Muito importante na agricultura e na indústria, o zinco vem ganhando um papel de protagonista na área médica e na saúde da mulher nos últimos anos

Lembro-me muito bem de ter estudado sobre o zinco nas aulas de química, quando no segundo grau. O zinco é um elemento químico de símbolo Zn, número atômico 30, situado no grupo 12 da Classificação Periódica dos Elementos, tendo sido descoberto em 1746 pelo alemão Andreas Sigismund Marggraf.

O mesmo não posso falar da Faculdade de Medicina, pois na época uma função essencial para a vida como a imunidade (nossa defesa), por exemplo, era atribuída ao sistema imunológico, seus órgãos e tecidos que, com respectivas células que utilizam em suas reações quimicas o zinco (responsável por mais de 300 reações no nosso organismo).

O zinco atua como um antioxidante, embora não tenha de fato este potencial. Ele diminui a formação de radicais livres e protege as células, ajudando a curar e a rejuvenescer.

O zinco atua no metabolismo de proteínas e ácidos nucleicos, estimula a atividade de mais de 100 enzimas, colabora no bom funcionamento do sistema imunológico, auxiliando na cicatrização dos ferimentos, nas percepções do sabor e do olfato e na síntese do ADN.

Dessa forma, quando está em pouca quantidade no organismo, pode causar várias alterações na resposta imune do organismo, na função neurológica, na produção de hormônios e até mesmo na reprodução.

O zinco é um mineral que não é produzido pelo corpo humano, portanto precisa ser ingerido através da alimentação, sendo encontrado em diversos alimentos, como nas carnes vermelhas, aves, em alguns pescados e mariscos de forma geral.

Exemplo de alimentos ricos em zinco são o amendoim, a amêndoa, o camarão, as ostras, castanhas, nozes, o feijão, o abacate, o chocolate meio amargo, ovos, carne de boi magra, fígado, germe de trigo e o grão de bico.

Atenção! É recomendado, pelo menos, o consumo de uma das fontes diariamente, não sendo necessária a ingestão de todos estes alimentos em um único dia.

A ingestão diária recomendada de zinco é em torno de 10 mg para uma mulher, devendo ser aumentada para 12 mg na gravidez e amamentação, de acordo com a RDA (Recommended Dietary Allowances).

Benefícios do zinco para a saúde

Existem várias razões para justificar a importância da ingestão de alimentos ricos em zinco; no entanto, algumas das mais importantes incluem:

Ajuda na absorção da vitamina A, no tratamento da depressão, na função da tireoide, no sistema imune, na proteção do diabetes tipo 2, na cicatrização de feridas, na prevenção do aparecimento de câncer e no envelhecimento.

No entanto, como participa na maior parte das reações corporais, o zinco tem outras ações importantes, especialmente a nível neuronal e hormonal.

Aproveitamento e absorção do zinco estão diretamente ligados à forma de preparo dos alimentos

Alguns cuidados especiais devem ser tomados no preparo e ingestão dos alimentos, pois determinadas combinações prejudicam sua absorção no organismo.

Evite o consumo de carnes simultaneamente com leites e derivados, pois diminuem a sua absorção. O intervalo ideal entre estes dois alimentos é de uma hora.

Jogue fora a água do molho ao cozinhar as leguminosas (feijão), assim como deve ser jogada também a primeira água de cozimento ao levantar fervura. Esta operação deve ser repetida duas vezes. Este processo elimina ou diminui os taninos presentes no feijão, que prejudicam a absorção do zinco.

Evite o consumo concomitante de alimentos que são fonte de zinco, como os cereais integrais. O zinco presente nos cereais integrais não é bem absorvido pelo organismo e pode diminuir ou impedir absorção deste nutriente em outras fontes. Recomenda-se também o intervalo de uma hora entre estes dois alimentos.

Consuma os alimentos fonte de zinco com suco de frutas ácidas, que são ricos em vitamina C e melhoram sua absorção no organismo.

É muito difícil termos uma dieta com deficiência em zinco, mas a atenção deve ser redobrada em pessoas alcóolatras, em hemodiálise, com problemas digestivos e em uso de medicamentos anti-hipertensivos, diuréticos tiazídicos, omeprazol e bicarbonato de sódio.

A carência de zinco pode desencadear diarréia crônica, queda de cabelo, unhas fracas, paladar alterado, distúrbios de crescimento, infertilidade, dificuldade na cicatrização de feridas , distúrbios neurológicos, impotência sexual, apatia, cansaço, amnésia, entre outros.

Assim como a carência é maléfica, o excesso de zinco também pode ser prejudicial à saúde, podendo causar sintomas como fadiga, febre e dores no estômago.

Entre as situações que podem levar ao excesso de zinco no organismo, está sua suplementação excessiva e determinadas doenças, como insuficiência cardíaca crônica, osteosarcoma ou aterosclerose.

Mas o que isso tudo quer dizer?

A busca de suplementação ou avaliação da necessidade especial de consumo deste mineral deve ser orientada por profissionais nutricionistas ou médicos, para que os benefícios sejam alcançados, como:

  1. Prevenir Alzheimer

Uma boa parcela dos pacientes com essa doença tem baixos índices de zinco circulando pelo organismo. Segundo especialistas, faz sentido, pois o mineral integra a enzima superóxido dismutase, que protege do estresse oxidativo.

  1. Espantar a depressão

De acordo com uma revisão indiana publicada na revista do Instituto dos Tecnólogos da Alimentação, nos Estados Unidos, o zinco melhora o quadro de depressão em mulheres jovens, facilitando as sinapses, que são os sinais trocados entre os neurônios.

  1. Beneficiar o sistema cardiovascular

Um dos principais benefícios do zinco é o seu auxílio no controle da pressão dos vasos. Estudos sugerem que o mineral está relacionado à reparação e renovação celular de vasos sanguíneos, evitando que se tornem enrijecidos e menos maleáveis, o que poderia contribuir para o aumento da pressão arterial.

  1. Proteger contra pneumonia e problemas de pele

A pneumonia é uma das doenças que o zinco pode ajudar em seu combate, diminuindo a duração da doença e acelerando a recuperação, ao barrar uma possível resistência aos antibióticos.

Este mineral é usado na síntese das células que combatem bactérias, fungos e vírus que causam doenças no nosso corpo, com algumas evidências dos efeitos positivos na acne vulgar e dermatite atópica.

O zinco quelato (bisglicinato ou picolinato) é o mineral associado a um aminoácido que é facilmente absorvido e digerido pelo corpo, diferente dos sais de zinco (gluconatos), que demoram um pouco mais para serem digeridos.

Existe um detalhe importante nos suplementos de zinco que os veganos precisam ter atenção. Apesar do zinco ser um mineral, as cápsulas do suplemento podem ser feitas de gelatina. E a gelatina é um ingrediente de origem animal que precisa ser evitado pelos veganos.

É possível adquirir um zinco declaradamente vegano, onde a fabricante certifica que nenhum ingrediente de origem animal é utilizado no suplemento. Para confirmar ou afastar alguns benefícios, precisamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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