.

  • Anemia causada por doenças da medula óssea

Embora raros, os casos de anemia aplástica se caracterizam pela redução na produção de glóbulos vermelhos e outros componentes do sangue. Tal condição pode ser adquirida ao longo da vida, depois de radioterapia, quimioterapia, exposição a substâncias químicas tóxicas (agrotóxicos e inseticidas) ou, até mesmo, após uso de alguns medicamentos.

Entre as possíveis causas da anemia por deficiência de ferro, as perdas sanguíneas menstruais constituem o principal fator da anemia ferropriva na mulher adulta.

A anemia se desenvolve lentamente, depois de esgotadas as reservas de ferro no corpo e na medula óssea.

Inicialmente, ocorre depleção dos depósitos de ferro no organismo, o que se constata com a diminuição da ferritina.

A ferritina é uma proteína produzida pelo fígado, responsável pelo armazenamento do ferro no organismo. Assim, o exame de ferritina sérica é feito com o objetivo de verificar a falta ou excesso de ferro no organismo.

A ferritina baixa comumente indica que os níveis de ferro estão baixos e, por isso, o fígado não produz a ferritina, já que não há ferro disponível para ser armazenado.

Nos dias atuais é muito frequente, em diversos consultórios médicos, a discussão sobre a ferritina, pois sempre existe uma referência a familiares, amigos, vizinhos e conhecidos que apresentam níveis alterados em exame de sangue.

O exame é solicitado, algumas vezes, junto com uma dosagem de ferro e da capacidade total de transporte de ferro, visando detectar e avaliar a gravidade da deficiência ou excesso de ferro.

A contagem de reticulócitos evidencia a capacidade regenerativa da medula, sendo que valores inferiores a 2% ou contagem absoluta de menos de 50.000/mm³ indicam incapacidade da medula para responder ao estímulo anêmico.

No início, a deficiência de ferro inicial não causa nenhum efeito físico.

Se a pessoa não apresentar outros problemas, os sintomas são raros, mesmo antes que a hemoglobina caia abaixo de certo nível (cerca de 10,0 g/dL).

Entretanto, com o progresso da carência de ferro, começam a surgir os sintomas comuns de deficiência de ferro, que incluem fadiga crônica, fraqueza, tontura e cefaléia (dores de cabeça), palidez na pele e mucosas ou falta de apetite.

Ao continuar a depleção (redução) das reservas, pode haver falta de ar, sonolência e irritabilidade.

Se a anemia aumentar, pode ocorrer dor torácica, cefaléia, dores nas pernas, choque e insuficiência cardíaca.

Na decorrência da redução das reservas ocorre comprometimento da eritropoese (produção de hemácias), como observado em valores inferiores da Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) e no Volume Corpuscular Médio (VCM).

Sequencialmente, observa-se uma diminuição nos valores da hemoglobina e do hematócrito, o que compromete a oxigenação tecidual, instalando-se, então, o quadro de anemia.

Para que ocorra adequada eritropoese, a quantidade de ferro necessária é de 5 mg a 10 mg/dia.

Se o fornecimento for inferior a 70% deste valor, ocorre a depleção dos estoques, e, em aproximadamente quatro meses, a eritropoese passa a ser deficitária, o que acarreta queda de 1.0 g/dL nos valores de hemoglobina.

Estudos têm mostrado valores médios de perdas sanguíneas entre 25 a 30 mL/mês no fluxo menstrual, o que representa uma perda mensal entre 12,5 e 15 mg de ferro, ou ainda, de 0,4 a 0,5 mg/dia, nos 28 dias de um ciclo menstrual.

Quando se agregam as perdas basais, a perda total de ferro devido à menstruação é cerca de 1,25 mg/dia.

Isso significa que a necessidade de ferro, em aproximadamente 50% de todas as mulheres, é superior a este valor.

As causas de anemia na mulher diferem de acordo com as suas diferentes fases da vida: infância, menacme, gravidez e climatério.

Em mulheres em idade fértil, a principal causa de deficiência de ferro é o hiperfluxo menstrual.

No que se refere à avaliação das perdas menstruais, uma boa avaliação pelo ginecologista é feita através de uma anamnese dirigida, no sentido de se caracterizar os ciclos menstruais com relação à duração do fluxo, regularidade, volume excessivo (acima de 80ml) e presença de coágulos.

Uma forma prática e fácil consiste em avaliar o número de absorventes utilizados diariamente e o intervalo de troca entre eles.

Estima-se que 50% das pacientes com sangramento uterino disfuncional tenham idade em torno de 45 anos e que, aproximadamente, 20% sejam adolescentes, estando associado com função ovariana anormal e anovulação, sem existência de outras causas ginecológicas que possam contribuir para as perdas vaginais irregulares e abundantes, como pólipos, miomas uterinos e tumores pélvicos.

Outros fatores relacionados que devem ser avaliados é a concomitância com outros estados mórbidos, como: epilepsia, galactorréia, hirsutismo, tireopatia, doenças crônicas (diabetes melitus, doenças hepáticas e renais), discrasias sanguíneas, estado nutricional e hábitos de vida, como os alimentares, excesso de atividade física, etilismo, tabagismo, entre outros, ou o uso de medicamentos, como hormônios exógenos, ácido acetilsalicílico (AAS-Aspirina), anticoagulantes, anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos e digitálicos.

Quando a intensidade da anemia for desproporcional à perda menstrual, outra causa deve ser investigada.

Em aproximadamente 20% das mulheres ocorre sangramento do trato gastrointestinal conjuntamente, cuja investigação deve ser considerada na presença de dor abdominal, dispepsia, refluxo, perda de peso, história familiar de câncer digestivo, presença de anemia refratária ou recorrente e história prévia de doença peptic (gástrica).

Alimentação rica em frutas, verduras, cereais, leguminosas, leite, ovos e carnes são indicados para a prevenção, mas suplementos com ferro são indicados eventualmente para suprir a deficiência deste mineral, assim como suplementos com vitamina B, sempre sob supervisão médica.

O aleitamento materno é importante para evitar a anemia em bebês nos primeiros meses de vida.

Em caso de perda de sangue, transfusões podem ser necessárias, ou ainda o uso de medicamentos para indução de formação de células sanguíneas.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Influência do cabelo nos aspectos sociais, físicos e culturais da mulher

Influência do cabelo nos aspectos sociais, físicos e culturais da mulher

Além de representar força, beleza, feminilidade e liberdade, o cabelo evidencia sua identidade, seu estilo, seu humor, e é símbolo do empoderamento feminino

No dia a dia do consultório, tem se tornado frequente a queixa das mulheres em relação ao cabelo (quedas no couro cabeludo ou excessos em certas regiões), gerando uma insatisfação que pode até afetar a autoestima (percepção que você tem de si mesma, podendo ser positiva ou negativa) que, por sua vez, interfere no psicológico e que interfere no seu equilíbrio, gerando um ciclo vicioso.

O folículo piloso é um anexo da nossa pele responsável pela produção e crescimento do pelo, que é composto por uma haste capilar, músculo eretor do pêlo, glândula sebácea e sudorípara, bulbo e outros tecidos não menos importantes.

Os folículos têm a capacidade de se agrupar no couro cabeludo, exteriorizando para fora da pele de um até sete pelos ou fios de cabelo.

Estes folículos são a fábrica de cabelo; são deles que nascem o fio de cabelo ou pelo, estruturas sem vida e que perduram por muitos anos.

O ser humano tem em torno de 5 milhões de folículos por todo o corpo, sendo 120 mil deles no couro cabeludo. Existem diversos tipos de pelos, que, em épocas diferentes, recobrem o corpo humano.

  • Lanugem: é o pelo que cobre o feto e desaparece após o nascimento. É delgado e macio.
  • Velus: é o pelo que substitui a lanugem após o nascimento. É macio, fino (< 0,1 mm), curto (< 2 cm) e pouco pigmentado. Pode ser encontrado normalmente nas faces das mulheres ou na área de calvície dos homens.
  • Pelo terminal: é o pelo que substitui o velo, sendo mais comprido (> 2cm), mais grosso (até 0,6 mm), pigmentado, visível e medulado. Encontrado nas axilas, regiões pubianas, pernas, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e nos cabelos do couro cabeludo.

A genética é muito importante na definição do crescimento do cabelo, cuja velocidade pode variar de um indivíduo para o outro.

Hipertricose é uma condição distinta. Representa simplesmente o crescimento aumentado de pelos em qualquer área do corpo. Ela pode ser localizada ou generalizada e apresenta um contexto genético importante (mutação).

O cabelo humano cresce num padrão cíclico contínuo de crescimento, descanso e queda, conhecido como ciclo de crescimento.

Calcula-se que o cabelo cresça, em média, 1 milímetro a cada três dias, o que dá cerca de 1 centímetro ao mês e 12 centímetros por ano, números que podem variar em função da idade.

Algumas crenças, como cortar o cabelo em função das fases da lua e aparar as pontas para dar força e acelerar o crescimento, são infundadas. O que pode ser afetado é o ritmo de queda dos fios.

Os períodos de crescimento (fase anágena) duram entre dois e oito anos e são seguidos por um breve período, de duas a quatro semanas, em que o folículo é quase totalmente degradado (fase catágena). Em seguida, começa a fase de repouso (telógena), que dura de dois a quatro meses.

A perda normal do cabelo, não relacionada à calvície, ocorre quando começa o próximo ciclo de crescimento (fase anágena) e um novo fio começa a emergir, expulsando o fio que estava em repouso no folículo.

Em média, 100 cabelos telógenos caem a cada dia. Esta é a perda de cabelo normal e explica os fios que se acumulam cotidianamente no ralo do chuveiro e na escova de cabelo. Já experimentou contar? Geralmente, não mais do que 10 por cento dos folículos estão na fase de repouso (telógena).

Vários fatores podem afetar o ciclo de crescimento do cabelo e causar queda temporária ou permanente (alopécia), incluindo medicamentos, radioterapia, quimioterapia, exposição a substâncias químicas, fatores nutricionais, doenças da tireoide, doença de pele generalizada ou local, estresse e distúrbios hormonais nas mulheres.

O crescimento de pêlos depende do equilíbrio entre androgênios (testosterona, sulfato de dehidroepiandrosterona – DHEAS -, di-hidrotestosterona – DHT) e estrogênios.

Andrógenos promovem o crescimento espesso e escuro dos fios de cabelo, onde a testosterona estimula o crescimento de pelos na região pubiana e nas axilas e a di-hidrotestosterona estimula o crescimento dos pelos da barba e regula a perda no couro cabeludo.

O crescimento de cabelo do couro cabeludo não é andrógeno-dependente, mas os andrógenos são os responsáveis pela calvície de padrão masculino e feminino.

O cabelo da área central do couro cabeludo sofre mais essa influência, pois possui mais receptores que os cabelos da base e da lateral da cabeça.

Estrógenos diminuem o crescimento dos pelos ou os modulam para se tornarem finos e delicados.

Geralmente, o cabelo, os pelos e a barba crescem 1 centímetro por mês, mas existem alguns truques e dicas que podem fazê-los crescer mais rápido, como garantir todos os nutrientes que o corpo precisa para formar os fios e melhorar a circulação sanguínea local.

Hirsutismo é o crescimento excessivo de pelos grossos e negros em mulheres nas localizações que são mais típicas do homem (bigode, barba, região mediotorácica, ombros, abdome inferior, dorso e face lateral e interna das coxas).

Na mulher, o velus existente nessa região é transformado em pelo terminal devido ao excesso de hormônio masculino.

A quantidade de crescimento dos pelos que é considerada excessiva depende da etnia e interpretação cultural.

Hirsutismo pode ocorrer por causa do aumento dos níveis de androgênio na circulação, decorrente de doenças ovarianas (síndrome dos ovários micropolicísticos, tumores ovarianos) ou produção aumentada nas suprarrenais (hiperplasia congênita, tumores, etc), ou decorrente de uma resposta aumentada do órgão final aos andrógenos (aumento da conversão periférica da testosterona para a DHT pela 5-alfa-redutase).

Existem substâncias como a ciproterona e a espironolactona que são capazes de inibir a 5 alfa redutase, diminuindo esta conversão periférica, sendo uma arma importante nessa abordagem.

Os níveis livres de androgênios também podem aumentar, como resultado da diminuição da produção de hormônios sexuais ligados à globulina que , por sua vez, pode ocorrer em uma variedade de condições, incluindo hiperinsulinemia, hiperprolactinemia e excesso do próprio androgênio.

SHBG são proteínas carreadoras de androgênio na circulação, produzidas pelo fígado e estimuladas pelo Estrogênio, por exemplo.

Esse é um dos mecanismos através do qual podemos explicar como o uso de um anticoncepcional oral com estrogênio pode melhorar a oleosidade da pele e diminuir o hirsutismo.

Hirsutismo na gestação e menopausa ocorre por causa de flutuações temporárias e fisiológicas nos níveis de androgênios.

O escore de Ferriman-Gallwey modificado avalia nove áreas do corpo, gerando uma pontuação de 0 a 4 pontos cada uma, de acordo com a intensidade do aumento de pelos no local. Para ser considerado hirsutismo, precisamos de pelo menos 8 pontos, sendo de 8 a 15 classificados como leve.

Escores mais elevados podem ser acompanhados por virilização, o que se manifesta como diminuição da menstruação, aumento da massa muscular, engrossamento da voz, acne, alopécia androgênica e aumento do clitóris.

O cabelo vai além da estética. Ele mostra a sua personalidade, quem você é – seja curto, longo, liso, cacheado, colorido. Ele comunica e te identifica. Logo, ele também é um dos principais motivos para você se sentir bem com a sua aparência e gerar autoconfiança.

Logo, as queixas relacionadas ao cabelo não devem ser banalizadas pelos médicos.

A abordagem deve começar com a busca do equilíbrio através da diminuição do estresse que aumenta o cortisol que, por sua vez, aumenta a produção hormonal masculina pela supra renal, o que age diretamente na saúde dos fios, causando caspas, queda e secreção sebácea anormal.

A seguir, devemos estimular mudanças de hábitos para cuidar dos cabelos:

  • 1. Não lave o cabelo com água quente

Lavar o cabelo com água quente faz com que a oleosidade natural da região seja retirada e, assim, acontece o efeito rebote: o cabelo passa a produzir ainda mais sebo e entope os folículos. Melhor usar água gelada ou, no máximo, morna na hora de lavar a cabeça.

  • 2. Utilize shampoo para o seu tipo de cabelo
  • 3. Tenha uma alimentação saudável

Invista em alimentos com as vitaminas A, B, C, E e D, além de micronutrientes, como ácido fólico, biotina (vitamina H) e sílica, presentes em frutas e vegetais. Alimentos ricos em ômega 3, ferro e zinco, também são indicados. A falta de ferro é uma das principais causas da queda de cabelo, pois este mineral faz parte da formação dos glóbulos vermelhos e nutre os folículos capilares, o que deixa os fios mais fortes.

  • 4. Massageie o couro cabeludo

Massagear o couro cabeludo com a ponta dos dedos, fazendo movimentos circulares na hora do banho, enquanto você lava com shampoo, ajuda a ativar a circulação sanguínea da região e, consequentemente, faz com que o sangue leve mais nutrientes para a raiz dos fios.

  • 5. Invista na hidratação

A hidratação do corpo, no geral, pela ingestão de água, também vai ajudar no estímulo do crescimento dos fios.

  • 6. Elimine as pontas duplas

Sempre que notar a presença de pontas duplas ou fios quebradiços, apare as pontas ou corte o cabelo.

  • 7. Quanto menos atrito, melhor

Evite a escovação a seco, use pentes mais largos e tenha atenção ao atrito com a fronha do travesseiro (ideal cetim) e a consequente quebra durante o sono.

  • 8. Evite usar secador na raiz

Melhor manter certa distância do calor do secador na região ou usar secador sem calor.

  • 9. Não use condicionador na raiz

O condicionador aplicado no couro cabeludo pode entupir os folículos pilosos, onde os fios crescem, além de provocar o enfraquecimento dos folículos e causar a queda de cabelo.

  • 10. Evite penteados muito apertados

Muitas pessoas acreditam que prender o cabelo faz com que ele cresça ou, até mesmo, que trança faz o cabelo crescer, mas isso é mito. Colocar essa pressão no couro cabeludo pode inibir o fluxo de sangue e causar quebra e queda de cabelo, além de falhas locais permanentes.

Se você perceber que o seu cabelo está caindo mais do que o normal ou notar que os fios não estão crescendo na velocidade que deveriam, procure um médico especialista que pode ajudá-la a resolver o problema e indicar o tratamento certo.

A cirurgia de transplante capilar evoluiu muito nos últimos anos, seja através da técnica tradicional ou da técnica FUE (extração da unidade folicular) que repõe o cabelo, mas não evita a sua queda.

Segundo um amigo dermatologista e especialista, não adianta encher a piscina com água se não fechar o ralo. Desta forma, medicamentos como finasterida e minoxidil podem atuar, diminuindo a queda, em conjunto com as medidas anteriormente sugeridas.

Em relação ao hirsutismo, o tratamento estético através dos diversos tipos de depilação (cera, pinça, lâmina, creme, laser e luz pulsada) ajuda a mulher a melhorar a autoestima. Os avanços da depilação a laser e luz pulsada foram impactantes nesta abordagem de uma forma mais definitiva com a destruição do folículo piloso.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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