Prevenção da caramelização do cérebro pelo controle de insulina e glicose

Prevenção da caramelização do cérebro pelo controle de insulina e glicose

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No cérebro, aumento ou resistência à insulina têm sido chamados de diabetes cerebral ou diabetes tipo 3, capaz de provocar danos cerebrais e demência

A insulina tem diversas funções no organismo, inclusive no cérebro, onde o seu aumento ou a sua resistência têm sido chamados de diabetes cerebral ou diabetes tipo 3, capaz de provocar danos cerebrais e demência.

Os possíveis mecanismos através dos quais estes riscos são maiores incluem os efeitos da hiperinsulinemia periférica na memória, inflamação do SNC, e regulação do peptídeo beta-amilóide.

A insulina, que nos tecidos muscular e adiposo ajuda as células a armazenar carboidratos e gorduras, no cérebro, age como regulador do metabolismo da glicose, influenciando diretamente na neurotransmissão, na aprendizagem, na memória e na neuroproteção.

A insulina é o hormônio secretado pelo pâncreas, com importante função no metabolismo dos carboidratos, ou seja, no controle da glicose (taxa de açúcar) no sangue.

Comemoramos 100 anos da descoberta da insulina em 1921 por Frederick Banting e Charles Best, no laboratório do professor de fisiologia John J. R. MacLeod, durante experimentos que tinham como objetivo o isolamento da secreção interna do pâncreas.

A insulina tem fama de ser uma grande vilã do ganho de peso porque o hormônio promove o estoque de gordura corporal, especialmente na região abdominal, uma vez que ela reduz a produção de glicose pelo fígado e aumenta a captação desse hormônio nos tecidos adiposo e muscular.

Os valores de referência de insulina dependem do cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), que avalia o peso em relação à altura do indivíduo.

Os picos de insulina nada mais são do que um aumento na liberação da insulina, na tentativa do organismo de tentar baixar o alto índice glicêmico na corrente sanguínea. Com o passar do tempo, o pâncreas, responsável pela produção do hormônio, acaba entrando em exaustão.

Em outros casos, o organismo desenvolve uma resistência insulínica, e não usa mais o hormônio da forma como deveria, fazendo com que o açúcar no sangue continue alto, mesmo depois de algum tempo que o alimento foi consumido.

Por analogia, consideramos a insulina como se fosse uma ‘chave’ que se liga à ‘fechadura’ existente nas membranas das células, os receptores celulares de insulina, fazendo com que sejam abertas passagens para a entrada da glicose nas mesmas.

Diante de elevados índices de glicose no sangue, podemos precisar de várias chaves (insulina) para abrir uma fechadura devido a uma resistência à insulina.

Se existir uma dificuldade em aumentar a produção, teremos um aumento da glicose no sangue (diabetes) além de outros problemas para a mulher.

A diabetes é uma doença cada dia mais comum entre a população mundial. Segundo dados da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), ela já afeta mais de 12 milhões de brasileiros com uma porcentagem grande deles sem o diagnóstico.

Além do diabetes, é possível que a pessoa também desenvolva hipertensão, dislipidemias (níveis altos de colesterol e triglicerídeos no sangue), esteatosis hepática (acúmulo de gordura no fígado), síndrome do ovário policístico, obesidade, alguns tipos de câncer (como o câncer de próstata), doenças cardiovasculares e respiratórias.

Nos dias de hoje, a genética é um fator muito importante a ser considerado no aparecimento das doenças, mas a epigenética também tem desempenhado papel importante.

Epigenética é a área da biologia que estuda mudanças no fenótipo que não são causadas por alterações na sequência de DNA que se perpetuam nas divisões celulares, meióticas e mitóticas. É denominado um caráter epigenético quando o fenótipo é alterado por tais mudanças.

O nosso comportamento, o ambiente em que vivemos e nossos hábitos representam estas mudanças e podem nos proteger do aparecimento de doenças.

A resistência à insulina está relacionada ao aumento principalmente da gordura visceral. Este excesso de gordura, por sua vez, está associado a prejuízos nas ações da insulina, pois a gordura corporal produz substâncias que conseguem influenciar negativamente a transmissão do sinal da insulina, que provoca um aumento da insulina, gerando um ciclo vicioso.

O que fazer para manter o nível adequado de insulina no organismo?

Manter-se ativo fisicamente, evitando sempre o sobrepeso e obesidade, pode levar à diminuição e controle da resistência à insulina.

A atividade física aeróbica permite a passagem da glicose para dentro da célula sem que a insulina seja necessária, economizando insulina.

Além da prática regular de atividades físicas, uma alimentação adequada, sem excesso de carboidratos e gorduras, são as principais estratégias para evitar desequilíbrios nos valores da insulina.

O consumo em excesso de alimentos, principalmente carboidratos de alto índice glicêmico, como doces e produtos feitos com farinhas refinadas, geram uma super estimulação do pâncreas, que libera quantidades enormes de insulina em resposta à rápida entrada de açúcar no sangue.

Esse processo é conhecido como pico de insulina. Este pico depende do índice glicêmico de cada alimento que variam desde doces, pães e massas, até legumes e frutas.

Quando o alimento tem índice glicêmico igual ou maior de 70, deve ser consumido em pequenas quantidades e em eventos esporádicos, razão pela qual acaba sendo proibido para pacientes diabéticos.

Como exemplo de alimentos com elevado índice glicêmico, em porções de 100g temos o, mel (104), milho (98), barras de cereais em geral (94), cuscuz (93), beterraba (88), bolacha de arroz (87), banana (83), grãos de soja (83), cereal de milho (81), manga (80), pipoca (79), batata (78), bebidas isotônicas (78), melancia (76), pão branco (75), abóbora (75), suco de laranja (74), bolacha de sal (74), arroz branco (73) e a batata-doce média (70).

Estes picos de insulina frequentes podem resultar em uma condição chamada de resistência insulínica, que pode causar uma vasoconstrição. Essa vasoconstrição ocorre quando os vasos sanguíneos se contraem, a fim de evitar a perda de calor em excesso, o que retarda a atividade metabólica do organismo.

Além de causar o pico de insulina no organismo, esses alimentos proporcionam uma sensação de saciedade curta, fazendo com que você sinta fome mais rápido.

A alimentação é um dos principais fatores que influenciam os níveis de açúcar no sangue. Em outras palavras, quanto mais alimentos ricos em açúcares e carboidratos consumirmos, mais recorrentes serão os episódios de pico de insulina.

Como resultado, o cérebro entende que você precisa alimentar-se novamente porque está sem energia, fazendo com que você sinta fome, após meia hora da sua última refeição.

Além disso, é importante evitar dieta com excesso de sódio (sal), não fumar, não fazer uso excessivo de álcool e ter um sono reparador.

Adultos com hiperglicemia crônica (hemoglobina glicada mais alta) apresentam um maior risco de demência vascular e também de demência não vascular, como doença de Alzheimer.

Caracteriza-se demência como um decréscimo cognitivo comparado à cognição prévia do indivíduo. É uma degeneração crônica e, geralmente, irreversível.

Os principais sintomas das demências são perda de memória, dificuldade de localização temporal e espacial, dificuldade de atenção e concentração e distúrbios neuropsíquicos, como depressão, agitação e agressividade. Os tipos de demência mais associados à diabetes mellitus são doença de Alzheimer e demência vascular.

Vários autores, como Crane et al., Grodstein et al., Mayeda et al., Biessels et al., Hamed et al., Pereira et al., Matioli et al., através de várias publicações mostraram que os níveis glicêmicos, a idade acima de 65 anos, o pré diabetes e o diabetes tipo 2 e a neuroinflamação têm uma relação direta com o surgimento de demências.

Recentemente, viu-se crescer a menção do termo “diabetes tipo 3″ou “diabetes cerebral”, uma vez que foi constatado que cérebros de pacientes com Alzheimer têm menor expressão de insulina e receptores neuronais de insulina, comparados a indivíduos da mesma idade e sem diabetes.

A doença de Alzheimer foi descrita em 1906 por um psiquiatra alemão com o sobrenome Alzheimer, que dá o nome da doença. É infelizmente uma doença degenerativa e sem cura até o momento.

Sua principal característica é a perda de memória e atenção, além da perda de outras funções cognitivas, como comunicação verbal e escrita e a orientação.

A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), estima que no Brasil há cerca de 1,2 milhões de pessoas vivendo com a doença, mas muitas delas ainda sem o diagnóstico.

Uma das coisas que protegem, seria a alimentação. Para isso eles propõem a dieta mediterrânea como solução.

O que acontece no cérebro de uma pessoa com Alzheimer?

O cérebro de um paciente com Alzheimer tem proteínas chamadas beta-amilóides acumuladas, que juntas formam placas. Com o passar do tempo, pequenas estruturas vão se descolar dessas placas. Essas pequenas estruturas atacam e intoxicam os neurônios, que perdem sua capacidade de sinapse, ou seja, sua capacidade de se comunicar e, como sintoma principal, a tão temida perda de memória.

O que os pesquisadores concluíram é que o Alzheimer faz com que o cérebro também fique resistente à insulina e, assim, o órgão tem dificuldade de absorver a glicose.

O cérebro é um órgão formado principalmente por tecido nervoso: células da glia e neurônios. O tecido nervoso utiliza basicamente como substrato energético a glicose, uma falha na captação desse carboidrato provoca alterações na função dos neurônios.

Acreditava-se que o cérebro, juntamente com as hemácias, a mucosa intestinal e os túbulos renais, não necessitava da insulina para absorver a glicose.

No entanto, estudos na década de 2000 demonstraram a necessidade da insulina no cérebro para que o mesmo absorva adequadamente a glicose e a utilize como proteção das sinapses neurais.

A glicose atravessa a barreira hematoencefálica por difusão facilitada, através de transportadores chamados de Proteínas Transportadoras de Glicose (GLUTs).

Tais transportadores, ao contrário do que se pensava antes, são sensíveis à insulina e seu funcionamento depende diretamente da ação insulínica.

A glicose tem outros efeitos sobre as funções do sistema nervoso, como a modulação do ciclo de apetite e saciedade, função reprodutiva, liberação de neurotransmissores, plasticidade sináptica e sobrevivência neuronal.

Isso contribui para disfunção cognitiva, redução da memória, aumento da atividade inflamatória no sistema nervoso central, ruptura do eixo adrenal hipotálamo-hipófise e, através da formação de placas senis, favorece o desenvolvimento da doença de Alzheimer (DA).

Já se relata a existência de um mecanismo de proteção natural que protege as sinapses contra a deterioração causada pelos ADDLs, e tem como principal responsável a insulina, que causa uma redução acentuada da ligação de ADDLs patogênicos nos receptores de insulina.

Diante dessas descobertas e da relação direta entre a resistência insulínica e a DA, alguns trabalhos apontam para a existência de um novo tipo de diabetes.

A diabetes tipo 3 é um termo recente que pesquisadores no mundo todo estão usando para se referir a resistência à insulina no cérebro.

Esse assunto é muito novo, sendo assim é importante dizer que ainda não é oficialmente reconhecido na comunidade médica.

O açúcar gera um processo chamado glicação (processo que une uma molécula de glicose com uma de proteína) e inflamação e que seria capaz de despertar o Alzheimer em pessoas predispostas geneticamente.

As clássicas complicações do diabetes, como as neuropatias periféricas ou as retinopatias, podem estar relacionadas.

Manter os exames de sangue em dia, fazer consultas periódicas e buscar tratamento em caso de sintomas, sejam eles metabólicos, hormonais e neurológicos, é sempre um passo fundamental na prevenção e controle de diversas doenças.

Uma dessas medidas é o monitoramento glicêmico, o qual pode ser feito pela glicemia de jejum em laboratório e pela glicemia capilar em casa. Porém, a forma mais fidedigna de acompanhamento, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), é a hemoglobina glicada, que mostra os valores glicêmicos dos últimos 100 dias, em média.

A SBD define as seguintes metas glicêmicas para adultos com diabetes mellitus:

Pré-prandial: < 100 mg/dL, pós-prandial: < 160 mg/dL e hemoglobina glicada: < 7,0%

O tratamento preconizado envolve mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada com restrição de açúcar e redução de carboidratos, consumo de gorduras, como ômega 3, e prática regular de atividade física, pelo menos 150 minutos por semana (50 minutos de atividade 3 vezes por semana).

Existem medicamentos que impulsionam e aceleram o tratamento da resistência à insulina. Seu uso deve ser recomendado e acompanhado pelo médico sempre.

O tratamento medicamentoso de demências tem poucas opções e se mantém ineficaz. As principais opções terapêuticas são os inibidores de colinesterase e antagonista de memantina.

Novas estratégias terapêuticas surgem na literatura científica e na indústria farmacêutica, como os medicamentos à base de cannabis que, apesar de terem efeitos animadores e serem permitidos pela ANVISA, ainda são pouco prescritos e pouco acessíveis no Brasil.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

Siga o Centro Avançado em Endometriose nas redes sociais para ver informações e dicas sobre a saúde da mulher.

Medicação de tarja preta e a ansiedade da mulher no Brasil de hoje

Medicação de tarja preta e a ansiedade da mulher no Brasil de hoje

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Mulher moderna tem de provar que pode ter independência financeira, carreira bem sucedida e família equilibrada, além de estar sempre bonita, alegre e animada

Anvisa ampliou quantidade máxima de medicamentos permitida em uma única receita de tarja preta dos atuais 2 meses de tratamento para até 6 meses

Evitar estresse e ansiedade no Brasil de 2021 está cada vez mais difícil. Pandemia e instabilidade política e econômica têm colocado nervos a toda prova

A Mulher-Maravilha foi criada em 1941, pela DC Comics, como uma personagem nascida na ilha de Temiscira, abençoada por todos os deuses do Olimpo de onde vieram seus poderes: Bela como Afrodite, sabia como Atena, forte como Hércules, e rápida como Hermes. 

Neste mesmo período as mulheres começaram uma revolução silenciosa e discreta com o surgimento da pílula anticoncepcional em 1960 que levou a um maior controle da taxa de natalidade, permitindo que se tornassem economicamente mais ativas.

Esta demanda imposta pelas próprias mulheres de ser uma mulher maravilha nos dias de hoje tem gerado cada vez mais transtornos como a depressão, a distimia, a síndrome do pânico, o transtorno de ansiedade generalizada, a fadiga crônica, o transtorno disfórico pré menstrual, a depressão pós parto e o transtorno bipolar.

Ansiedade é um mecanismo do nosso cérebro para nos alertar em situações adversas e desconhecidas. Este mecanismo nos deixa alertas e também desencadeia uma “descarga de adrenalina” para enfrentar situações inesperadas.

Porém, a ansiedade em excesso pode ter efeito contrário e, simplesmente, paralisar uma pessoa. 

Quando a ansiedade começa a prejudicar o dia a dia causando transtornos físicos e psicológicos, atrapalhando você de efetuar uma tarefa rotineira, cancelando compromissos e gerando angústia ela passa a ser patológica.

Muitas angústias e tristezas são inerentes ao simples fato de estarmos vivendo, convivendo e sobrevivendo. Não conseguimos eliminar esses sentimentos com um passe de mágica.

No mundo de hoje as pessoas têm procurado maneiras de compensar a dificuldade de ter os padrões pessoais, familiares e profissionais sonhados através do acesso a bens de consumo impostos pela sociedade capitalista. 

Me lembro bem no início da minha vida profissional há 24 anos de ser apresentado a uma doutrina chamada hedonismo. 

O hedonismo é uma doutrina, ou filosofia de vida, que defende a busca por prazer como finalidade da vida humana. Buscar prazer é o que move as paixões, os desejos e todo o mecanismo da vida, sendo, portanto, na visão dos hedonistas, a primeira e mais completa ponte para a finalidade última da vida: a felicidade através do ser e não ter!

As pessoas atualmente querem tudo na hora e de forma fácil, e vivem uma cultura na qual deve-se buscar a felicidade a qualquer preço, mas com um custo elevado às vezes.

Os jovens de hoje estão passando por isso por não conseguirem atender aos padrões exigidos em decorrência da extrema competitividade, da falta de acesso ao mundo real e muitas vezes por uma superproteção dos pais. O resultado é uma sensação de insuficiência e incapacidade, ansiedade e baixa autoestima que são a base para o desenvolvimento dos transtornos de ansiedade e depressão.

Segundo a OMS, no Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem com depressão e até 2030 essa será a doença mais comum no país.

Já pararam para se perguntar porque esses transtornos acontecem com as mulheres de uma forma muito mais importante que com os homens?

Enquanto o organismo masculino produz um único hormônio sexual, a testosterona, as mulheres enfrentam uma bipolaridade hormonal. Durante os primeiros 14 dias do ciclo menstrual temos o estrógeno, enquanto que nos últimos 14 dias temos a predominância da progesterona.

O estrógeno faz com que as mulheres fiquem mais alegres e ativas. Entretanto, quando a produção desse hormônio diminui, elas se sentem mais cansadas, nervosas, preocupadas, tristes e irritadas como na pós menopausa.

Consequentemente, essa alteração hormonal é um dos fatores que contribuem para que o sexo feminino tenha uma maior predisposição à depressão e a outros transtornos depressivos. 

Estudos apontam que o risco de depressão é entre 10% e 25% para mulheres e 5% a 12% para os homens. Uma soma de fatores sociais e também biológicos explica esses números como as questões hormonais e a dupla jornada de trabalho para conciliar carreira e tarefas domésticas.

Burnout é um transtorno psíquico de caráter depressivo, com sintomas parecidos com os do estresse, da ansiedade e da síndrome do pânico, mas no qual o especialista percebe a associação com a vida profissional da pessoa. 

A síndrome, que foi incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, em uma lista que entrará em vigor em 2022, se não tratada pode evoluir para doenças físicas, como doença coronariana, hipertensão, problemas gastrointestinais, depressão profunda e alcoolismo. 

Estatísticas mostram que estresse e esgotamento profissional estão afetando mais mulheres que homens e, particularmente, mais as mães que trabalham fora de casa do que pais que fazem o mesmo. 

No meu dia a dia percebo mulheres do lar também esgotadas pelo marido, pelas tarefas da casa e pelas demandas da família.

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que analisou o impacto da pandemia e do isolamento social na saúde mental de trabalhadores essenciais, mostrou que sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% desses trabalhadores durante a pandemia, no Brasil. 

Nesse sentido, a classe de profissionais de saúde é uma das mais gravemente afetadas pela síndrome de burnout, demandando maiores cuidados e intervenções.

Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas; 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono; e 30,9% foram diagnosticados ou tratados de doenças mentais no ano anterior.

Dados recentes sobre o burnout em mulheres são preocupantes. 

Segundo uma pesquisa feita pela plataforma LinkedIn, com quase 5 mil americanos, 74% das mulheres disseram que estavam muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho, em comparação com apenas 61% dos empregados do sexo masculino.

É uma síndrome que precisa ser precocemente reconhecida e tratada, visto que pode levar a graves comorbidades decorrentes do excesso de trabalho e responsabilidades.

A telemedicina facilitou o acesso a psicólogos e médicos embora dados mostrem que só uma parte da população recebeu tratamento necessário.

Em geral, pesquisas ligam baixas rendas a altos níveis de estresse e a uma saúde mental ruim. 

Saúde Mental é muito mais que a ausência de doenças mentais. É, na verdade, um estado de bem estar em que o indivíduo consegue ser produtivo, realizar as suas habilidades e se recuperar do estresse causado pela rotina. 

Todos nós estamos sujeitos a condições de estresse: para crescer, para comer, até para dormir. O importante para a manutenção da saúde mental é que a gente seja capaz de se recuperar desse estresse e participar da vida em comunidade, ser produtivo e participativo das atividades sociais.

Em 2020, a Anvisa, agência reguladora vinculada ao Ministério, publicou uma resolução mais do que controversa por contrariar o bom senso. Ela ampliou a quantidade máxima de medicamentos permitida em uma única receita de tarja preta dos atuais 2 meses de tratamento para até 6 meses. 

Um convite ao uso abusivo? Na verdade foi um esforço para evitar que as pessoas saíssem de casa durante a pandemia!

Os ansiolíticos são vendidos com receitas especiais, emitidas por profissionais preparados e autorizados, porque podem causar dependência física e mental. O diagnóstico deve ser bem-feito e o tratamento deve ser seguido corretamente para evitar que o quadro do transtorno piore. 

Percebo ao longo dos meus quase 24 anos de formado o aumento do uso de benzodiazepínicos pelas mulheres. Antigamente muito comum acima de 50 anos e atualmente muitas usando antes dos 30 anos.

Os benzodiazepínicos constituem o grupo de psicotrópicos mais comumente utilizados na prática clínica devido às suas quatro atividades principais: ansiolítica, hipnótica, anticonvulsivante e relaxante muscular.

Seus efeitos colaterais podem ser problemas de memória, tontura, diminuição de atividade psicomotora e dificuldade de concentração.

Os principais medicamentos são o alprazolam, bromazepam, clonazepam, diazepam, lorazepam, flunitrazepam, midazolam e zolpidem.

A venda de antidepressivos e estabilizadores de humor tiveram um aumento expressivo durante o ano passado. 

Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácias mostrou que quase 100 milhões de caixas de medicamentos controlados foram vendidos em todo o ano de 2020 – um salto de 17% (mais de 96 milhões de doses) na comparação com os 12 meses anteriores.

Especialistas afirmam que o aumento no uso ou a dependência de medicamentos para o controle da ansiedade também podem estar ligados ao desenvolvimento socioeconômico de cada região do país. 

Nos últimos anos, observou-se um grande avanço no tratamento farmacológico de transtornos da ansiedade (TAG). Recentemente, o tratamento mudou de benzodiazepínicos para antidepressivos, como a venlafaxina, pois os sintomas depressivos que às vezes acompanham o transtorno de ansiedade generalizada podem não responder bem aos benzodiazepínicos, além deles apresentarem risco de abuso, dependência e problemas associados, como efeitos de abstinência. 

Em pacientes com TAG sem sintomas depressivos, um ansiolítico não benzodiazepínico eficaz é uma alternativa terapêutica importante. Neste sentido, a pregabalina, um análogo estrutural do ácido γ-aminobutírico (GABA), foi desenvolvida como um ansiolítico com base em seu perfil de atividade farmacológica. 

A pregabalina é um remédio que atua no sistema nervoso, regulando as atividades das células nervosas, sendo indicado para o tratamento da epilepsia e dor neuropática, causada pelo mau funcionamento dos nervos. Além disso, também é usada no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada e no controle da dor causada pela fibromialgia em adultos.

A pregabalina se mostrou uma opção terapêutica segura e eficaz

O ponto inicial de tudo é a aceitação. Por isso a terapia é fundamental. Os remédios ajudam, mas quem realmente tira da crise é a terapia e o autoconhecimento.

Um dos grandes mitos relacionados à depressão é a crença de que seria uma condição rara e pouco recorrente, mas a chance é grande de alguém próximo de você estar deprimido e ansioso. 

Outro grande mito associado é que pessoas bem-sucedidas não sofrem com ela. É possível conquistar muito na vida e ainda assim ter depressão. 

A depressão é mais do que tristeza: pode surgir sem aviso ou lógica, em pessoas que não têm razões aparentes para estarem doentes. Portanto, a “falta de motivo” ou a ausência de sintomas clássicos não são motivos para descartar um possível quadro depressivo, nem razão para não procurar ajuda.

Estabelecer metas de vida realistas, garantir momentos de lazer e relação com amigos e família, manter uma jornada de trabalho mais adequada, preocupar-se mais em “ser” que em “ter” além de buscar o equilíbrio pode ajudar a diminuir o uso de medicamentos tarja preta.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

Siga o Centro Avançado em Endometriose nas redes sociais para ver informações e dicas sobre a saúde da mulher.

Câncer de mama x COVID-19 x consumo de álcool

Câncer de mama x COVID-19 x consumo de álcool

O Outubro Rosa tem um desafio maior com o recorde de casos registrados de câncer de mama, a diminuição das consultas médicas e o aumento do consumo de álcool

A campanha de prevenção do câncer de mama (Outubro Rosa), que existe desde 1990, precisará mais do que nunca de nós médicos, profissionais de saúde e formadores de opinião para ajudar no diagnóstico precoce e na prevenção.

Levantamento divulgado pela Global Cancer Observatory revela que, no último ano, o câncer de mama foi responsável por 11,7% dos cânceres em todo o mundo, com 2,26 milhões de casos registrados, sendo a doença oncológica mais diagnosticada em 2020, superando o câncer de pulmão, que acomete homens e mulheres, diferente do câncer de mama, que acomete 99% de mulheres.

Uma pesquisa realizada pela IPEC, encomendada pela Pfizer, mostrou que 47% das mulheres entrevistadas deixaram de frequentar o ginecologista ou o mastologista durante a pandemia de COVID-19.

No Brasil, deverão ser mais de 65mil casos por ano até 2022, de acordo com o INCA, sendo que 30% deverão ter metástase, mesmo com o diagnóstico precoce.

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com mudanças nos hábitos de vida, como realização de atividade física regular, manutenção do peso ideal, alimentação saudável e diminuição do consumo de álcool.

O consumo de álcool em qualquer quantidade contribui para o câncer de mama, principalmente se associado ao tabagismo.

Os brasileiros estão bebendo mais e fumando menos, segundo um levantamento do IBGE, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), com dados relativos a 2019.

Mais de um quarto (26,4%) da população adulta costuma consumir bebida alcoólica uma vez ou mais por semana, um aumento de 2,5% em relação a 2013, o último ano do levantamento.

Já a população de mulheres que bebem álcool cresceu 4,1% em seis anos, enquanto o percentual dos homens ficou praticamente estável.

Ainda assim, os homens continuam bebendo mais do que as mulheres (37,1% contra 17%).

Dados mais recentes em relação à pandemia do COVID-19 mostrou que 18% dos brasileiros estão bebendo mais, segundo uma pesquisa realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que coletou informações de quase 45 mil participantes.

Um segundo estudo, desta vez liderado pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), confirmou o maior consumo de bebida em meio ao isolamento social com 61% relatando o consumo de álcool e 30% bebendo mais nesse período de pandemia, segundo os 3.633 entrevistados.

Nas duas pesquisas mencionadas, a justificativa para incluir bebida na rotina foi a necessidade de amenizar a tristeza, o medo, a ansiedade, o estresse e a depressão desencadeados pelo isolamento social e pela incerteza sobre o futuro.

Brasileiros com grau de instrução fundamental, estão bebendo mais que os brasileiros com graduação no ensino médio e com nível superior (21,5%, 20,4% e 18,6%, respectivamente).

Há muito tempo faz parte do senso comum a crença de que o consumo de doses baixas de álcool traz benefícios à saúde, em especial ao coração, se tomar uma taça de vinho tinto por dia, por exemplo.

Se você é do tipo que sempre prioriza o lado saudável de tudo o que consome, então nenhuma surpresa: o vinho continua sendo o campeão neste quesito.

Ele é o fermentado mais rico em polifenóis, destaque para o resveratrol, pelos seus benefícios em numerosos processos fisiológicos ativos com poderosos efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e anti carcinogênicos como, por exemplo, para o câncer de mama.

Vale saber que o que determina a quantidade desses polifenóis em um vinho é a forma como ele é feito. Na uva, esses poderosos ativos estão presentes na casca, na semente e no engaço (cabinho).

Para isso é necessário uma preparação tradicional que mantém o contato do vinho com a casca da uva, explicando porque os tintos possuem mais antioxidantes que os brancos e espumantes, que são preparados com a polpa e separados da casca.

Só para você ter uma ideia, o vinho tinto tem dez vezes mais polifenóis que o vinho branco, sendo a maior concentração de polifenóis das uvas cabernet sauvignon, malbec e syrah.

A revista científica “The Lancet” publicou um estudo que teve enorme repercussão na mídia. O trabalho em questão avaliava até que ponto o consumo de álcool em níveis moderados pode servir como proteção para algumas condições de saúde.

A definição de consumo moderado de álcool pode variar de um país para outro e deve considerar características individuais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) não existe um padrão de consumo de álcool que seja absolutamente seguro.

Os impactos do uso nocivo dessa substância levaram vários governos a adotar diretrizes que definem o que seria um consumo moderado ou de baixo risco para desenvolver problemas de saúde.

A OMS define como dose padrão 10g de etanol puro, e recomenda que homens e mulheres não excedam duas doses por dia e que se abstenham de beber pelo menos dois dias por semana.

Já a renomada instituição NIAAA – National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism – estabelece como dose padrão 14g de etanol puro e orienta as mulheres a limitarem seu consumo a uma dose por dia e, os homens, a até duas doses por dia.

No entanto, o relatório de pesquisadores ingleses publicado na “The Lancet” aponta para outra conclusão: a de que “os pequenos benefícios adquiridos com o consumo baixo e moderado de bebidas alcoólicas são superados pelo risco aumentado de outros danos relacionados à saúde, incluindo o câncer”.

No entanto, é impossível concluir se esses resultados se devem ao consumo de bebidas alcoólicas ou a outras variáveis, como por exemplo diferenças de comportamento ou genética entre pessoas que bebem moderadamente e pessoas que não bebem.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), assim como o Centers of Disease Control and Prevention (CDC), entidade vinculada ao governo norte-americano e a Health Promotion Agency, entidade neozelandesa, mantém a mesma posição do estudo afirmando que, embora estudos anteriores tenham indicado que o consumo moderado de álcool traz benefícios protetores à saúde (por exemplo, redução do risco de doença cardíaca), estudos recentes mostram que isso pode não ser verdade.

Segundo o estudo, consumir apenas uma dose de bebida alcoólica por dia aumentou o risco de desenvolver problemas de saúde relacionados ao álcool em 0,5% em relação à abstenção, enquanto beber cinco doses por dia levou a um aumento de 37% no risco.

Quem insiste no consumo diário de bebida alcoólica deve ter cuidado redobrado, uma vez que beber frequentemente (mais do que seis dias por mês) pode deixar muita gente tolerante ao álcool.

Num primeiro momento, sabe-se que uma taça de vinho ou um copo de cerveja pode promover relaxamento, mas ao exagerar as pessoas se tornam mais vulneráveis ao efeito rebote, com níveis até mais acentuados de tristeza ou depressão.

Vale dizer que uma única dose pode ser o suficiente para provocar alterações físicas e mentais em quem bebe, como alerta a OMS para os seguintes problemas:

  • Dependência
  • Baixa imunológica com aumento do risco de infecções bacterianas e virais
  • Diminuição dos reflexos (por isso a combinação álcool e volante é desastrosa)
  • Desencadeia transtornos psicológicos
  • Contribui para episódios de violência física (doméstica)
  • Piora a qualidade do sono
  • Reduz a fertilidade
  • Pior controle da hipertensão arterial
  • Pode provocar cirrose, câncer, hepatites

Mas, como é praticamente impossível acabar com a ingestão de álcool no mundo, principalmente em momentos de incerteza como este que estamos vivendo na pandemia da COVID-19, estipularam o que seria uma dose de baixo risco.

A partir de referências científicas e consultas a sites especializados em diferentes tipos de bebida, e levando em conta os volumes e teores alcoólicos mais praticados no Brasil, o CISA considera que uma dose padrão corresponde a 14g de etanol puro no contexto brasileiro.

– 1 dose de bebida (14 gramas de álcool puro) corresponde a 350ml de cerveja (5% álcool), 150ml de vinho (12% álcool) ou 45ml de destilado (40% de álcool)

– 1 lata de cerveja 17 gramas, 1 copo de chope 10 gramas, 1 taça de vinho 10 gramas, 1 dose de destilado 25 gramas

O organismo demora cerca de uma hora e meia a duas horas para eliminar o efeito dos 30 gramas de álcool. Seria um pouco mais seguro se o indivíduo conseguisse demorar esse tempo entre uma dose e outra, principalmente se pretende dirigir.

Por que o efeito do álcool é pior em mulheres e tem provocado mais complicações?

No Brasil, mulheres, jovens e idosos estão bebendo mais. Estes grupos são os mais vulneráveis aos efeitos do álcool.

Segundo o DATASUS, houve uma diminuição per capita em 11% entre 2010 e 2016 no Brasil no consumo de álcool.

Em contrapartida, temos mais internações de mulheres, idosos e adolescentes neste período.

As internações de homens caíram e a de mulheres aumentaram, inclusive em relação aos óbitos – 4% contra 15%.

Mudança no estilo de vida, aumento do poder aquisitivo e a dupla jornada de trabalho podem explicar estas estatísticas.

A igualdade de gênero é uma coisa positiva, mas temos diferenças fisiológicas entre o homem e a mulher.

A mulher tem uma menor área corpórea, menor quantidade de água no organismo e menos enzimas, deixando o álcool mais tempo na corrente sanguínea e demorando mais para ser metabolizado.

A OMS publicou uma lista de recomendações para que as pessoas lidem melhor com o consumo de álcool durante a pandemia.

  • Evite o consumo de bebida alcoólica ou diminua a quantidade e a frequência
  • Procure não estocar bebidas em casa. Dificultar o acesso ajuda a diminuir o consumo
  • Não é indicado beber para aliviar medo, ansiedade e estresse
  • Não misture álcool com medicamentos
  • Em vez de beber para passar o tempo, opte por praticar exercícios físicos
  • Converse com as crianças e os adolescentes sobre os prejuízos do álcool
  • Procure ajuda se perceber que seu consumo, ou de algum amigo ou familiar, saiu do controle

É importante que as mulheres retomem suas vidas e consultas médicas neste momento em que caminhamos para um novo normal, que vai exigir, mais do que nunca, resiliência (capacidade de se adaptar) e equilíbrio físico e mental.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Dieta Detox e antiglicante no combate ao envelhecimento

Dieta Detox e antiglicante no combate ao envelhecimento

Quando fazemos uma dieta detox, optamos por uma restritiva de açúcar, frituras e gorduras saturadas para limpar as toxinas e restabelecer o equilíbrio natural

Há três tipos de envelhecimento: o biológico, o social e o psicológico

Uma alimentação equilibrada com proporções adequadas (40% carboidrato, 30% proteínas e 30% gordura) com alimentos saudáveis, como verduras, legumes e frutas, beneficia bastante a saúde da pele, assim como todo o organismo. 

O envelhecimento é um processo natural que ocorre durante toda a vida, provocando mudanças associadas à passagem do tempo, que pode variar de pessoa para pessoa, sendo determinado tanto por fatores internos quanto externos, como estilo de vida,  características do meio ambiente, as condições de saúde e a dieta de cada um. 

Os dermocosméticos com ação detox são responsáveis por estimular a renovação celular, remover as impurezas e deixar a pele mais limpa e iluminada, reduzindo os processos inflamatórios, devendo ter seu uso estimulado a partir dos 25 anos.

A Vitamina C é um poderoso antioxidante, ao reduzir danos causados pelos radicais livres decorrentes da exposição da pele à poluição, radiação UV e infravermelha. Você pode incluir este ativo em todas as fases de cuidados da pele, desde a higienização até a proteção solar.

Enquanto isso, a Vitamina E, presente em grãos e sementes oleaginosas, também pode impedir danos causados pelos radicais livres.

Os alimentos com antioxidantes que ajudam nestes processos, atuando da cabeça aos pés devem ter seu consumo estimulado!

São vários alimentos com tal ação, como o Açafrão ou cúrcuma, aveia, azeite de oliva, chá de cavalinha, centelha asiática, dente de leão, frutas cítricas, frutas vermelhas, linhaça, mamão, abacaxi, melão, óleo de gergelim, pepino, peixes, sálvia, semente de abóbora e suco de uva natural.

Glicação é quando açúcares “açúcar proteínas” (também se usa a expressão “caramelizam as proteínas“), alterando a sua estrutura e função. 

A glicação é o processo em que as moléculas de açúcares e carboidratos unem-se a uma proteína, formando os “produtos de glicação avançada” (AGEs, do inglês: Advanced glycation End-Products), fazendo com que ela não consiga mais desempenhar seu papel no organismo, perdendo sua função biológica e tornando-a tão prejudicial quanto os radicais livres.

A ligação de açúcares no colágeno e a dificuldade da pele em renová-lo acelera o envelhecimento. “Esta ação é tão agressiva, quanto a dos radicais livres, promovendo rugas, perda de elasticidade e de tonicidade”.

Na busca por um tratamento rejuvenescedor da pele, uma das apostas é a associação de produtos antiglicantes aos antioxidantes. 

Os antiglicantes são capazes de reverter esse processo e frear o envelhecimento, melhorando o aspecto visual do rosto e a saúde da pele. 

Os dermocosméticos antiglicantes atuam impedindo que essa união entre açúcar e proteína ocorra, minimizando o envelhecimento precoce, devolvendo a firmeza, a flexibilidade, prevenindo o aparecimento de rugas e revitalizando os contornos do rosto e da pele, conferindo uma aparência mais jovem.

Para baixar o índice de glicação é importante planejar a redução de consumo dos carboidratos refinados, como o pão branco, farinha de trigo, biscoitos, bolachas, macarrão e massas. Prefira também os carboidratos complexos (nozes, vegetais, feijão, arroz integral, aveia e milho); estes demoram muito mais para virar açúcar no sangue.

A fotoproteção é fundamental; para tal, use o FPS 50 ou 70 com capacidade de reduzir a oxidação, glicação e irritação da pele, de preferência resistente à água. É importante ter associado a vitamina C e o ácido hialurônico que hidrata e preenche as rugas.

Porém, quando nos referimos a uma dieta antiglicante, são poucos alimentos considerados verdadeiramente antiglicantes. 

Até mesmo em relação à canela, cujos efeitos no metabolismo glicídico são bastante citados, mas controversos.

Os compostos fenólicos (são abundantes em frutas, vegetais e alimentos derivados dos mesmos) parecem ser os melhores candidatos. 

Na prática, para um efeito antiglicante na dieta, devemos principalmente considerar a proporção entre carboidratos (C) e proteínas (P) da dieta (C/P).

Para não elevar a glicemia e não glicar, a dica segundo especialistas é manter a relação entre carboidratos/proteínas da dieta, igual ou menor do que 1,3. Em termos práticos, calculamos 40% de carboidratos, 30% de proteína e 30% de gordura em uma dieta. Isso é um aprendizado longo, que deve ser adquirido aos poucos.

Como a glicemia aumentada eleva a insulina, uma dieta antiglicante é, em última análise, uma dieta para controle da insulina. 

Como a insulina é pró-inflamatória, mantendo-a baixa, a dieta será também anti-inflamatória.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Slow beauty e os produtos naturais e sustentáveis no combate à beleza fatal

Slow beauty e os produtos naturais e sustentáveis no combate à beleza fatal

A partir da década de 1990, começou a haver uma maior conscientização com uma busca por produtos mais seguros para o ser humano e para o planeta

Sustentabilidade pode ser definida como a capacidade do ser humano em interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras, integrando as questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais.

Isso estimulou uma adequação da indústria e a produção de cosméticos segundo esses conceitos, os chamados cosméticos naturais, cosméticos orgânicos ou biocosméticos, através de um movimento (slow beauty), nascido nos Estados Unidos.

O Brasil ocupa a terceira posição em relação ao mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, perdendo apenas para Estados Unidos e Japão.

Interessante como só agora, como ginecologista, tenho visto no meu dia a dia do consultório a preocupação e divulgação pelos laboratórios de produtos de uso ginecológico sem parabeno.

De acordo com o Food and Drugs Administration (FDA), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo dos EUA, o parabeno consiste em ésteres derivados do ácido ρ-hidroxibenzóico, que vem sendo usado amplamente como conservante em produtos cosméticos, farmacêuticos, alimentícios e industriais.

Entre os produtos que podem conter parabenos, temos as maquiagens, desodorantes, hidratantes, loções, esmaltes, óleos, loções infantis, produtos para o cabelo, perfumes, tinta para tatuagens e até mesmo cremes de barbear.

Os parabenos são substâncias conservantes que podem ser nocivas, tanto aos pacientes com câncer, quanto a qualquer outra pessoa com a pele lesionada, devendo ser evitados.

Quais são os tipos de parabenos?

Os tipos de parabenos mais comuns são o metilparabeno, o propilparabeno, o etilparabeno e o butilparabeno, com alto poder de conservação e preço mais acessível. Devido à sua solubilidade relativa em água, é o mais frequente ingrediente utilizado em cosméticos e pode apresentar efeito cumulativo pela exposição contínua à derme.

O controle sobre a quantidade de parabenos presentes em cosméticos é bastante rígido. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu como limite as concentrações máximas de 0,4% de cada parabeno e no máximo de 0,8% total no produto cosmético.

A segurança dos parabenos vem sendo contestada nas últimas duas décadas, principalmente devido à desregulação endócrina que produzem, alterando a atividade de hormônios endógenos, bem como a síntese, transporte e metabolismo hormonal.

Quando os compostos prejudicam a função endócrina, eles são denominados desreguladores endócrinos. No caso específico dos estrógenos, há os xenoestrógenos, que são compostos sintéticos capazes de aumentar a síntese do estrogênio endógeno, ou desempenhar funções semelhantes ao mesmo.

Os parabenos apresentam ainda atividades pró-oxidantes na derme, estando relacionados a casos de dermatite alérgica de contato e envelhecimento da pele.

Outros possíveis efeitos atribuídos aos parabenos são no trato reprodutivo e glândulas endócrinas por possuírem atividade estrogênica, estando também relacionados ao câncer de mama.

O câncer é uma patologia crônica caracterizada pelo crescimento de células neoplásicas de forma desordenada, processo esse que ocorre devido à alteração no código genético.

Admite-se que 5% a 10% dessa enfermidade apresenta caráter hereditário e o restante deve-se a danos no material genético que ocorreram ao longo do tempo, os quais podem ter origem física, química ou biológica.

Na fase inicial do processo de carcinogênese, células normais expostas a agentes carcinogênicos sofrem danos no DNA, o que acarreta modificações no seu ciclo celular, deixando as células mais responsivas a estímulos proliferativos e menos responsivas à apoptose (morte celular), devido à inativação de genes supressores e/ou à ativação de oncogenes.

Estrógenos desempenham um papel importante na proliferação do epitélio mamário, tanto normal, quanto neoplásico, com estudos epidemiológicos, experimentais e clínicos confirmando esta associação. Após o hormônio se ligar ao seu receptor celular, ele ativa os genes hormônio-responsivos que promovem a síntese de DNA e a proliferação celular.

Num ritmo acelerado, percebemos um aumento na incidência de câncer de mama que, de acordo com o Ministério da Saúde, não possui razões bem conhecidas.

Os xenoestrógenos estão ligados à carcinogênese e por isso associados ao câncer de mama.

Entre os componentes dos cosméticos, os principais xenoestrógenos são sais de alumínio (presentes em antiperspirantes), triclosan (desodorantes, sabonetes íntimos, deocolônias e conservantes), fragrâncias sintéticas e parabenos (conservantes).

Presente em alguns pesticidas, também temos alguns xenoestrógenos capazes de se acumular no organismo através da alimentação como as dioxinas.

Seria esta uma explicação plausível para a suspeita de que o uso de produtos contendo xenoestrógenos pudesse ser uma das causas do aumento do câncer de mama no Brasil e no mundo?

No caso de cosméticos, os desodorantes e cremes hidratantes são aplicados diariamente e mesmo muitas vezes ao dia na área da axila, ao redor da mama, de forma que esta região é exposta, continuamente, a uma grande variedade de xenoestrógenos presentes nesses tipos de cosméticos, os quais são absorvidos por camadas profundas da derme.

Em um estudo realizado durante 21 anos na Inglaterra e Escócia, em mulheres acometidas por câncer de mama, observou-se que a região de maior incidência da patologia foi o quadrante superior, local este de grande aplicação de produtos cosméticos, mas também região com maior densidade mamária.

Em culturas celulares de câncer de mama, baixas concentrações de parabenos atuam estimulando o crescimento celular, quando combinados a outros xenoestrógenos.

Em arquivos de amostras de câncer de mama humano, realizou-se medidas de parabenos e evidenciou-se que o composto estava presente em quantidades abaixo daquela determinada experimentalmente para estimular o crescimento celular.

Em decorrência dos poucos estudos epidemiológicos que relacionam diretamente o uso de desodorantes nas axilas com a ocorrência do câncer de mama, esta hipótese não pode ser confirmada de forma definitiva.

Atualmente, tanto a Sociedade Americana de Câncer (ACS), quanto a Agência Internacional pelo Estudo do Câncer (IARC), que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmam que não existem provas contundentes que possam relacionar os compostos químicos parabenos com o desenvolvimento de câncer.

Devemos lembrar que, ausência de evidência, não é evidência de ausência, logo você é o responsável pela sua saúde e, por isso, é de grande importância ter um olhar criterioso quanto à escolha do cosmético, sempre levando em consideração a sua composição química.

O paciente oncológico pode ser mais afetado pelos parabenos e, portanto, deve observar a formulação de tudo o que utiliza. Existem produtos especialmente desenvolvidos sem o uso de parabenos para os pacientes em tratamento quimioterápico ou radioterápico.

A Wecare Skin desenvolveu produtos especialmente para pacientes que estão passando por tratamento oncologico, livres de parabenos e outros agentes agressivos, como o Washcare, que é uma espuma de limpeza, que pode ser utilizada para tomar banho, o Moistcare, que é um hidratante corporal livre de parabenos, a ureia, corantes ou fragrâncias, tendo como ativos a aloe vera, a aveia e a camomila.

O consumo sustentável e cuidados com a pele, sobretudo pelo uso de cosméticos, que não atuem de forma agressiva no frágil equilíbrio da pele e tampouco representem riscos para o planeta, levou a uma produção ecologicamente correta, com a utilização, principalmente, de matérias-primas de produtos presentes na biodiversidade de cada país.

Os cosméticos produzidos, segundo esses novos conceitos, são denominados de cosméticos naturais, cosméticos orgânicos ou biocosméticos.

Existem diversas receitas caseiras capazes de substituir os cosméticos de modo eficaz que são feitas com ingredientes 100% naturais e ainda saem bem mais em conta que os cosméticos tradicionais.

O seu médico ou um especialista pode e deve te ajudar a encontrar produtos sustentáveis que não agridam a sua saúde.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Desafios no controle do peso e no ganho de massa muscular

Desafios no controle do peso e no ganho de massa muscular

Desafios no controle do peso e no ganho de massa muscular

Hoje, cada vez mais, valorizam-se mulheres não mais gordinhas ou magrinhas, mas as chamadas “turbinadas”, ou que apresentam um bom (e grande) tônus muscular

No ano de 2019, um em cada quatro brasileiros com mais de 20 anos estava obeso. E foi nesse cenário preocupante que o novo coronavírus chegou ao país, sendo o excesso de peso um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento grave da COVID-19.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou que 60% da população brasileira está obesa ou com sobrepeso, baseado no Índice de Massa Corporal (peso dividido pela altura ao quadrado) que define que uma pessoa com IMC maior que 25 está com sobrepeso e IMC maior que 30 está obesa.

A obesidade entre os jovens adultos mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12,2% da população para 26,8%.

Obesidade é considerada uma doença cumulativa decorrente do acúmulo de gordura corporal pelo organismo, em função de uma ingestão de mais calorias do que as calorias queimadas por exercícios físicos e atividades diárias.

O ganho de peso nas mulheres acontece de forma distinta dos homens, pois elas têm mais gordura acumulada pelo corpo, enquanto o homem concentra mais na barriga, o que acaba sendo até mais perigoso para a saúde.

Pode não parecer, mas 62,6% das mulheres brasileiras estão obesas ou com sobrepeso, enquanto entre os homens o problema alcança 57,5%.

Entre 2003 e 2019, a obesidade feminina passou de 14,5% para 30,2%, enquanto a masculina subiu de 9,6% para 22,8%.

A base do tratamento são mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios, embora cada vez mais pessoas estão sendo submetidas a cirurgias bariátricas.

Percebo, no dia a dia dos consultórios, a dificuldade das mulheres em definir uma dieta ideal que atenda a suas necessidades.

A dieta saudável ou fit, além de cara, é muitas vezes mais calórica que a tradicional, gerando dificuldade em perder peso, além do fato de que alguns alimentos saudáveis como, por exemplo, o abacate, que é inflamatório e danoso à saúde intestinal feminina.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, ouviu cerca de mil pessoas sobre o consumo de açúcar e chegou à conclusão de que 53,5% dos que fazem uso frequente do produto são do sexo feminino.

A explicação pode ser a variação hormonal que ocorre no período pré-menstrual (cólicas, inchaço e irritabilidade), quando os níveis elevados de progesterona e a queda do magnésio inibem a produção de serotonina, aumentando a compulsão por doces, especialmente chocolates.

Prefira chocolates com no mínimo 70% de cacau, pois eles têm mais magnésio e menos açúcar, devendo limitar o consumo a três quadradinhos diários (15 g).

Como forma de minimizar o consumo de açúcar neste período, são indicados os chamados doces funcionais, que seguem a mesma linha de preparo e confecção das refeições funcionais, ou seja, que buscam um equilíbrio perfeito entre os nutrientes, sem abrir mão do sabor, ou de ingredientes que as pessoas tanto adoram e que estão cada vez mais presentes nas prateleiras dos supermercados, e são livres de farinha refinada e açúcar branco, no caso da confeitaria funcional.

Existe uma diferença básica entre a dieta fit e a dieta funcional

  • A primeira se baseia em proteínas, com a diminuição do açúcar, calorias etc. – por ser uma dieta ligada à estética. 
  • A segunda, entretanto, busca aproveitar o máximo dos alimentos para tornar a sua absorção efetivamente funcional para o corpo.

Outra dica é ingerir alimentos reconhecidos como estimulantes da serotonina, como banana, leite semidesnatado, frutos do mar, carnes brancas e ovos. As castanhas também podem ser consumidas, mas com moderação. Neste caso, atenção, pois alguns destes alimentos são inflamatórios (ricos em FODMAP).

Como se não bastasse esses dilemas nas escolhas da dieta, a proura pelo aumento da massa muscular tem sido cada vez mais frequente e esse busca deve levar em conta a diferença que há entre o sexo masculino e o feminino.

Fatores que moveram a nossa evolução, tais quais a caça, a pesca, a subida em lugares altos para fugir de perigos ou encontrar alimento, a necessidade de força bruta para mover objetos pesados, sempre estiveram relacionados ao sexo masculino, o qual desenvolveu estruturas ósseas e musculares mais favoráveis, aliadas as características emocionais e hormonais.

Mas isso tudo não quer dizer que mulheres também não possam aumentar sua massa muscular de maneira significativa através da dieta e exercício físico, evitando o uso de medicações como a gestrinona, que não é isenta de efeitos colaterais.

Como vimos, as mulheres, por questões biológicas e fisiológicas, têm mais facilidade no acúmulo de gordura corpórea, maior retenção de líquido e maior dificuldade em ganhar massa magra, colocando em xeque a escolha de algumas dietas e protocolos, como o jejum intermitente.

O jejum intermitente (é um método de emagrecimento usado para intercalar períodos de jejum com períodos de alimentação) sempre esteve cercado de polêmicas.

A prática é pautada em priorizar não apenas o quê, mas quando você come, e promete uma série de benefícios – desde o emagrecimento até prevenir doenças como câncer e diabetes, por exemplo.

Quando nos alimentamos, a glicose é utilizada para energia e a gordura resultante é armazenada no tecido adiposo como triglicérides. No período de jejum, após 8 a 12 horas da refeição, as gorduras são quebradas em ácidos graxos e o fígado se converte em cetonas, que oferecem energia para o cérebro e outros tecidos.

Contudo, como qualquer tipo de dieta, o jejum intermitente funciona de formas diferentes para cada organismo, podendo levar à queda de massa magra pela maior metabolização da proteína como fonte de energia.

Estudos comprovam, inclusive, que há diferenças relacionadas ao gênero, sendo esta prática menos eficaz para as mulheres.

Embora ainda sejam pesquisas incipientes que precisam ser melhor avaliadas, há embasamento empírico em dizer que mulheres podem ter respostas diferentes ao jejum do que os homens.

Entre os exemplos, um estudo norte-americano de pequeno porte testou a resposta de oito homens e oito mulheres ao jejum. Como resultado, os homens apresentaram uma melhora na sensibilidade à insulina, enquanto sua resposta à glicose permaneceu inalterada.

Enquanto isso, as mulheres não tiveram nenhuma mudança na sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose diminuiu. Portanto, é possível que o jejum seja menos eficaz em mulheres para a perda de peso e controle de açúcar no sangue do que para os homens.

É importante salientar que esta prática ainda afeta o ciclo menstrual feminino, uma vez que o sistema reprodutor da mulher é mais sensível às mudanças calóricas, uma vez que a falta de energia afeta o hipotálamo ou a parte do cérebro que regula hormônios, como o estrogênio, que são cruciais para o ciclo menstrual (ovulação e menstruação).

Por isso, as mulheres que fazem jejum intermitente devem garantir uma alimentação balanceada e com energia suficiente para atender às suas necessidades, sendo fundamental contar com o acompanhamento de um especialista.

O jejum intermitente não é conhecido por ser uma dieta, e sim como um estilo de vida. Apesar disso, há quem procure, equivocadamente, a técnica para dar um “choque no corpo” e garantir efeitos de emagrecimento mais rápidos.

No entanto, investir no jejum intermitente, sem o acompanhamento multidisciplinar, pode levar a problemas ginecológicos, causar hipoglicemias severas, deficiências nutricionais, desequilíbrio eletrolítico, perda de massa muscular e óssea, compulsão alimentar e outros transtornos, como anorexia nervosa.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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