(foto: Pexels)
Ao longo dos últimos 20 anos, o tecido adiposo vem sendo considerado como um verdadeiro órgão endócrino, pois não está envolvido só no armazenamento e na liberação de energia, desempenhando outras funções fisiológicas devido à capacidade de síntese e de secreção de muitos fatores, tais como a leptina, a adiponectina e muitas proteínas envolvidas na inflamação e na imunidade.
O tecido adiposo é um termo geral, mas possui camadas de gordura bastante diferentes em relação à origem, a características anatômicas e às funções, de modo que é necessário diferenciar o tecido adiposo branco (TAB) do tecido adiposo marrom (TAM).
Enquanto que o TAB fornece lipídios como substrato para outros tecidos, o TAM utiliza ácidos graxos para a produção de calor.
A gordura branca (TAB) é a gordura padrão que você já conhece e sonha em se livrar, presente na famosa barriguinha.
É ela que armazena sua energia em grandes gotas de gordura que se acumulam ao redor do corpo. O acúmulo de gordura nos ajuda a ficar aquecido, proporcionando literalmente isolamento térmico para os nossos órgãos.
Os carboidratos, as proteínas e as gorduras fornecem energia, mas a quantidade de energia em 1 grama difere entre eles, sendo quatro calorias em um grama de carboidrato ou proteína e nove calorias em um grama de gordura.
A rapidez com que esses nutrientes fornecem energia também difere, sendo os carboidratos mais rápidos e inicialmente utilizados e as gorduras as mais lentas servindo de reserva.
As gorduras podem ser classificadas em saturadas cujo excesso aumenta os níveis de colesterol ruim, insaturadas (mono e poli), colesterol bom que ajuda a controlar os níveis de colesterol e trans que são capazes de reduzir os níveis de colesterol bom.
O triglicérides são as gorduras presentes no sangue decorrente do excesso no consumo de alimentos gordurosos e alimentos ricos em carboidratos como massas, pães, arroz e doces.
Com o tempo, a massa de gordura branca reflete o balanço entre a ingestão e o gasto de energia.
A gordura marrom, ou TAM, é um tipo especial de gordura corporal que é ativada quando você fica com frio.
Sob baixas temperaturas, a gordura marrom queima calorias para gerar calor, em um processo chamado de termogênese. Estudos recentes têm mostrado o TAM provocando benefícios para a saúde, uma vez que ele ajuda a queimar calorias e diminui o índice glicêmico auxiliando no tratamento do diabetes e obesidade.
A gordura marrom armazena energia em um espaço menor do que a gordura branca e é composta de grandes quantidades de mitocôndrias (organelas responsáveis por produzir calor, em vez de estocar energia).
Até pouco tempo atrás, os cientistas acreditavam que apenas os bebês, especialmente recém-nascidos, possuíam gordura marrom e que, com o tempo, esse tipo de gordura desaparecia do corpo.
No entanto, pesquisas mais recentes revelaram que os adultos também apresentam pequenas reservas de gordura marrom, armazenadas ao redor dos ombros, no pescoço e ao longo da coluna vertebral.
Ainda não existe uma fórmula mágica para aumentar a ativação da gordura marrom, mas ao expor o corpo ao frio você pode ajudar a recrutar mais células de gordura marrom.
Algumas pesquisas sugerem que apenas duas horas de exposição por dia a temperaturas em torno de 19°C podem ser suficientes para transformar a gordura branca em marrom.
Experimente tomar banho frio ou gelado, ajustar a temperatura do ar-condicionado em casa ou sair em dias frios com o objetivo de resfriar o corpo e, possivelmente, criar mais gordura marrom.
Uma proteína (irisina) que os humanos produzem ao fazer exercícios com frequência pode ajudar a transformar a gordura branca em marrom.
As pessoas sedentárias produzem muito menos irisina enquanto os seus níveis aumentam muito quando as pessoas fazem um treinamento aeróbio intervalado mais intenso.
Um estudo de 2020, publicado na revista Nature Medicine, afirmou que existe uma relação entre a presença de gordura marrom e a melhoria da saúde cardíaca ou metabólica, uma vez que os indivíduos que apresentavam maior quantidade de gordura marrom no corpo eram significativamente menos propensos a ter diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doença coronariana.
O maior desafio tem sido encontrar maneiras de estimular o corpo a produzir mais gordura marrom ou transformar a gordura branca preexistente em sua irmã metabolicamente mais benéfica.
Constantemente, tentamos acelerar o nosso metabolismo com receitas consagradas como o aumento da ingestão de água, uso de pimenta na comida (capsaicina), consumo maior de proteína, treinos intervalados (alternar o exercício de intensidades muito altas e baixas a médias durante 30 minutos no máximo), pequeno almoço (café da manhã), controle do estresse, sono adequado, prática de musculação e alimentação saudável de 3/3hs.
Metabolismo é o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos e pode ser dividido em anabolismo (reações de síntese) e catabolismo (reações de degradação).
Termogênese é a fantástica capacidade que o nosso organismo tem de regular a temperatura interna, de acordo com as condições do ambiente externo, por meio da queima de energia.
A manutenção da temperatura corporal em uma faixa de 36ºC melhora o funcionamento enzimático e favorece uma série de processos biológicos.
A produção de calor pode ser, fisiologicamente, classificada em termogênese obrigatória e facultativa. A primeira é a taxa de metabolismo basal, definido como a somatória de todo calor produzido em condição de repouso, vigília, jejum de 12 horas e ambiente termicamente neutro.
A segunda refere-se ao gasto energético como resposta a estímulos externos, como exposição ao frio, dieta e atividades físicas.
Quanto à influência da dieta, é importante considerar que a digestão de qualquer alimento demanda gasto calórico, mas alguns, considerados termogênicos, por serem mais difíceis de serem digeridos e metabolizados, exigem maior consumo de energia, induzindo o organismo a trabalhar em um ritmo mais acelerado.
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Muito se fala sobre alimentos ou formulações com propriedades termogênicas. Os alimentos termogênicos são aqueles que ao apresentarem dificuldades de serem digeridos pelo organismo precisam utilizar mais reservas de glicogênio e de gordura.
Como exemplo de alimentos termogênicos de relevância temos a pimenta vermelha, mostarda, gengibre, vinagre de maçã, acelga, aspargos, couve, brócolis, laranja, kiwi, café, guaraná, chá verde, água gelada (inferior a 16°C), linhaça e algumas fibras dietéticas, gorduras vegetais, gorduras de coco, alimentos ricos em ômega 3 e produtos derivados de chocolate.
Estes alimentos, aliados à prática regular de atividades físicas, podem ser utilizados como estratégia nutricional voltada para a perda de peso e melhora da sua saúde metabólica.
A contração muscular para a realização de atividades diárias ou prática esportiva gera aumento de calor corporal e faz parte da termogênese facultativa assim como o tremor, chamado de tiritação, que é um processo involuntário resultante da exposição ao frio.
No entanto, os termogênicos não fazem milagres e devem ser utilizados como a cereja do bolo.
A canela é um dos alimentos termogênicos mais utilizados. A cumarina, composto presente na sua composição, dilui ligeiramente o sangue, o que leva ao aumento da circulação sanguínea, e por sua vez, aumenta o metabolismo.
A semente de chia é outra opção de termogênico que acelera o metabolismo e facilita a queima de gordura, sobretudo na região abdominal.
O ômega 3 não fica para trás sendo completado por possuir uma ação anti-inflamatória com fibras que atuam no bom funcionamento do intestino.
O chá-verde é uma das melhores bebidas para acelerar o metabolismo, pois é fonte de cafeína, termogênico natural que possui ação neuroestimulante e anti-inflamatória.
Uma das principais funções do Morning Shot é a sua função termogênica. Dentre os seus oito ingredientes, dois deles também são termogênicos muito utilizados na sua forma tradicional: o gengibre e a pimenta preta.
O Morning Shot é um produto com potencial imunológico, anti-inflamatório, alcalino e antioxidante, através de 8 ingredientes com compostos bioativos que são absorvidos de forma íntegra e rápida pelo organismo.
A ideia é tomá-lo logo pela manhã como parte de um hábito matinal e rotineiro de saúde. Misturado apenas com água quebrando o jejum matinal, vai preparar o corpo para receber alimentos estimulando a digestão no estômago e nutrição através do intestino.
Contudo, a dieta deve ser orientada por profissional especializado e individualizada para evitar desordens fisiológicas desencadeadas pelo comportamento alimentar inadequado.
Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.
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