A importância da equipe multidisciplinar no tratamento da endometriose

A importância da equipe multidisciplinar no tratamento da endometriose

A importância da equipe multidisciplinar no tratamento da endometriose

Juntos somos mais fortes contra a endometriose, doença da mulher moderna.

Apesar da endometriose ter sido descrita por Hipócrates há 400 anos A.C., ser a  primeira doença a ter um congresso mundial e possuir um dos maiores números de publicações científicas na atualidade, ela ainda é considerada por muitos uma doença enigmática.

Realmente ela é desafiadora no diagnóstico devido ao atraso de até 10 anos, no controle dos seus sintomas e efeitos colaterais dos tratamentos, na complexidade do tratamento cirúrgico e na dificuldade reprodutiva que provoca.

A pelve feminina abriga sistemas distintos como o sistema geniturinário, intestinal, músculo esquelético , vascular entre outros. A presença de todas estas estruturas juntas torna a pelve uma região difícil e delicada que requer atenção e respeito.

Por isso é preciso trabalhar em equipe. Unir os melhores exames diagnósticos, os melhores medicamentos, os melhores equipamentos cirúrgicos e os melhores profissionais. Juntos somos mais fortes!

A medicina baseada em evidência coloca claramente a importância de uma equipe multidisciplinar para o sucesso do tratamento da endometriose. (Evidência A)

A multidisciplinaridade corresponde à busca da integração de conhecimentos por meio do estudo de um objeto de uma mesma e única disciplina ou por várias delas ao mesmo tempo.

Infelizmente não é isto o que acontece em muitos lugares do Brasil e do Mundo! 

O atendimento adequado à portadora de endometriose não  é acessível a todas as mulheres pela escassez de bons profissionais e centros especializados seja nas capitais do Brasil ou no interior. Encontrar profissionais especialistas que atendam pelo SUS ou plano de saúde é complicado.

Foi pensando nisso que participei da fundação em 1998 do primeiro Centro de Endometriose do Brasil em Belo Horizonte, o CENDO, com o objetivo de oferecer em um só lugar um tratamento de excelência na abordagem da endometriose.

Naquele momento oferecemos atendimento especializado para as portadoras de endometriose através de planos de saúde, particular e até sem ônus. O não reconhecimento pelos planos, a péssima remuneração e as condições inadequadas de se realizar cirurgia com excelência inviabilizaram o projeto após alguns anos.

 O mundo científico só começou a perceber os reais benefícios de uma equipe multidisciplinar a partir de  2008, na época do Congresso Mundial de Endometriose em Melbourne na Austrália. Durante o evento foram lançadas propostas para desenvolvimento de abordagens de excelência da em três diferentes níveis.

 No primeiro nível  um ginecologista estudioso da endometriose deveria ser capaz de entender, diagnosticar, abordar e tratar a doença adequadamente, inclusive , realizando cirurgias de alta complexidade de forma minimamente invasiva. 

Um especialista da endometriose!

O cirurgião ginecologista especialista da endometriose precisa ser um cirurgião pélvico e ter conhecimento da anatomia, da fisiologia, das técnicas cirúrgicas e das diferentes vias de acesso para tratar não só o útero e os anexos.

No segundo nível, o especialista coordenaria uma equipe multidisciplinar na abordagem da endometriose com interação e trocas de conhecimento. Teríamos assim um atendimento centralizado com um funcionamento coordenado e harmônico. 

Um Centro de endometriose!

Este cirurgião da endometriose por melhor formado que seja e por mais experiência que tenha, precisa contar com apoio de especialistas em cirurgias do aparelho intestinal (cirurgia geral, coloproctologia, oncológico),  cirurgia do aparelho urinário  (urologista),  cirurgia do aparelho vascular e torácico não só para dividir responsabilidades, mas para aprimorar os conhecimentos, as técnicas e cuidados que vão garantir a segurança e o sucesso do tratamento cirúrgico da endometriose.

No terceiro nível a preocupação seria a de ensinar e divulgar essa abordagem especializada através de cursos e publicações com parcerias com hospitais, clínicas, faculdades,…

Foi com esse intuito que fundámos em 2014 em Belo Horizonte o Centro Avançado de Endometriose e preservação da fertilidade (CAE) e logo em seguida o curso para formação do médico especialista em endometriose.

Um dos pilares tem sido gerar crescimento e aprendizado entre os membros de forma contínua e saudável com um grupo unido e fraterno capaz de seguir este legado iniciado pelo meu pai, Dr Jorge Safe por muitos e muitos anos.

Uma equipe multidisciplinar amadurece e melhora cada vez mais a sua abordagem, diminuindo as taxas de complicação e aumentando o sucesso nos tratamentos sempre com o objetivo comum de individualizar a portadora de endometriose na busca pela cura. 

Este sucesso começa com cuidados importantes no atendimento da paciente pelas secretarias, administradoras que entendem a dor e o peso que elas carregam. No tratamento temos a ajuda de médicos (anestesista, cardiologista, clínico, infertileuta), fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, acupunturista, técnicos e enfermeiros.

É preciso mobilização para que estes profissionais sejam reconhecidos e valorizados por todos, em especial pelos planos de saúde e pacientes. Assim como o cirurgião especialista da endometriose precisa entender também de dor e infertilidade, o mesmo acontece com a nutricionista, a fisioterapeuta, a acupunturista e a psicóloga que precisam ampliar o conhecimento adquirido na faculdade  através de congressos, cursos, pós-graduações …

O dia da luta contra a endometriose no Brasil é o dia 13 de março, mês amarelo, mês da conscientização. Neste ano de 2022, o objetivo do CAE será divulgar e valorizar a importância dos tratamentos multidisciplinares,  ajudando as mulheres a terem acesso a elas. Contamos com a ajuda de todos!

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Endometriose: da dor ao amor!

Endometriose: da dor ao amor!

Portadoras de endometriose: da dor ao amor

A busca pela cura começa com um correto entendimento da doença e de como ela pode ser afetada pela Epigenética. O especialista pode fazer a diferença

Você mulher, que ao longo da vida vem sentindo sintomas muito frequentes que lhe causam tantos transtornos, não só a você, mas a todos que consigo convivem, existe, não somente a esperança de se libertar de tanto sofrimento, mas encontrar tratamentos adequados que lhe promoverão a cura desta doença tão frequente, que é a endometriose.

No conceito médico universal, a “Endometriose é a presença de Endométrio, glândula ou estroma (epitélio que reveste a cavidade interna uterina), fora do Útero“, sendo uma doença enigmática que afeta 1 em cada 10 mulheres durante o menacme (anos menstruais), computada à mulher moderna, apesar de já citada milhares de anos A.C., com ênfase especial a Hipócrates, Pai da Medicina, 430 anos A.C., mas com alto índice de acometimento atual em virtude de uma vida atribulada e comprometida com diversos fatores que as conquistas femininas passaram a exigir dessas mulheres tão especiais, que são as suas portadoras.

Para melhor compreensão, importante saber que o Endométrio tem a finalidade de receber e nutrir o embrião, promovendo o desenvolvimento normal do feto e quando não ocorre fecundação, na ausência de gravidez é eliminado como menstruação, sendo renovado ciclicamente a cada mês, visando sempre a finalidade precípua a ele destinada, para renovação da vida.

Considerada “Uma desordem genética, poligênica e multifatorial”, não é mais uma doença local e sim uma doença sistêmica que pode acometer múltiplos órgãos e sistemas com consequências que extrapolam a visão de um problema não somente ginecológico, mas também multi e interdisciplinar.

A paciente pode apresentar os mais diversos tipos de dor e sintomas ao longo da vida, como cólicas menstruais invalidantes, sangramentos uterinos anormais, transtornos sexuais (dor na relação), dor pélvica crônica e aguda, síndromes somáticas (fibromialgia, fadiga crônica, intestino irritável, bexiga dolorosa), infecções, problemas intestinais (constipação, dor evacuar, …) e infertilidade.

Como se não bastasse, são submetidas a cirurgias mutiladoras, complicações obstétricas, tratamentos caros e onerosos de reprodução assistida que desencadeiam ou agravam transtornos psicoemocionais.

Durante o 6th WEC-Quebec-Canadá, 1998 (6°Congresso Mundial de Endometriose), primeiro evento mundial em que pai e filho estiveram juntos, fomos co-fundadores da primeira Sociedade Mundial de Endometriose (World Endometriosis Society).

Nesta mesma época criamos o primeiro Centro de Endometriose do Brasil, o CENDO, com objetivo de aliviar a dor das pacientes portadoras de endometriose e buscar a cura, na qual acreditamos, embora hoje ainda seja questionada.

Com mais de 50 anos dedicados ao estudo, pesquisa e tratamento da Endometriose, Dr. Jorge Safe criou o Perfil Psicológico próprio das Portadoras de Endometriose (vídeo), no qual mostra que as portadoras são mulheres perfeccionistas, personalistas, ansiosas, mas acima de tudo especiais, de grande fortaleza e sensíveis.

As portadoras de Endometriose podem ser assintomáticas e não desenvolverem a doença e terem uma vida normal, apesar de apresentarem uma tendência, o que chamamos de Epifenômeno. Epifenômeno (do grego, Epi = sobre, acima e Fenômeno, uma ocorrência natural; neste caso proveniente da menstruação através do fluxo retrógado).

Infelizmente, algumas mulheres acabam desenvolvendo a doença. Na busca pela cura desta doença, precisamos no dia-a-dia fazer um diagnóstico correto e instituir uma terapêutica adequada, buscando a Cura Física, estendendo à Cura da Alma ,através de orientações de vida para tal.

Para se fazer o diagnóstico amplo e adequado, é necessário conhecer e destacar múltiplos fatores da doença, como a Herança Genética, aliada a outros fatores determinantes, como o Familiar (maior incidência entre parentes de 1° grau, mãe e irmãs), o Biológico (Menarca que é a idade da primeira menstruação, fluxo e irregularidade menstrual) e o Sociocultural (ligado à educação, influência da presença dos pais através de exemplos, desejos transferidos e expectativas em relação à filha), importantes na Gênese, Desenvolvimento e Gravidade da doença.

Para que sejam conhecidos tais fatores, é necessária uma consulta médica especializada que, através de uma anamnese completa com perguntas e respostas entre o médico e a paciente e um exame físico adequado, irá permitir o diagnóstico clínico com grande segurança, ficando os exames complementares, como diz o próprio nome, para completar e auxiliar na conduta médica.

O tratamento deve ser individualizado para cada portadora, tomando muito cuidado para que o mesmo não leve a paciente a quadros de depressões e ansiedades, estas últimas já existentes previamente no dia-a-dia das portadoras de endometriose, sob três manifestações diferentes: hiperansiedades, sofrimento antes de fazer as coisas e querer fazer tudo rápido, perfeito sem delegar a ninguém.

A busca do equilíbrio entre o corpo e a mente se faz fundamental. Como Hippocratis dizia, a mais de 400 anos antes de Cristo, “Na arte da medicina não temos como separar o doente do médico e da doença. Para isso precisamos deixar o passado, diagnosticar o presente e profetizar o futuro”.

Desta forma, precisamos saber indicar e realizar uma cirurgia minimamente invasiva, nem muito precoce e nem muito tardia, sendo radical apenas para com a Endometriose.

Neste contexto, ainda é importante saber definir o melhor tratamento medicamentoso associado: seja de primeira linha (sem cirurgia) ou segunda linha (após cirurgia), sempre estimulando medidas de proteção contra o desenvolvimento da doença (uso especial de contracepção, estímulo ao parto normal, aleitamento materno …)

As pacientes precisam acreditar, como nós acreditamos, em uma nova vida, com os filhos desejados, realização profissional e sexual, qualidade de vida, podendo até mesmo fazer TRH (Terapia de reposição hormonal), se indicado, transformando o sofrimento (DOR) em felicidade plena de viver (AMOR)!

Teste realizado por 2 gerações de especialistas em endometriose

O Dr Jorge Safe, dedica-se há várias décadas ao estudo, pesquisa e tratamento da Endometriose, tendo sido pioneiro na abordagem da doença por microcirurgia, sempre com uma atenção especial em individualizar cada caso e tratar de forma humanitária a Endometriose dessas mulheres tão especiais! Autor do “PERFIL PSICOLÓGICO DAS PORTADORAS DE ENDOMETRIOSE”, autor do livro dedicado à vida feminina: “CHEIRO DE MULHER”, Membro titular da ACADEMIA MINEIRA DE MEDICINA entre outras várias atividades.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Descobrindo a endometriose: Perguntas e respostas

Descobrindo a endometriose: Perguntas e respostas

A Endometriose desperta inúmeras perguntas, recebemos várias todos os dias. No último mês apresentamos algumas no nosso instagram, as mais comuns e algumas até que geraram curiosidade dos seguidores. 

Nesse post apresentamos todas essas perguntas com as respostas dadas por nossa equipe. 

Ressaltamos sempre que uma equipe especializada deve ser sempre consultada já que cada caso é específico e deve ser tratado como tal.

 

Você sabe o que é Endometriose Intestinal? 

É quando o tecido endometrial (que reveste o Útero internamente) acomete  o intestino, podendo infiltrá-lo, causando aderências entre si e aos órgãos e tecidos vizinhos. Mesmo fora do seu sítio normal, o Útero, este tecido, endométrio, responde aos hormônios, por isso também sangra durante o período menstrual, fazendo com que algumas vezes a portadora apresente sangramento ao evacuar, além de apresentar cólicas fortes e outros tipos de dores incomuns. 

 

Você sabe como é a Cirurgia da Endometriose? 

A cirurgia é feita por Ginecologista Especializado em Videolaparoscopia – Cirúrgica com Técnica Minimamente Invasiva, sendo em casos especiais com o concurso de Coloproctologista e Urologista, visando remover o tecido endometrial que compõe a doença nos mais diversos sítios da cavidade pélvica e abdominal. É uma cirurgia  delicada, sendo a melhor solução para os casos mais graves de Endometriose Infiltrativa Profunda com acometimento importante dos mais diversos órgãos e tecidos. 

 

Você sabe como identificar se tem Endometriose? 

Há vários dados clínicos e/ou sintomas (queixas) que fazem suspeitar de Endometriose, como história familiar de Endometriose (irmã, prima, tia ou mãe), dores frequentes no Abdome ou na Pelve, repetitivas e, às vezes, com períodos de crises agudas, muitas vezes com suspeita de Apendicite, história de ter tido sangramento vaginal no berçário após nascimento (geralmente desconhecido pela própria mãe), primeira menstruação (Menarca) mais cedo antes dos treze anos, cólica menstrual alguma vez que impede ou impediu a pessoa de exercer suas atividades normais, necessitando de maior  medicação, às vezes em hospital, tendo que faltar a uma aula ou ao trabalho e ter que sair mais cedo por causa de dor forte (Dismenorréia D3), menstruações de 5 ou mais dias (Hipermenorréia), corrimento escuro tipo sanguíneo antes de descer o fluxo menstrual normal, diarréia menstrual em portadoras de dificuldades na evacuação (constipação), pontadas anais menstruais, queixas tipo Cistite durante menstruação, cólica tipo renal quando menstruada sem comprovação de cálculo renal e que cede após terminar o fluxo menstrual, dor referida como profunda em certas posições no ato sexual, maior índice de infecções urinárias tipo cistites de repetição, quedas de pressão com relativa frequência ao longo da vida, portadoras de refluxo gastroesofágico, maior incidência de crises de ansiedade e/ou crises de pânico, uso prévio e com certa frequência de tampão vaginal (OB, Tampax) ou relacionamento sexual com relativa frequência quando menstruada (tendência Hematófila), início de atividade sexual precoce, história de uso precoce de pílulas anticoncepcionais com maior efeito contra espinhas, como Diane, Yas, Yasmin, entre outras que tenham efeito antiandrogênico, enfim, queixas que o Médico especializado saberá distinguir e fazer a conexão diagnóstica, entre tantos outros sintomas ou queixas.

Diante do quadro clínico, muitas vezes exuberante, nem sempre os exames de Ultrassom ou Ressonância Nuclear Magnética detectam, fazendo com que  portadoras de Endometriose sofram por longo tempo. Alguns diagnósticos têm atraso de até 10 anos, mas incrivelmente suspeitado pelas próprias pacientes, muitas delas sendo encaminhadas para acompanhamento e tratamentos psíquicos. Mais tarde, com exames de imagem positivos, na maioria dos casos, revelando a doença já mais avançada.

 

Você sabe qual o melhor tratamento para Endometriose?

O tratamento da Endometriose deve ser orientado por Ginecologista especializado, o qual, após uma Anamnese completa, direcionada e especializada, um Exame Físico Próprio e de Exames Complementares, indicará qual a melhor conduta, se Clínica ou Cirúrgica, geralmente ambas, dependendo das queixas da paciente, se Dores e/ou Infertilidade, a Idade, os mais diversos antecedentes, enfim, Multifatorial. A Conduta para uma paciente, não quer dizer que é a mesma para outra mulher. Enfim, cada caso deve ser único. O que pode ser bom para uma paciente, não quer dizer que seja melhor para outra.

Ademais, em casos muito especiais com desejo reprodutivo, pode ser considerada conduta expectante, com adequado controle, sempre individualizando o tratamento. Deve sempre prevalecer o bom senso e um profundo conhecimento da patologia pelo Profissional Médico.

 

Você sabia que é possível engravidar com Endometriose? 

Embora seja mais difícil engravidar com Endometriose em atividade, seja leve ou profunda, é possível. Quando ocorre a gravidez há maior índice de abortamento (63%), história de abortamentos de repetição, ameaças de abortamento e/ou de parto prematuro, maior incidência de Pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez, edemas, perda de albumina na urina, entre outros sintomas), além de outras complicações pouco conhecidas que podem ocorrer durante a gravidez, no parto e no pós-parto, como mostram publicações do Congresso Mundial de Endometriose, mas que podem ser  prevenidas ou adequadamente controladas pelo Médico especializado, com êxito gestacional na maioria dos casos.

 

ciclo menstrual(Foto: Anete Lusina/Pexels)

Você sabe se Endometriose engorda? 

A  Endometriose, como doença não engorda, não obstante possa existir em grande número de mulheres com maior índice de massa corporal e com a relação cintura/quadril desproporcional, muitas vezes devido ao Perfil Psicológico Próprio, cujo alto nível de ansiedade leva a ganho ponderal acima do considerado como ideal. Além de considerável número de portadoras apresentar Síndrome Hiperandrogênica Leve, geralmente herdada do lado paterno, o que causaria maior tendência a ganhar peso e que na maioria dos casos é desconhecida e, até mesmo, negada pelas portadoras, ao negligenciar sintomas próprios, como acne, queda de cabelo, passado de caspa, seborreia evidenciada na testa com oleosidade, hipertricose (pelos no lábio superior ou periareolar), melasma, embora discreto, mas levemente evidente nas áreas laterais da testa e maxilares, bromidrose (cecê axilar), quase sempre negado, geralmente por falta de maior atenção consigo próprias, podem provocar inchaço abdominal e retenção de líquidos, o que acaba provocando uma inflamação nos órgãos em que se encontra, como ovários, bexiga, intestino ou peritônio. Apesar de não haver um grande aumento de peso na maioria das mulheres, pode-se notar um aumento do volume abdominal nos casos mais severos de endometriose.

 

O que causa Endometriose? 

É uma doença herdada geneticamente que, dependendo de vários fatores, leva ao seu desenvolvimento. Considerada como “uma desordem genética poligênica e multifatorial”, portanto, uma doença sistêmica, ou seja, não só localizada na pelve, mas com alterações em vários órgãos e concomitante a várias doenças extra genitais. O fenômeno quase universal da menstruação retrógrada (90%) e a capacidade inerente aos tecidos pélvicos em manter um transplante menstrual, permite-nos considerar que 71% das mulheres em idade menstrual podem apresentar Endometriose. Porém, nem sempre a doença se apresenta como é conhecida, sendo 33% de Endometriose Fenômeno (como chuva é um fenômeno sazonal que acontece no verão e com duração de 3 a 4 meses e depois desaparece); 23% como Epifenômeno (Epi=sobre, acima do Fenômeno), portanto, uma Tempestade com relâmpagos e trovões que, segundo a observação do Médico e da paciente, se o vento leva as nuvens para longe, torna-se uma chuva e tende a desaparecer, mas se o vento traz as nuvens para cima da mulher, o que ocorre em 15% das vezes, quando o raio atinge a mulher, então se transforma em Doença, causando diversos danos, como as mais diversas dores e a Infertilidade, sendo a causa mais comum (30 a 40%) na dificuldade em engravidar.

Além da Genética herdada, múltiplos fatores concorrem para o estabelecimento da doença, como Fatores Imunológicos, Químicos, Enzimáticos, Ambientais e, principalmente, Biológicos, Familiares e Socioculturais, especialmente em mulheres que apresentam um “Perfil Psicológico Próprio”. Os fatores que determinam o grau de menstruação retrógrada são variáveis. Ainda não foi explicado se as alterações imunológicas antecedem a doença, são coincidentes com ela ou resultam dela. 

A interpretação de todos esses achados nos levam a concluir que se trata de uma patogênese Genética, associada às mais variáveis alterações citadas. 

 

Você sabia que a Endometriose pode ir além do Útero? 

A Endometriose do Útero é designada como Adenomiose, ou seja, própria dele. Ocorre quando o endométrio, que normalmente está revestindo a camada interna do útero, se infiltra em sua musculatura, o Miométrio, podendo causar cólicas fortes e menstruações intensas. O que pode levar a anemia, mas também, com maior frequência fora do útero, na forma de implantes superficiais, podendo ser menos agressiva e que se manifesta como lesões pequenas, com várias cores e aspectos (negras, brancas, vermelhas, transparentes tipo gotas de orvalho) e que possuem, em geral, entre 1mm e 3mm. Os implantes se localizam, em sua maior parte, na região pélvica, próxima ao Útero e, em menor incidência, atingem Intestino, Bexiga, Ureter, Umbigo na parede abdominal e da Pelve, em cicatrizes de cesariana ou de cirurgias na parede  abdominal, no Períneo (cicatrizes de parto), podendo também, excepcionalmente, atingir o Diafragma, Pulmão, Pleura, Cérebro e outros locais. Os focos de Endometriose superficial normalmente não provocam alterações anatômicas nos Ovários, Trompas e Útero. 

  • Ovários: além de superficial, pode apresentar cistos preenchidos por líquido achocolatado, tipo menstrual, conhecidos como  Endometriomas ovarianos. Os Endometriomas podem se romper e deixar o líquido do seu interior vazar, causando  dor abdominal súbita e intensa nas portadoras. Muitas vezes confundidos com Apendicite ou Pelviperitonite que, em grande parte são tratados como tal e com cirurgias, geralmente, inadequadas, apesar da melhor intenção do cirurgião, porém com resultados muitas vezes imprevisíveis. Nem sempre a doença ovariana é sintomática, podendo apresentar tamanhos distintos, dependendo da gravidade da doença, variando de um diâmetro de 0,5 cm ou, em casos mais raros, pode alcançar dimensões superiores a 10 cm. 
  • Endometriose profunda: aquela que apresenta lesões de pelo menos 5mm de profundidade e são as mais importantes por se relacionarem com os sintomas mais exuberantes. 

Além das duas principais, a endometriose pode se localizar no: 

Peritônio: camada que reveste internamente o abdome e pelve; 

Região retrocervical: o Útero é dividido em corpo e colo. Retrocervical é a parte atrás do colo uterino, porém na parte interna da pelve. É um local muito comum onde a doença pode se instalar; 

Vagina: o canal da vagina é dividido em três partes: inferior (próximo da entrada da vagina), média e superior (próximo do colo uterino). As lesões de Endometriose podem surgir no terço superior, atrás do colo uterino e mais raramente nos dois terços inferiores;

Septo Reto-vaginal: é um espaço entre Reto e a Vagina, preenchido por tecido, onde lesões infiltrativas comumente ocorrem, causando variadas dores, muitas características de seu acometimento, como pontadas anais menstruais, dor na relação sexual referida à profundidade, entre outras, principalmente pelo acometimento dos Ligamentos Útero-sacros e do Plexo Hipogástrico Inferior, sendo de acometimento frequente ao se tratar de Endometriose Infiltrativa Profunda; 

Intestino: a parte do intestino mais frequentemente acometida pelas lesões  é o Reto-Sigmóide, porção final do intestino grosso que fica em contato próximo ao Útero. No entanto, pode acometer o Apêndice e outras porções intestinais;

Bexiga e ureteres: as lesões podem infiltrar a Bexiga, assim como acometer os Ureteres (canais que levam a urina dos Rins à Bexiga), cujo comprometimento poderá ser responsável por perdas renais, dependendo da gravidade do acometimento;

Diafragma: manifestada com dor no período menstrual cíclica referida no ombro direito;

Pulmonar: muito rara, manifestada por Hemoptises (tosse com sangramento proveniente do Pulmão) nos períodos menstruais.

Gustavo Safe é diretor e médico especialista em endometriose no Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Clínica Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na dor pélvica, infertilidade, preservação da fertilidade, endometriose, endoscopia ginecológica e cirurgias minimamente invasivas.

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Centro Avançado em Endometriose - Perguntas Frequentes(FAQ)
Fertilidade e Cirurgia da Endometriose

Fertilidade e Cirurgia da Endometriose

Fertilidade e cirurgia da endometriose, existe benefício?

SIM !

Ao fazermos isso estamos aumentando o sucesso reprodutivo, nestas pacientes tratadas, em relação àquelas não tratadas, e até mesmo otimizando a resposta à reprodução assistida, uma vez que elas venham a precisar.

Um dos segredos consiste em tentar não postergar uma gravidez após a realização da cirurgia, pois temos uma maior taxa de sucesso e uma menor recidiva, quando comparado àquelas pacientes que operaram e aguardaram alguns anos para tentar engravidar.

Dr. Gustavo Safe
Centro Avançado em Endometriose

Primeira Cirurgia na Abordagem da Endometriose

Primeira Cirurgia na Abordagem da Endometriose

A primeira cirurgia, na abordagem da endometriose, é extremamente importante.

A endometriose pode ser considerada uma doença enigmática pelo contexto que a cerca em relação a sua iniciação, progressão e disseminação.

É por isto uma doença desafiadora pela sua complexidade e pelo elevado grau de dificuldade cirúrgico, com elevadas taxas de complicações, sendo muito frequente no consultório nos depararmos com pacientes submetidas a um enorme número de intervenções cirúrgicas.

Essas dificuldades explicam o pequeno número de centros e equipes médicas capazes de realizar esse procedimento com excelência, não só no Brasil e no mundo.

Olá! Precisa de ajuda?