Ciclo Menstrual: As fases da mulher e o ovário sem prazo de validade

Ciclo Menstrual: As fases da mulher e o ovário sem prazo de validade

Existem diferentes mulheres ao longo do ciclo menstrual e da vida. As mulheres podem agora sonhar e planejar a possibilidade de ter um ovário “sem prazo de validade”.

Quem nunca percebeu que as mulheres são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo? Elas são literalmente várias mulheres em uma só!

Esta é apenas uma das diferenças entre o homem e a mulher que podem ser explicadas pela maior presença do hormônio feminino produzido pelo ovário na ausência do Testículo durante o desenvolvimento embrionário.

Este hormônio feminino (estrogênio) é o responsável pelas diferentes mulheres durante o ciclo menstrual natural. As fases do ciclo menstrual são facilmente percebidas e bem conhecidas (Fase Folicular, Fase Ovulatória, Fase Secretora e Fase Menstrual), conforme os nomes sugerem a cada fase.

O funcionamento do ovário é utilizado como referência na divisão das quatro fases da mulher ao longo da vida: Infância (período de vida até os 12 anos, quando se inicia a primeira menstruação, conhecida como Menarca); Menacme (entre a Infância e o Climatério, conhecido como período fértil com duração aproximada de 40 anos); climatério (período dos 45 aos 55 anos), no qual ocorre a menopausa e a Senilidade ou Velhice que ocorre após os 55 anos com a parada quase completa da função ovariana.

No contexto apresentado, colocamos o ovário como um dos principais responsáveis por estas fases, produzindo o Estrogênio que atua em quase todo o organismo e não apenas no Sistema Sexual e Reprodutor Feminino.

O ovário da mulher no período intra-útero possui uma reserva de 7 milhões de folículos primordiais que, já no nascimento ao sofrer um decréscimo, somam cerca de 1.200.000 , valor este que vai decrescendo ao longo dos anos até o esgotamento na Menopausa (data da última menstruação), em média aos 50 anos. A atividade destes folículos fica adormecida até a primeira menstruação quando se inicia o período fértil da mulher, cujo declínio maior começa aos 37 anos, encerrando-se praticamente aos 45 anos, com pequenas variações.

Os folículos produzidos pelo ovário possuem a mesma idade da paciente com data e hora pré determinadas para acabar. Diferente do que algumas pessoas acreditavam, novidades fizeram com que o ovário não tenha mais prazo de validade. 

Já é realidade nos dias atuais, congelar o tecido ovariano para preservar a fertilidade (casos de Câncer e indicação social) e postergar a Menopausa, ajudando estas mulheres a postergar a maternidade, ter qualidade de vida e longevidade sem ter que tomar hormônios (TRH-Terapia de Reposição Hormonal).

A bem da verdade, a Reposição Hormonal, quando bem indicada pelo seu Ginecologista, pode cumprir este último papel, embora os hormônios não tenham origem endógena.

O tecido ovariano congelado, quando reimplantado, irá ovular ou produzir esses hormônios por um período pré-determinado em função do momento em que foi congelado. O ideal é que este processo de “Congelamento” seja feito antes dos 35 anos.

Em 1940, a expectativa de vida da mulher era de 48 anos, passando para 80 anos em 2019. Considero que a mulher de hoje tem uma obrigação de viver pelo menos 90 anos, se tiver acesso a cuidados básicos de saúde.

Um estudo publicado em 2016 na revista científica Nature aponta que o limite da vida humana parece ser de 125 anos e olha que ninguém sequer chegou nesta idade. Mesmo assim, há estimativas de alguns cientistas de que chegaremos aos 200 anos.

Logo, teremos que repensar a forma simplista de dividir as fases da vida da mulher, baseando-se apenas no funcionamento do ovário!

Com os avanços da Medicina, juntamente com os avanços tecnológicos, pessoalmente vejo mulheres no Climatério e na Senilidade fazendo coisas que não fizeram em fases anteriores de suas vidas: Idosas informatizadas, várias fazendo esportes radicais, entre tantas outras atividades consideradas pouco específicas para suas idades até a poucos anos.

No dia a dia do consultório, é constante ver mulheres com 50-60 anos mais saudáveis e ativas em comparação com suas mães e em relação a elas mesmas quando tinham 20-30 anos. 

E isto tem acontecido não só com as mulheres, mas também com os homens.

O importante não é ter mais anos de vida e sim, mais VIDA nos anos, vivendo com mais vitalidade física e domínio das capacidades cognitivas. Não tenho dúvida do papel que o ovário exerce!

Como o seu ideal de qualidade de vida pode impactar a sua libido

Como o seu ideal de qualidade de vida pode impactar a sua libido

Você já parou para pensar o que é qualidade de vida para você, Mulher?

Este conceito de “qualidade de vida” é diferente entre os sexos?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida “É a percepção do indivíduo em sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores, nos quais ele vive em função dos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.

Envolve o bem estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais como família, amigos, assim como a saúde, educação e outras circunstâncias da vida.

De acordo com a pesquisa Mosaico 2.0, realizada pela Dra. Carmitta Abdo do grupo PROSEX, na qual foram ouvidos 3.000 participantes entre 17 e 70 anos, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto alegre e  Distrito Federal, sexo é importante ou muito importante para 95,3% dos entrevistados.

Desconsideradas as expectativas, o desejo de fazer sexo com mais frequência não coincide com a realidade das pessoas que vivem em capitais metropolitanas. A rotina atribulada, a correria do dia a dia e o cansaço afetam o desejo sexual dos brasileiros. Os homens relataram ter relação sexual “três vezes por semana”, enquanto que as mulheres disseram “duas vezes”. 

Nesta mesma pesquisa, foi solicitado que homens e mulheres enumerassem, em ordem de importância entre 1 e 10, as suas prioridades em relação à qualidade de vida.

Os homens e as mulheres colocaram a alimentação saudável e o tempo de convivência com a família, respectivamente, em 1º e 2º lugar.

Em 3° lugar, 70% dos homens colocaram a atividade sexual “satisfatória”, enquanto 59,2% das mulheres colocaram em oitavo lugar, apenas. Já as mulheres colocaram em terceiro lugar a qualidade do sono, ou seja, a necessidade de dormir bem.

Estes dados mostram que, enquanto o homem quer fazer sexo, a mulher quer dormir!

Antes do sexo, as mulheres colocaram, respectivamente, como prioridades: a qualidade do sono, a prevenção e cuidados com a saúde, trabalhar no que gostam, terem convivência social e, sobretudo, terem tempo para atividades sociais e culturais.

Ambos, homens e mulheres, colocaram em nono e décimo lugar a prática regular de exercícios e, tirar férias regularmente.

Apesar do sexo ser importante para todos, as necessidades entre o homem e a mulher foram bem discrepantes.

É conhecido, pelos estudos de Master e Johnson em 1966 e pelas atualizações de Kaplan no final da década de 70, que a resposta sexual do homem é diferente da resposta sexual da mulher.

Bassom, no ano 2.000, colocou que estes modelos são eventualmente válidos em inícios de relacionamentos. Seria esta uma explicação para o que está acontecendo nos dias de hoje?

Percebo, cada vez mais no consultório, que a queda da libido, assim como a motivação sexual das mulheres, tem ocorrido em idades mais precoces, diferente do que ocorria antigamente. Sabemos que a queda do estrogênio não explica a queda da libido, mas que o início da resposta sexual está vinculado aos níveis de hormônios masculinos.

“O que é libido”? Esta interrogação esteve entre as perguntas mais pesquisadas no Google, em 2019. Esta questão sugere que o desejo sexual (libido) é hoje um problema maior do que se possa imaginar.

Durante o ciclo menstrual ocorrem alterações da libido em circunstâncias distintas, como aumento no período ovulatório pela ação dos androgênios e diminuição no período menstrual pela queda da progesterona.

Ao longo da vida, outros fatores podem interferir e causar problemas em relação à libido, como as flutuações hormonais de certos anticoncepcionais, uso de medicações anti-androgênicas e ou antidepressivos, além da ansiedade, estresse, depressão, problemas de tireoide, menopausa, pós-gravidez, aleitamento materno, dentre outros.

Neste mundo globalizado, onde temos um novo normal, temos que avaliar a sexualidade sob três aspectos principais: o sociocultural, o biológico e o psicológico!

Temos que considerar a sexualidade como um todo, pois o que é normal ou foi normal para um, pode não ser, agora, para o outro. Confesso que é difícil assimilar tudo isso, mas é preciso!

Por mais importante que seja, ter uma rotina é cansativo! Por isso, é importante a criatividade para manter a chama acesa. Revele suas intenções e desejos, mude a forma de abordar, varie os lugares… Lembre-se sempre que os homens são mais visuais e as mulheres, mais emocionais.

Libido, ou desejo, pode ser considerado como procura instintiva do prazer sexual!

Hoje precisamos considerar que libido não é mais, apenas ter vontade de transar.

Logo, é importante considerar que a mulher que se programa para sair com o parceiro tenha uma noite agradável que irá despertar sua sexualidade de várias formas distintas, gerando prazer, mesmo que o resultado não termine em uma transa, mas que possa se sentir realizada.

Embora o orgasmo seja a última etapa da resposta sexual, a busca por ele acaba sendo diferente entre os sexos. É conhecido o fato de que mais de 50% das mulheres não têm orgasmo durante uma transa.

O homem precisa gozar para relaxar e a mulher precisa relaxar para gozar!

Na roda da vida precisamos equilibrar a qualidade de vida com o relacionamento, o profissional e o pessoal, sem deixar de lado o sexual.

Mais importante do que colocar ordem de prioridades, é avaliar aquela onde você tem um déficit e precisa melhorar. O processo deve ser dinâmico. Converse com o seu Ginecologista, se necessário.

Gustavo Safe

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